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Documentário: TIRE DIÉ (1960).

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Argentina, mais um país ex-colônia de exploração na América Latina que, ainda têm uma pequena parcela de seus povos nativos, sobreviventes dos massacres históricos, causados por homens que se diziam civilizados. E até hoje esse povos não receberam nenhuma indenização por desrespeito aos seus Direitos Humanos. Mas ao contrario disso receberam um peso em suas costas e nenhum "Peso" nos bolsos.

O Documentário Tire Dié (1960) de Fernando Birri documenta a situação da periferia de Santa Fé nos anos 50, período em que a Argentina buscava o desenvolvimento industrial, apresentada ao espectador como uma província de boas condições para o desenvolvimento industrial, apresentando sua ótima infra-estrutura para investimentos como: industrias, universidades, estradas de ferro, portos para escoamento das produções e etc. Mas tudo isso em beneficio de uma minoria, diz o Documentário. Sabermos que essa minoria são aqueles que detém e explora a terra, criando seus monopólios sobre ela e dos meios de produção.

O Documentário segue os trilhos de uma imensa estrada de ferro e, sem esperar a chegada de uma estação ferroviária o documentário nos deixa a beira dessa estrada. Ali naquele trecho é nos revelado uma vila campesina muito pobre, onde podemos notar nas pessoas que vivem na vila, os traços nativos de um povo, que hoje extinto nos grandes centros argentinos. Nos revela o descaso das grandes autoridades governamentais com aquele povo, que até então teve os trabalhos mais árduo na construção desse país. No decorrer do documentário de Barri é revelado mais incidência desse descaso, mostrando famílias inteiras abandonadas da beira daquela estrada, com seus filhos famintos que não vão à escola, pois não há escola, não há nada ali, apenas esse povo que insiste em sobreviver com as poucas moedas de Peso jogadas aos seus filhos pelos passageiros do trem que passa por ali. Esse é o momento mais importante do filme, pois nos revela um contraste social, de raças e de conceitos.

As crianças da vila se agitam e começam a correr atrás do trem que passa por ali, com nada em suas mãos para trocar pelas moedas, correm apenas com um grito na guela sedenta, pedindo para que os passageiros lance uma moeda. Na aflição pelas moedas percebemos os contrastes, podemos observar que naquele trem esta a minoria que foi dito no início do documentário, não é um povo nativo e mestiço que viaja naquele trem, não são pessoas como aquelas que vivem na vila. E assim caminha o trem da injustiça, da impunidade, da violência contra os povos latinos.

O Tire Dié nos traz vários questionamento sobre a América Latina e seus povos, isso torna-o um importante filme de cunho social na América Latina influenciado pelo neo-realismo italiano, que vai desencadear várias outras produções cinematográfica com mesmo cunho social e cultural. Tornando o cinema uma grande arma para o questionamentos políticos, sociais e culturais em toda América Latina.


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enviada por: Daniel_gnu em: 20:12 - 26/01