5.1) Qual título da iniciativa de comunicação?
Estúdio Livre
5.2) Qual o objetivo da iniciativa de comunicação?
O objetivo principal da comunidade Estúdio Livre é pesquisar, documentar, experimentar, produzir e desenvolver mídias livres, além de auxiliar e incentivar a produção e a circulação de bens culturais livres, ou seja, de obras que podem ser distribuídas, remixadas e retransmitidas livremente de forma legal e sem qualquer tipo de restrição ao seu acesso.
A mídia contextualizada através desse ambiente corresponde a meio de comunicação, ou seja, refere-se ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional. Sendo o software um instrumento de interação, que possibilita uma comunicação homem/máquina, também ele é considerado uma mídia.
5.3) Qual o público-alvo da iniciativa de comunicação?
Pessoas que falam português e querem aprender sobre produção de mídias livres com ferramentas livres. Pessoas que falam outras línguas e estão interessadas em traduzir e criar este tipo de documentação. Artistas que querem compartilhar seus trabalhos e adquirir autonomia com o uso de softwares livres. Grupos que querem divulgar suas ações em tempo real através de canais ao vivo de áudio ou de vídeo.
5.4) Quais suportes típicos das comunicações são utilizados na iniciativa?
No ambiente online, através da Internet, onde diferentes opções de interatividade são oferecidas aos/as usuários/as.
No ambiente offline, membros proativos da comunidade promovem e participam de oficinas e eventos que envolvem temas abordados pelo escopo do projeto.
5.5) Quais plataformas da internet são utilizadas na iniciativa de comunicação? Descreva como são utilizadas.
As principais plataformas da internet utilizadas são a lista pública geral de trabalho e o portal colaborativo, que permitem edição de hipertextos em tempo real e download e upload de arquivos com metadados. Nestes ambientes, os/as usuários/as tanto podem apenas buscar informações quanto podem adicionar ou corrigir algum conteúdo incompleto que encontrem em meio a sua pesquisa. Também podem disponibilizar suas produções através do Acervo Livre ou baixar para o seu computador as de outros membros do site. E, dependendo do tipo de licença que estes arquivos possuem, o usuário pode também remixá-los e subir novamente como uma nova versão. Isso só é legalmente possível porque os conteúdos disponibilizados por esse portal estão sob licenças permissivas, que possibilitam os mais diversos tipos de compartilhamento.
A lista pública geral de trabalhos foi o primeiro ambiente virtual de interação da comunidade. É hospedada até este momento pelo servidor do coletivo tech Riseup.net. Apesar de atualmente possuirmos emails e listas de discussão sob o domínio estudiolivre.org, escolhemos continuar com nossa lista principal sob o domínio Riseup.net devido a esta conexão se caracterizar como “nó na rede”, ou seja, um projeto que utiliza recursos do outro e vice-versa - existem pessoas da comunidade Estúdio Livre que também colaboram com projetos do Riseup.net, como, por exemplo, na tradução para português de sua interface web, que é originalmente em inglês.
O sítio do Estúdio Livre foi inicialmente hospedado pelo servidor Utopia, depois pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atualmente está na Rede Nacional de Pesquisa (RNP) com suporte do Des).(Centro. É programado com software livre e pode ser desenvolvido por qualquer pessoa com conhecimentos técnicos de PHP, MySQL, Smarty e CSS. Utiliza como base o
TikiWiki, gestor de conteúdos (CMS) orientado para comunidades e distribuído sob a LGPL. Quem não tem conhecimento de programação também pode contribuir através de bug reports.
5.6) Descreva quais as ações são implementadas para mobilizar a participação do público-alvo na iniciativa de comunicação?
As principais ações de mobilização são as oficinas. A primeira experiência de oficinas ocorreu no V Fórum Social Mundial, em janeiro de 2005, através da participação nas atividades do Laboratório de Conhecimentos Livres, situado no Acampamento da Juventude. E a partir desse mesmo ano, impulsionados pela parceria com o MinC, espalharam-se pelo Brasil os Encontros de Conhecimentos Livres.
Em 2006, uma parceria com o governo da Junta de Extremadura da Espanha permitiu que 7 membros da comunidade viajassem à Europa para trocar conhecimentos com ativistas europeus. Foram realizadas oficinas em Almendralejo e Barcelona, proporcionando um sensível upgrade à evolução do projeto (essa viagem também incentivou a internacionalização do site, que passou a contar com uma interface em diversos idiomas, mas o trabalho de tradução das páginas wiki ainda está apenas no começo).
Apesar das características predominantemente nômades acima descritas, se analisarmos o estúdio livre como um conceito, poderemos encontrá-lo em diversas partes do Brasil, como, por exemplo, em Curitiba (Orquestra Organismo), Rio de Janeiro (Pontão de Cultura Digital Circo Voador) e Recife (Centro de Desenvolvimento de Tecnologias Livres) - ou mesmo no espaço da própria casa de um membro da comunidade.
Membros da comunidade também procuram estar presentes em eventos estratégicos para a divulgação da Mídia Livre, tais como Fóruns de Software Livre, Encontros de Conhecimentos Livres, Fóruns Sociais Mundiais, Teias, Fóruns de Pontos de Cultura, etc.
5.7) Quais são as principais metodologias de mobilização da iniciativa de comunicação?
O Estúdio Livre coloca-se antes de tudo como um ambiente que conta com voluntários da comunidade e que dividem esses interesses para soberania de seus princípios e autonomia de suas propostas. Por outro lado, incentiva a participação de seus membros mais ativos em consultorias e implementações de projetos que precisem desta metodologia de trabalho (a metodologia colaborativa), utilizando como ferramenta o material de documentação e obras do website. E os estímulos à interação no ambiente se apresentam através de oficinas, midialabs, acervos livres, manuais para usuários, fóruns, weblogs pessoais, grupos de pesquisa, discussões em lista e outras ferramentas de trabalho colaborativo diferenciado.