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+ ((paperEL_english|english version))
- -=Portugues:=-
+ ''este artigo foi publicado integralmente no livro coletivo [http://p2pfoundation.net/FLOSS_Art|FLOSS+ART]''
+ !!::Estúdios Livres::
- ((paper WSL 2006 english))
+ por ''Fabianne B. Balvedi, Guilherme R. Soares, Adriana Veloso, Flavio Soares''
+ __Resumo.__ Apresenta-se aqui o projeto Estúdio Livre - ambiente colaborativo de pesquisa, desenvolvimento, experimentação e produção de mídias livres - a partir da perspectiva de que uma das grandes inovações do mundo digital está na estrutura de divisão de trabalho que ocorre em uma rede aberta e que encontra no software livre seu melhor exemplo de funcionalidade. A metodologia de trabalho proposta ilustra a ruptura entre produtor/a e consumidor/a como exemplo de inteligência coletiva e mudança de paradigmas estéticos, econômicos e sociais na sociedade contemporânea.
+ __1. Introdução__
+ Nos dias de hoje, não é difícil encontrar a imagem de sistemas abertos e compartilhados associados à defesa da liberdade na luta contra um monopólio proprietário. Sob esta perspectiva, o software livre quase sempre é apropriado como bandeira e arma estratégica de uma batalha contra-hegemônica, que o coloca em oposição aos modelos fechados de sistema de informação.
- !!::Estdio Livre - Midiativismo em Cdigo Aberto::
+ Entretanto esse discurso, ainda que leve à grande mídia certas questes como a desigualdade do desenvolvimento tecnológico mundial e as conseqüências das leis de patente, falha por ignorar o que talvez sejam as características mais importantes do fenômeno do Software Livre: a sua dinâmica de produção, suas regras de circulação de produtos e a mudança de comportamento diante dos meios, operada por sua lógica de utilização (Novaes, Caminati e Prado 2005). Ou seja, ele difere do proprietário não só quanto à natureza de sua materialidade, mas, principalmente, quanto às relações sociais em que est inserido. Portanto, a partir desse ponto de vista, entendemos não ser correto simplesmente afirmar que o software livre é melhor que o software proprietário, mas que ele é de uma outra ordem, esta sim mais justa e qualitativamente melhor que a proprietária. Segundo De Ugarte (2005), o movimento do Software Livre é a base da primeira grande estrutura de propriedade livre em redes distribuídas da História.
- __::Fabianne B. Balvedi, Guilherme R. Soares, Adriana Veloso, Angelo Moscoso::__
+ Enquanto o modelo proprietário é baseado na competição e retenção de informação, o livre, na sua grande maioria, é motivado pela colaboração e generosidade. Em qualquer dos níveis de interatividade, estabelecem-se relações multidimensionais desenvolvedor/usuário que são alternativas às relações unilaterais produtor/consumidor ou provedor/cliente. Como resultado, obtém-se um produto que ao mesmo tempo é um processo. Esse processo pode ser definido como um ciclo de realimentação cumulativo, que faz a rede pensar e baseia-se no compartilhamento de informação como força motriz da inovação tecnológica e da produção de bens culturais.
- ::Instituições - PSL-PR + ??::
+ Vale observar que a coexistência das variáveis processo e produto como resultado de um fluxo contínuo de acontecimentos não consegue ser entendida através da lógica tradicional ocidental, de Aristóteles, que se baseia nos valores binários das afirmações. Segundo essa lógica, o resultado de um processo de desenvolvimento seria apenas um produto, e não o próprio processo em si. Já a lógica difusa suporta modos de raciocínio que são aproximados, ao invés de exatos, com os quais estamos naturalmente acostumados a trabalhar. Muitas das experiências humanas não podem ser classificadas simplesmente como verdadeiras ou falsas, sim ou não, branco ou preto. É desse modo que também funciona e opera o Estúdio Livre.
- ::fabs(at)estudiolivre.org, glerm(at)estudiolivre.org, drica(at)estudiolivre.org, pixel(at)estudiolivre.org::
+ __2. A Comunidade__
- This presentation intends to approach the evolution of the Estúdio Livre project in Brasil.
