Blog: PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO


Descrição

Última modificação em: 25/01/12 - 16:01     Fonte RSS

ESCOLA JOÃO PERNAMBUCO

MIGUEL FARIAS, APRESENTADOR DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Bancada composta pela Tatiana Pedrosa, Abraaão Marreira, Fred Nascimento e Patrícia Barreto, professores e diretores da Escola João Pernambuco, tendo ao centro o apresentador do Programa Liberdade de Expressão, Miguel Farias
TATIANA PEDROSA
PATRÍCIA BARRETO
ABRAÃO MARREIRA
FRED NASCIMENTO

Miguel Farias recebeu no Programa Liberdade de Expressão, Fred Nascimento, Abraão Marreira, Patrícia Barreto e Tatiana Pedrosa, diretores e professores da Escola João Pernambuco, localizada na Avenida Barão de Muribeca, 116, na Várzea, que mantém cerca de dois mil alunos matriculados nas áreas de música, canto. Dança, técnica vocal e artes visuais, além de oficinas populares de capoeira, maracatu, coco de roda, entre outras.

Todos destacaram a importância da João Pernambuco no cenário artístico e cultural da cidade e seu papel como agente de inclusão social sendo, verdadeiramente, uma ação complementar de inclusão social com qualidade.

Falta de patrocínio, de apoio institucional e de cursos de formação são só alguns dos problemas enfrentados pelos grupos teatrais de Pernambuco, e os convidados mostraram que é preciso ser muito apaixonado pelo palco para fazer teatro no Recife. Além disso, o único curso de Artes Cênicas do Estado é oferecido pela Universidade Federal de Pernambuco, mas como é Licenciatura, se concentra na teoria. Para aprender na prática, atores recém-formados procuram cursos paralelos, como o da Escola Municipal de Arte João Pernambuco. A escola é referência no Estado quando o assunto é formação teatral.

Para Fred Nascimento, falta a inclusão do teatro no currículo escolar. “o governo tem a visão de que a arte é redentora, que é capaz de solucionar problemas como a violência entre os jovens, mas não dá apoio para isso”.
Telefones da Escola João Pernambuco: 32324703 - 32324704

QUEM FOI JOÃO PERNAMBUCO?

João Teixeira Guimarães nasceu em Jatobá, sertão pernambucano, em 02/11/1883 e faleceu no Rio de Janeiro em16/10/1947.
Com uma muda de roupas, seu violão e muitos sonhos, desembarcou João, aos vinte anos de idade, na então capital da República. Trabalhava como ferreiro em jornadas de até dezesseis horas diárias. O pouco tempo que lhe restava era dedicado ao violão. Para os seus amigos e admiradores, em número sempre crescente, contava e cantava coisas de sua terra, daí o apelido de João Pernambuco.
Já em 1908 era considerado um dos bambas do Choro, cantava e cantava bem. Nas cordas, além do violão que manejava com maestria e no qual desenvolveu uma técnica peculiar, era hábil na viola. Compôs mais de cem músicas entre choros, valsas, jongos, maxixes, emboladas, toadas, cocos, prelúdios e estudos. Suas composições mais conhecidas são Luar do Sertão(parceria com Catulo da Paixão Cearense) e Sons de Carrilhões.
A Canção Sertaneja foi consolidada a partir da aceitação popular da toada Caboca de Caxangá, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense e da importância que teve a participação de João Pernambuco apresentando canções folclóricas no Ciclo de Conferencias sobre Temas Folclóricos organizado por Afonso Arinos de Mello Franco e realizado em São Paulo em 18/12/1915.

tags: miguel farias, escola joão pernambuco, tatiana pedrosa, patrícia barreto, abraão marreira, fred nascimento

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AGENDA 21

"A Agenda 21 vem se constituindo em um instrumento de fundamental importância na construção dessa nova ecocidadania, num processo social no qual os atores vão pactuando paulatinamente novos consensos e montando uma Agenda possível rumo ao futuro que se deseja sustentável"
Gilney Viana


A Agenda 21 propõe a integração entre meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo o combate à pobreza como condição primordial para garantir a sustentabilidade. Enquanto plano estratégico, parte de uma visão integrada de diversos componentes e aborda, entre outros tópicos, a garantia dos direitos das mulheres e dos grupos vulneráveis, o papel das comunidades locais, a gestão de recursos naturais, os processos democráticos, etc. Oferece, portanto, um arcabouço para o desenvolvimento sustentável, levando a concluir que, se o capital naturalrestringe o processo econômico, é preciso maximizar a produtividade desse capital, nocurto prazo, aumentando a sua oferta , no longo prazo.