+ __2.1. Desenvolvedores/as: Arte e Ciência__
- Born from an insight about free media tools necessities for research, development and production, the project has its cradle in the Programa Software Livre Paran - a non-profit organization that promotes FOSS initiatives.
+ A utilização de licenças que permitem o compartilhamento e a reutilização de códigos é potencialmente um grande trunfo para a sustentabilidade de uma comunidade mais interdisciplinar, que aproxima arte e ciência, como é a do Estúdio Livre. Estimulando esse modelo de produão fomenta-se um espaço no qual a ciência pode operar com mais inovação, e a arte trabalhar com mais envolvimento no aperfeiçoamento das técnicas.
- The goals are: to stimulate local production of free/open media; to analyze the professional potential of free/open media tools; to collaborate with the multimedia FOSS community; to experiment the use of artistic meta languages, mixing new technological processes and contemporary concepts; to build new interface possibilities using technologies once considered obsoletes.
+ Um dos grandes problemas da desumanização das tecnologias está no fato do não-questionamento dos mecanismos de repetição embutidos nas interfaces dos softwares industriais. O computador é, na maioria dos casos, visto pelo artista como uma caixa fechada que acaba ditando caminhos estéticos vinculados a padrões de interfaces e amarrando o produtor cultural a uma dependência cega de novos produtos e formatos que essa indústria lança.
- Esdio Livre is unique as a collaborative Brazilian Portuguese speaking network. The interaction with its environment are presented through personal weblogs, medias for download, manuals for users, forums, research groups, discussion lists and other unique collaborative work tools.
+ No caso do software livre, a produção segue um ritmo de demanda e colaboração mútua em que o/a desenvolvedor/a tem um feedback imediato do/a artista e este/a pode ter um conhecimento mais avançado sobre o desenvolvimento de suas ferramentas de trabalho, já que a produção destas não fica eternamente dentro do ciclo dos segredos industriais. Nesse caso, o conhecimento mais profundo para um método próprio de utilização da tecnologia é conseqüentemente estimulado, e o potencial de customização de seus processos de produção torna-se muito maior, trazendo, inclusive, um maior interesse pela ciência e pelos métodos que tornam isso possível.
- Last year, a partnership with the Brazilian government - Ministry of Culture - delivered a support to the whole implantation process of Cultural Hotspots, a project that uses free media tools in creative processes as a way to improve the circulation of cultural 'goods'. Through an interface to estudiolivre.org, each Hotspot is now becoming mediactive in the network.
+ Já o/a cientista encontra nesse ambiente um incentivo muito grande para sua criatividade e uma quebra de distâncias entre sua técnica e a do artista, trazendo a visão de que produzir um código, projetar uma interface ou máquina pode ser uma técnica carregada de intenção comunicativa e tão lúdica quanto pinceladas em um quadro ou dedilhadas em um violão. Estimula-se uma visão muito menos tecnicista de seu trabalho, trazendo à tona novamente a figura do/a inventor/a, jogando a luz da poesia sobre suas criações.
- This initiative is still restricted to the Portuguese language yet, but intends to interact very soon with the world wide net that also researches and develops professional and experimental media production softwares.
+ __2.2. Artistas e Produtores/as Culturais: Meios de Produção Colaborativos__
- __resumo__
+ A maneira como o software livre é produzido é sem dúvida um dos mais bem sucedidos modelos de gestão orgânica e participativa de um trabalho coletivo já conhecido. A idéia de produzir colaborativamente, usando interfaces na internet que permitem edição de código, verificação de diferenças entre versões, fóruns de discussão e listas de emails, fomentou a construção de sistemas que hoje chegam a ser tão competentes para certos nichos de aplicação que superam as aplicações proprietárias, como no caso de servidores web. Isso acontece porque o diálogo entre as partes também é aberto, e fica mais direto e inteligente resolver problemas e implementar inovações do que de maneira fechada, em que as partes se isolam do todo, envoltas em segredos.
- Uma das grandes inoves do mundo digital está na estrutura de diviso de trabalho que ocorre em uma rede aberta e que encontra no software livre seu melhor exemplo de funcionalidade.
+ Essa visão influenciou muito a maneira de ver a produção artística neste início de século (Lessig 2005). Ficou explícita a situo de que a produção artística poderia chegar diretamente ao seu público, sem intermediários, e atingir diretamente os/as interessados/as, sem precisar moldar-se a exigências estticas e mercadológicas de seus distribuidores/as (muitas vezes suposições retrógradas, que atrapalham a criatividade), compreendendo melhor seu campo de ação de maneira mais orgânica. Por outro lado, isso gerou a necessidade de rever a questão de como fica o reconhecimento e a remuneração dessa autoria, pois, potencialmente, todo consumidor pode ser um distribuidor ou mesmo um colaborador nessa produção.
+ Uma das soluções propostas e incentivadas pelo Estúdio Livre é o fomento à produção colaborativa, através do uso de licenças de compartilhamento. Assim como o desenvolvedor de software livre compartilha seu código utilizando licenças como a [http://www.gnu.org/copyleft/gpl.html|GPL], o/a produtor/a cultural, através de licenças como as [http://creativecommons.org.br|CC], dá o direito prévio ao público de redistribuir sua obra, cobrando ou não por isso, tornando-se parceiro de sua produção criativa. Desse modo, cria-se uma relação na qual consumo e produção são partes de um mesmo ciclo, em que o grande lucro é o conhecimento adquirido e o estabelecimento de redes sociais que, por sua vez, cedo ou tarde, serão parceiras em iniciativas para uma sustentabilidade mútua, criando uma cadeia de fluxo dessa produção, que quebra barreiras culturais e geopolíticas, possibilitando nichos autônomos muito mais auto-referentes e conscientes de suas direções e mais aptos a refletir sua influência socioeconômica e o papel de sua produção.
- __1.Introdução__
+ __3. O Ambiente __
- O Software Livre é um fenômeno que, a cada dia, ganha mais espaço tanto na dia quanto na prtica, sendo considerado como instrumento privilegiado para a inclusão digital e desenvolvimento tecnolgico. Difunde-se a imagem dos sistemas abertos como defensores da liberdade na Era da Informação, capazes de vencer o monoplio proprietrio. Nessa perspectiva, o software livre é apropriado como bandeira e arma estratégica de uma luta contra-hegemônica, que o coloca em oposião aos modelos fechados de sistema de informação. Dessa forma, costuma-se afirmar e defender que os sistemas operacionais livres so superiores tecnicamente, mais seguros e proporcionam uma imensa economia por no cobrarem licenças de uso.
+ O Estúdio Livre é um ambiente colaborativo que emergiu da percepção conjunta de pessoas com os mais diversos tipos de formão sobre a necessidade de pesquisa e aprofundamento no uso e desenvolvimento de mídias livres.
A m
dia contextualizada através desse ambiente corresponde a meio de comunicação, ou seja, refere-se ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional. Sendo o software um instrumento de interação, que possibilita uma comunicação homem/mquina, também ele pode ser considerado uma mídia, reforçando a hipótese de ~np~McLuhan~/np~ (1967) de que o meio é a mensagem.
O objetivo principal
do Estúdio Livre é a pesquisa ativa, o auxílio e o incentivo à produção e circulação de bens culturais livres, ou seja, de obras que podem ser distribuídas, remixadas e retransmitidas livremente de forma legal e sem qualquer tipo de restrição ao seu acesso. Tanto virtualmente quanto presencialmente, as atividades e o envolvimento das pessoas se d da forma mais livre possível. Propostas são encaminhadas, e a estas so adicionadas ou retiradas atividades, dependendo do perfil do grupo em cada ação.
Todas as ferramen
tas do ambiente são baseadas nos conceitos de software livre, conhecimento livre e apropriação tecnológica. Os estímulos à interação se apresentam através de oficinas, midialabs, acervos livres, manuais para usuários, fóruns, weblogs pessoais, grupos de pesquisa, discusses em lista e outras ferramentas de trabalho colaborativo diferenciado.
O
s custos de manutenção do projeto têm uma pequena parte mantida voluntariamente pelo próprio coletivo e outra grande parte pelos seus parceiros: o Programa Software Livre Paran (PSL-PR) e o setor de Cultura Digital do Ministério da Cultura Brasileiro (MinC). O PSL-PR foi berço do projeto e administra alguns serviços da rede, enquanto o MinC mantém o servidor e uma pequena equipe dedicada à manutenção do ambiente. O objetivo dessa parceria o suporte ao [http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_viva|Programa Cultura Viva - Pontos de Cultura].