Para discutir a AGENDA 21, Miguel Farias convidou Evandro Araújo, coordenador da Agenda 21 que engloba os municípios de Camaragibe, São Lourenço da Mata, Araçoiaba e Paudalho, e parte de Abreu e Lima, Recife e Paulista e o médico Celerino Carriconde (Coordenador do Centro Nordestino de Medicina Popular

DR. CELERINO CARRICONDE-COORDENADOR DO CENTRO NORDESTINO DE MEDICINA POPULAR

PSICÓLOGO E UM DOS CORDENADORES DA AGENDA 21/PE

A Agenda 21 de Pernambuco constitui, sem dúvida, um marco na elaboração de políticas públicas no Estado. De início, resultou de uma obrigação assumida durante a Rio 92, mas o seu resultado expressa, sobretudo, um caminho de mudança, pactuado entre muitos, para um desenvolvimento sustentável que ultrapasse os umbrais de uma agenda ecológica, articulando o planejamento aos setores socioambientais e econômicos. Por fim, o fato de que a Agenda 21 Estadual, apesar de focalizar o futuro, resgata também o que já foi realizado no Estado em busca de uma sustentabilidade, deixa a certeza de que a sua implementação é possível, pois conta com o poder transformador da sociedade.

A Agenda 21 do Estado de Pernambuco tem por base a Agenda 21 Global, a Convenção de Combate à desertificação, a Convenção da Biodiversidade, a
Declaração do Milênio, e a Agenda 21 Brasileira. Vale salientar que há, entre a Agenda Global e a Declaração do Milênio, uma estreita relação, principalmente nas dimensões sociais e econômicas e no gerenciamento dos recursos para o desenvolvimento.
O conceito de desenvolvimento sustentável, conforme consagrado pelo Relatório Brundtland é aquele que satisfaz às necessidades do presente, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras em satisfazer as suas próprias necessidades.
De maneira operacional, o desenvolvimento sustentável pode ser conceituado como “o processo de mudança social e elevação das oportunidades da sociedade, compatibilizando, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência econômicos, a conservação ambiental, a qualidade de vida e a eqüidade social” (Buarque 1994). Esse conceito encerra três grandes conjuntos interligados, embora com características, funções e papéis distintos no processo de desenvolvimento:

Trata-se, portanto, de um processo de compatibilização de interesses, ações e sistemas, com alto grau de complexidade, e que terá as mais diferentes formas concretas, pois será sempre fruto dos condicionantes históricos específicos da realidade objetiva. Ainda
assim, algumas diretrizes genéricas são úteis. Ignacy Sachs contribui com o chamado tripé mágico: prudência ecológica, eficiência econômica e justiça social. A prudência ecológica levará à parcimônia no uso dos recursos naturais, garantindo a permanência
das atividades econômicas e da qualidade de vida. Eficiência econômica significa criar as condições para que os níveis de quantidade e qualidade da produção se elevem para os mesmos níveis de utilização dos recursos. Justiça social representa a igualdade de oportunidades para todos os contemporâneos.

A Agenda 21 de Pernambuco é um processo de planejamento participativo, com a mobilização de todos os segmentos da sociedade, que diagnostica e analisa a situação
do Estado e estabelece uma estratégia de ação, baseada em compromissos de mudanças, democratização e descentralização. A construção da Agenda teve a
coordenação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente – Sectma, e da Secretaria Executiva do Fórum Estadual da Agenda 21 de
Pernambuco.
As discussões em torno da Agenda tiveram início em 1999, ano em que foi criado o Fórum Estadual da Agenda 21 de Pernambuco, com a finalidade de acompanhar e avaliar o processo e a implementação de um plano de ação estratégico, visando à formulação de políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável, com a participação contínua de todos os segmentos da sociedade.
A construção da Agenda 21 de Pernambuco baseou-se na metodologia da Agenda 21 Brasileira, consultando a população e adequando as premissas e os temas considerados prioritários à realidade do Estado. O processo de elaboração do plano estratégico observa o estabelecimento de parcerias, enfatizando que a Agenda 21 não é um plano de governo, nem uma agenda meramente ambiental, mas uma proposta de estratégia integrada, destinada a subsidiar políticas públicas e estabelecer mecanismos de controle social que garantam a co-responsabilidade dos parceiros, inclusive na fase de
implementação das ações.

CIDADES SUSTENTÁVEIS
Esse tema abordou o uso e a ocupação do solo; planejamento e gestão urbana; habitação e melhoria das condições ambientais; garantia de direito de acesso às
cidades; padrões de consumo; reciclagem e coleta seletiva de lixo; prevenção, controle e diminuição dos impactos ambientais em áreas urbanas; conservação do
patrimônio histórico; rede urbana e desenvolvimento sustentável dos assentamentos humanos; transporte urbano; abastecimento de água e serviços de esgoto sanitário.
INFRA-ESTRUTURA
O debate em torno desse tema abordou questões, tais como: transportes e uso de tecnologias seguras e menos poluentes; maior cobertura social dos serviços
energéticos; fornecimento de energia ambientalmente saudável; racionalização do uso de energia alternativa e reavaliação dos atuais padrões de consumo; e comunicação, compreendendo telecomunicações, computação e informação.
REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS
Foram trabalhados, nesse tema, os seguintes itens: pobreza; sistema educacional; qualificação e emprego; distribuição de renda; saúde; dinâmica demográfica e os
impactos sobre o desenvolvimento; acesso de oportunidades aos grupos considerados vulneráveis, como mulheres, crianças, adolescentes, índios,afrodescendentes, etc.
ECONOMIA SUSTENTÁVEL
As discussões abrangeram os princípios da economia sustentável em Pernambuco e a visão regionalizada do Estado em termos das vocações e potencialidades para o
desenvolvimento. Foi feita uma análise da cadeia produtiva e do papel das novas tecnologias, principalmente no que se refere ao apoio a empreendimentos inovadores. Foi abordada a criação de instrumentos econômicos que venham a induzir políticas e ações.
GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Esse tema focalizou os seguintes itens: solo; recursos hídricos e florestais; uso e proteção dos recursos da fauna e da flora; recursos pesqueiros; preservação e
conservação e uso da biodiversidade; oceanos, zoneamento costeiro, mangues, conservação e uso sustentável dos recursos do mar; instrumentos de monitoramento
e controle; e políticas voltadas para o manejo adequado do uso dos recursos naturais.
COMBATE À DESERTIFICAÇÃO E CONVIVÊNCIA COM A SECA
As discussões envolveram: ciência e tecnologia para o desenvolvimento do semiárido, uso e conservação da biodiversidade, recuperação de áreas em processo de
desertificação, indicadores e monitoramento da desertificação, capacitação técnica e educação ambiental.