- Entretanto este discurso, ainda que leve à grande mídia certas questões, como a desigualdade do desenvolvimento tecnológico mundial e as conseqüências das leis de patente, falha por ignorar o que talvez sejam as características mais importantes do fenômeno do Software Livre: a sua dinâmica de produção, suas regras de circulação de produtos e a mudança de comportamento diante dos meios operada por sua lógica de utilização. Ele difere do proprietário não só quanto à natureza de sua materialidade, mas, principalmente, quanto às relações sociais em que está inserido. Ou seja, não é correto afirmar que software livre é melhor que software proprietário, e sim que ele é de outra ordem, esta, sim, mais justa e melhor que a proprietária.
+ __3.1. O Ambiente Abstrato__
- Enquanto um modelo proprietário é motivado pela competição, o livre é motivado pela colaboração e generosidade. Em qualquer dos níveis de interatividade, estabelece-se uma relação horizontal entre produtores e usuários, que é completamente diferente da relação produtor/consumidor ou provedor/cliente, que são relações sociais de naturezas qualitativamente desiguais. Diferente dos softwares de código fonte fechado, a publicação com o código fonte aberto faz parte do processo de desenvolvimento, por ser o momento em que outros desenvolvedores participarão de sua construção.
+ __3.1.1. Administração e Desenvolvimento__
- Portanto, o novo paradigma colaborativo que apresentamos inspira-se no modo de produção do software livre e na estrutura de circulação de informação da Internet, devendo ser compreendido como um novo PROCESSO cultural emergente e não como novo PRODUTO cultural. Este PROCESSO pode ser definido como um ciclo de realimentação cumulativo, que faz a rede pensar e baseia-se no compartilhamento de informação como força motriz do processo de inovação tecnológica e da PRODUÇÃO de bens culturais.
+ Atualmente, as ferramentas utilizadas para interação virtual eso localizadas na World Wide Web. As principais são a [http://lists.riseup.net/www/info/estudiolivre|lista pública geral de trabalho] e o [http://estudiolivre.org|portal colaborativo], que permitem edição de hipertextos em tempo real e download e upload de arquivos com metadados.
- Vale observar que a coexistência das variáveis PROCESSO e PRODUTO (ou PRODUÇÃO), em um fluxo contnuo de acontecimentos, s é possível de ser compreendida através da lógica difusa. A lógica tradicional ocidental, de Aristóteles, baseia-se em valores "verdade" das afirmações, classificando-as como verdadeiras ou falsas. Rejeita, portanto, a coexistência citada acima quando implica que um PRODUTO o RESULTADO de um PROCESSO. Ou seja, quando o PROCESSO chega ao fim, tem-se o PRODUTO. Já a lógica difusa suporta os modos de raciocínio que são aproximados, ao invs de exatos, com os quais estamos naturalmente acostumados a trabalhar. Muitas das experiências humanas não podem ser classificadas simplesmente como verdadeiras ou falsas, sim ou não, branco ou preto. que o aspecto humano é chave de todo o processo
acim
a descrito, desse modo que também que funciona e opera o Estúdio Livre.
+ A lista pública geral de trabalhos foi o primeiro ambiente virtual de interaão da comunidade. hospedada até este momento pelo servidor do coletivo tech Riseup.net. Apesar de atualmente possuirmos emails e [https://listas.estudiolivre.org/|listas de discusso] sob o domínio estudiolivre.org, escolhemos continuar com nossa lista principal sob o domínio Riseup.net devido a esta conexão se caracterizar como n na rede”, ou seja, um projeto que utiliza recursos do outro e vice-versa - existem pessoas da comunidade Estúdio Livre que também colaboram com projetos do Riseup.net, como, por exemplo, na tradução para portugus de sua interface web, que é originalmente em inglês.
- __2.Estudio Livre__
+ O sítio do Estúdio Livre foi inicialmente hospedado pelo servidor Utopia, depois pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atualmente está na Universidade de São Paulo (USP). É programado com software livre e pode ser ((dev|desenvolvido por qualquer pessoa com conhecimentos técnicos)) de PHP, MySQL, Smarty e CSS. Utiliza como base o [http://br.tikiwiki.org|TikiWiki], gestor de conteúdos (CMS) orientado para comunidades e distribuído sob a [http://www.gnu.org/copyleft/lgpl.html|LGPL]. Quem não tem conhecimento de programação também pode contribuir através de ((bugs|bug reports)).
- ''lembrar de o citar o Cultura Digital do MinC''
+ O código do Estúdio Livre é um módulo do Tiki que consiste em um conjunto de novos arquivos, patches e scripts SQL gerenciados pelo ((Polvo)), software escrito em Perl para fazer a publicação automática do site na web e, localmente, na máquina do desenvolvedor. Esse procedimento é necessário para manter o código do estudiolivre.org separado do código do ~np~TikiWiki~/np~.
- Os softwares multimídia livres encontram ainda mais barreiras devido ao desenvolvimento avançado das ferramentas proprietárias. Para suprir esse vcuo, surge o Estúdio Livre, um ambiente colaborativo na internet para interessadas/os na produção e difusão de mídias feitas com software livre e de forma independente. O objetivo do site é formar uma comunidade envolvida nessa pesquisa ativa - isto é, fazendo e ajudando outras/os a fazer - e incentivar a produção/circulação de bens culturais livres, ou seja, de obras que podem ser distribuídas, remixadas e retransmitidas livremente de forma legal e sem qualquer tipo de restrição a seu acesso inclusive financeira. Portanto, pode-se afirmar que o ambiente colaborativo do Estúdio Livre es inserido no contexto de desenvolvimento de novas formas de produão de mídia e de pesquisa no campo da tecnologia da informação.
+ O coletivo responsável pelo desenvolvimento, manuteão e administraão do site, listas de discussão, verificação de demandas e organização de informação é formado, na sua maioria, por usuárias/os mais experientes, programadores, administradores de sistema, músicas/os, videomakers e produtoras/es que utilizam softwares livres h algum tempo.
- Todas as ferramentas do ambiente estudiolivre.org são baseadas nos conceitos de software livre, conhecimento livre e apropriação tecnológica. Os estímulos à interação com este ambiente se apresentam através de weblogs pessoais, mídias para download, manuais para usuários, fóruns, grupos de pesquisa, discussões em lista e outras ferramentas de trabalho colaborativo diferenciado.
+ __3.1.2. Desktop__
- Ao navegar através do site estudiolivre.org, o usuário percebe, na estrutura virtual embutida, não só a existncia de informações na língua portuguesa, mas também as possibilidades de comunicar-se interativamente pela rede. A partir dessa percepção, ele passa a não mais se sentir sozinho com a novidade, e integra-se com mais facilidade ao processo. A idia é que o portal torne-se uma referência para quem busca informações em língua portuguesa sobre produção multimdia em software livre e que acontam produções colaborativas entre os participantes do site.
+ O objetivo principal do estudiolivre.org é agregar uma comunidade que pesquisa, documenta, experimenta, produz e desenvolve mídias livres. Para tanto, diferentes opções de interatividade são oferecidas aos/as usurios/as. Estes tanto podem apenas buscar informações quanto podem adicionar ou corrigir algum conteúdo incompleto que encontrem em meio a sua pesquisa. Também podem disponibilizar suas produções através do [http://estudiolivre.org/el-gallery_home.php|Acervo Livre] ou baixar para o seu computador as de outros membros do site. E, dependendo do tipo de licença que estes arquivos possuem, o usurio pode também remixá-los e subir novamente como uma nova versão. Isso só é legalmente possível porque os conteúdos disponibilizados por esse portal estão sob licenas permissivas, que possibilitam os mais diversos tipos de compartilhamento.
- Para interagir no site, o/a usuário/a deve cadastrar seus dados pessoais, informar que é o titular do material (fonogramas, imagens, audiovisual, softwares, textos, samples, etc.), que se está enviando para o estudiolivre.org e autorizar, sem exclusividade, a sua exibição e distribuição eletrônica; no endereço http://www.estudiolivre.org segundo as condições no Termo de Política de Uso do site. Deverá também declarar que todos os direitos autorais do site foram integralmente satisfeitos e autorizados, responsabilizando-se exclusivamente de forma irrevogável e irretratável pelas informações prestadas e assumindo a responsabilidade referente a quaisquer reclamações de terceiros acerca do material ora submetido. Deve também estar ciente de que o estudiolivre.org não assume nenhuma obrigação relacionada à exibição e distribuição de tais obras e que não será devida nenhuma remuneração pelo material licenciado, exibido e distribuído pelo site. Este aviso é um resumo do Termo de Uso do site.
+ Outro recurso implementado no Acervo Livre são os [http://estudiolivre.org/elIce.php|canais ao vivo], que possibilitam stream de áudio e/ou vídeo. Tanto pode-se escutar e/ou assistir à transmiso de alguém quanto se pode fazer uma transmissão, desde que se tenha instalado no computador que vai gerar o stream as ferramentas necesrias para a sua geração.
- O algoritmo recursivo do uso deste ambiente resultará no fato de que as diferenças entre os termos usuário e desenvolvedor cessaro de existir, pois é a cultura em seu mais puro estado que influenciar a direção e o sentido de sua existncia.
+ O acesso a todos esses processos é totalmente livre. Porém, para interagir nesse ambiente virtual, o/a interessado/a precisa cadastrar no tio alguns dados pessoais. Neste ato, ele/a se declara ciente das condições do ((politicadeuso|Termo de Política de Uso do site)), que implica na responsabilidade exclusiva, de forma irrevogável e irretratável, sobre as informaões prestadas, assumindo também a responsabilidade referente a quaisquer reclamações de terceiros acerca do material ora submetido, estando o Estúdio Livre isento de qualquer obrigaão relacionada à exibição e distribuição de tais obras e que não será devida nenhuma remuneraão pelo material licenciado, exibido e distribuído pelo mesmo.
- __3.Comunidade__
+ __3.2. O Ambiente Concreto__
- ~~#FF0000:Desenvolvedores:Código Aberto, Arte e Ciência~~
+ Na interação presencial, membros proativos da comunidade promovem e participam de oficinas e eventos que envolvem temas abordados pelo escopo do projeto.
- A utilizaão de softwares de código aberto, com licenças que permitem compartilhamento e reutilização de seus digos fonte é potencialmente um grande trunfo para a sustentabilidade de uma comunidade mais interdisciplinar que aproxima arte e ciência.
+ A primeira experincia de oficinas ocorreu no V Fórum Social Mundial, em janeiro de 2005, através da participação nas atividades do Laboratório de Conhecimentos Livres, situado no Acampamento da Juventude, ao qual o professor Lessig compareceu e comentou sobre o que viu em seu [http://www.lessig.org/blog/archives/002400.shtml|blog pessoal]. E, a partir desse mesmo ano, impulsionados pela parceria com o MinC, espalharam-se pelo Brasil os ((EncontrosDeConhecimentosLivres)).
- Estimulando este modelo de produção fomenta-se um espaço onde a ciência pode operar com mais inovação e a arte trabalhar com mais envolvimento no desenvolvimento das técnicas. Um dos grandes problemas da desumanização das tecnologias est no fato do não-questionamento dos mecanismos de repetição embutidos nas interfaces do softwares industriais. O computador é na maioria dos casos visto pelo artista como uma caixa fechada, que acaba ditando caminhos estticos vinculados a padrões de interfaces e amarrando o produtor cultural a uma dependência cega de novos produtos e formatos que esta indstria lança.
+ Em 2006, uma parceria com o governo da Junta de Extremadura da Espanha permitiu que 7 membros da comunidade viajassem à Europa para trocar conhecimentos com ativistas europeus. Foram realizadas ((EstudioLivreEspanha|oficinas em Almendralejo e Barcelona)), proporcionando um sensível upgrade à evolução do projeto (essa viagem tambm incentivou a internacionalização do site, que passou a contar com uma interface em diversos idiomas, mas o trabalho de tradução das páginas wiki ainda está apenas no começo).r />Apesar das características predominantemente mades acima descritas, se analisarmos o Estúdio Livre como um conceito, poderemos encontr-lo aplicado em diversas partes do Brasil, como, por exemplo, em [http://www.spet.br/|Curitiba], ((rio|Rio de Janeiro)), ((SampaLab|São Paulo)) e [http://estilingue.sarava.org|Belo Horizonte] - ou mesmo no espaço da prpria casa de um membro da comunidade.
- No caso do software de código aberto a produção segue um ritmo de demanda e colaboração mútua onde o desenvolvedor tem um feedback imediato do artista e este pode ter um conhecimento mais avançado sobre o desenvolvimento de suas ferramentas de trabalho, j que a produção destes não fica eternamente dentro do ciclo de "segredos industriais". Neste caso o conhecimento mais profundo para um método próprio de utilização da tecnologia é conseqüentemente estimulado e o potencial de customização de seus processos de produção torna-se muito maior, trazendo inclusive um maior interesse pela ciência e métodos que tornam isto possível.
+ __4. Consideraçes Finais__
- o cientista encontra neste ambiente um incentivo muito grande para sua criatividade e uma quebra de distâncias entre sua técnica e a cnica do artista, trazendo a visão de que produzir um cdigo, projetar uma interface ou máquina pode ser uma técnica carregada de intenção comunicativa e to ldica quanto pinceladas em um quadro ou dedilhadas em um violo. Estimula-se uma visão muito menos tecnicista de seu trabalho, trazendo a tona novamente a figura do inventor, jogando a luz da poesia sobre suas criações.
+ O escopo de atuação do Estúdio Livre concentra-se no fomento à aproximação dos ciclos de desenvolvimento e utilização da mídia software livre para a produção de outras tipos de mídia e no incentivo ao compartilhamento e colaboração nessa produção. Coloca-se antes de tudo como um ambiente que conta com voluntários da comunidade e que dividem esses interesses para soberania de seus princípios e autonomia de suas propostas. Por outro lado, incentiva a participação de seus membros mais ativos em consultorias e implementaões de projetos que precisem desta metodologia de trabalho, utilizando como ferramenta o material de documentação e obras do website. O Estúdio Livre tambm aceita doações voluntrias e parcerias com instituições, governos e empresas que estejam utilizando seu material ou desejem incentivar produões específicas na comunidade (documentação de algum software, compilação de documentações, customizações ou produção multimídia), desde que os objetivos dessa parceria sejam coerentes com os do projeto, e que o doador ou parceiro em questão não represente algo oposto ao ativismo exercido pela comunidade mantenedora.
+ A meta é criar um cenário de produção cultural e tecnológica mais participativa, que possa gerar reflexões menos alienadas do que o puro consumo de entretenimento e uma maior consciência do papel social de todos os envolvidos, que passam a se perceber como parte de um processo interdependente, aberto e coletivo. Chamamos essa meta de Estúdio Livre Fase 2, cuja intenção é produzir algo capaz de causar o impacto que o filme Cidade de Deus provocou na história do cinema brasileiro, mas com diferencial do software livre e do processo de compartilhamento metodológico, seguindo os passos do filme Elephants Dream, que foi aclamado primeiro filme open source do mundo.
- ~~#FF0000:artistas e Produtores Culturais:Meios de Produção Colaborativos.~~
- A maneira como o software livre produzido é sem dúvida um dos mais bem sucedidos modelos de gestão orgânica e participativa de um trabalho coletivo já conhecidos. A idéia de produzir participativamente usando interfaces na internet que permitem edição de código, verificação de diferenças entre versões, fóruns de discussão e listas de emails fomentou a construção de sistemas operacionais completos que hoje chegam a ser tão competentes para certos nichos de aplicação que são mais utilizados do que as aplicações "proprietárias", como no caso de servidores web. Isto acontece porque desta maneira mais "aberta" é mais direto e inteligente resolver problemas e implementar inovações do que de maneira "fechada" onde as partes se isolam do todo, vendendo serviços terceirizados e "secretos".
+ __Referncias__
- Esta visão influenciou muito a maneira de ver a produção artística neste ínicio de século. Ficou explícita a situação de que a produção artística poderia chegar diretamente em seu público sem intermediários e atingindo diretamente os interessados, sem precisar moldar-se a exigências estéticas e "mercadológicas" de seus distribuidores (muitas vezes suposições retrógadas que atrapalham a criatividade), compreendendo melhor seu campo de ação de maneira mais orgânica. Por outro lado isto gerou a necessidade de rever a questão de como fica o reconhecimento e remuneração desta autoria, sendo que potencialmente todo consumidor pode ser um distribuidor ou mesmo um colaborador nesta produção.
+ Castells, M. (1999), A Sociedade em Rede, Paz e Terra.
- Uma das soluções propostas, e colocadas em prática pelo Estúdio Livre é o fomento a produção colaborativa, com o uso de liçencas de compartilhamento para tratar de seus direitos autorais. Desta maneira o produtor cultural dá o direito prvio ao seu "público" a re-distribuir sua obra cobrando ou não por isto ou mesmo tornar-se parceiro na sua produção criativa. Assim cria-se um relação onde consumo e produção são partes de um mesmo ciclo onde o grande lucro é o conhecimento adquirido e o estabelecimento de redes sociais que cedo ou tarde serão parceiras em iniciativas para uma sustentabilidade mútua e criam uma cadeia de fluxo desta produção que quebra barreiras culturais e geopolíticas possibilitando nichos autônomos, muito mais auto-referentes e conscientes de suas direções e mais aptos a refletir sua influência sócio-econômica e o papel de sua produção.
+ De Ugarte, D. (2005), El Poder de Las Redes, livro eletrnico,<br />http://www.deugarte.com/gomi/el_poder_de_las_redes.pdf
+ Garcia, D. (2004), "We Pledge Allegiance to the Penguin" in Wired Magazine, Issue 12.11, November.
+ Lessig, L. (2005), Cultura Livre, Trama.
- __4.Considerações Finais__
+ Levy, P. (1993), As tecnologias da inteligência, Editora 34.
- O escopo de atuação do Estúdio Livre concentra-se no fomento a aproximação dos ciclos de desenvolvimento e utilização dos softwares livres para produção midiática e o incentivo ao compartilhamento e colaboração nesta produção. Coloca-se antes de tudo como um coletivo que conta com voluntários da comunidade que compartilha estes interesses para soberania dos princípios e autonomia de suas propostas. Por outro lado incentiva a participação de seus membros mais ativos em consultorias e implementações de projetos que precisem desta metodologia de trabalho, utilizando como ferramenta o material de documentação e obras do website. O Estúdio Livre também aceita doações voluntárias e parcerias de instituições que estejam utilizando seu material ou desejem incentivar produções específicas na comunidade ( documentações de algum software, compilação de documentação, customizações ou produção multimídia ), sempre respeitando as licenças colaborativas dos autores e quando tal utilização objetivar fim lucrativo procurar estes para discutir as implicações.
+ ~np~McLuhan~/np~, M. and Fiore, Q. (1967), The Medium is the Massage: An Inventory of Effects, Bantam books.
- A meta é incentivar um ciclo onde o desenvolvimento colaborativo dos softwares livres para produção multimídia e os produtos gerados com estas ferramentas encontrem um fluxo de distribuição, sustentabilidade e compartilhamento de conhecimentos técnicos e criativos, criando um cenário de produção cultural e tecnológica mais participativa, que possa gerar reflexões menos alienadas do que o puro consumo de &quot;entretenimento" e uma maior consciência do papel social de todos envolvidos, percebendo-se como parte de um processo interdependente, aberto e coletivo.
+ Novaes, T., Caminati, F. e Prado, C. (2005), “Sinapse XXI: cultura digital e direito à comunicação", Paulineas.
+ Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso? Não-Comercial-Compartilhamento? pela mesma licença 2.5. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan Abbott Way, Stanford, California 94305, USA.
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- KEYWORDS
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- Media Activism, Collaborative Environment, Free Culture, Open Knowledge
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- REFERENCES
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- http://www.estudiolivre.org
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- http://www.estudiolivre.org/videos
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- http://culturadigital.estudiolivre.org
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- https://lists.riseup.net/www/info/estudiolivre
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- http://estudiolivre.org/tiki-index.php?page=Compila%C3%A7%C3%A3o+-+Textos+da+Cultura+Digital+2005
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- Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso? Não-Comercial-Compartilhamento? pela mesma licença 2.5. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan Abbott Way, Stanford, California 94305, USA.

Histórico

Legenda: v - view, s - source, c - compare, d - diff

Data Usuári@ IpComentário Versão Ação
10:32:09 de 29/07/14 fabs186.206.115.244link quebrado 35
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