tags: miguel farias, agenda 21, celerino carriconde, evandro araújo

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TERAPIAS COMPLEMENTARES

O Programa Liberdade de Expressão, gravado dia 12 de junho de 2008, Miguel Farias debateu sobre TERAPIAS COMPLEMENTARES. Na mesa, Dr. Paulo Marques, terapeuta de Vivências Passadas e Dr. Ricardo Costa, acupunturista e homeoterapeuta.



Miguel Farias iniciou a conversa, fazendo uma reflexão sobre o corpo humano, que possui partes que interagem entre elas e com tudo funcionando harmonicamente, para termos o que se chama vida. Falou também sobre as especializações que estão pouco a pouco desumanizando um setor que deveria ser o mais interessado em entender o homem em sua diversidade.A enfermidade humana surgiu com a aparição do homem sobre a terra, assim como a necessidade de combatê-la. É comprovado que doenças que ainda hoje afetam a humanidade, levando até a morte, têm as características descritas por antigas civilizações como, por exemplo, os egípcios, há dezenas de séculos atrás.
De acordo com Landmann, Hipócrates, o pai da Medicina, definia saúde como o estado de harmonia do homem com a natureza, o equilíbrio entre os diferentes componentes do organismo entre si e com o meio ambiente. Saúde e doença dependiam de uma perfeita interação da mente com o corpo e do homem com o meio onde ele vivia.

Na Idade Média, com a concepção da Igreja de que Deus era o responsável pela ordem natural e social e que a doença era um castigo pelos pecados cometidos, o conceito hipocrático de saúde e doença foi esquecido e ao médico foi limitado o cuidado do corpo, para aliviar o sofrimento.
O Renascimento foi acompanhado pelo crescente desenvolvimento da ciência e seguido pelo crescimento da cultura ocidental. A concepção hipocrática, antes deixada de lado, foi profundamente abalada com o paradigma mecanicista de Descartes, que criava uma rigorosa dicotomia entre corpo e mente. O corpo, visto então como máquina, passou a ser tratado em partes cada vez menores. A doença, de acordo com essa concepção, era causada por defeitos das peças da máquina humana. À mente coube um papel irrelevante, um fantasma abrigado dentro do corpo - máquina. Todas as funções do corpo dependiam do funcionamento independente do órgão.

O paradigma cartesiano é o responsável pelas bases da medicina científica e pela criação das
especialidades médicas. No século XX, com as novas descobertas no campo da física, como as teorias de Einstein, abre-se um novo horizonte: a matéria é vista como manifestação de energia e, assim sendo, o ser humano, também matéria, é constituído de sistemas energéticos que interagem, formando um todo que deve ser equilibrado e harmonioso.
Segundo essa concepção, nós somos seres multidimensionais de energia, cujo corpo físico é
apenas um dos componentes de um sistema dinâmico maior, ou seja, o homem é um complexo mente/corpo/espírito, que existe em equilíbrio dinâmico contínuo com as dimensões energéticas superiores.


Dr. Paulo Marques, tem toda uma vida dedicada à vida acadêmica, na Unoversidade Federal Rural de Pernambuco, onde recebeu títulos e ocupou cargos importantes. Atualmente, é terapeuta e se dedica a Terapia de Vivencias Passadas.

Na Terapia de Vivências Passadas (TVP) o trabalho pode ser feito basicamente num estado de transe superficial, diferenciado portanto do estado normal de vigília, pois tem características próprias. O paciente da TVP conhece-se a si mesmo a partir de um estado alterado de consciência que se caracteriza por ser ampliado, consciente ou semiconsciente, introspectivo, activo e regressivo. É ampliado porque permite conhecer o que ocorre no inconsciente, possibilitando inclusive eventuais manifestações de cunho considerado paranormal. Neste estado o paciente pode relatar experiências não só do seu passado na sua vida actual inter ou pós-uterina (incluindo o nascimento), como também em vidas pretéritas, ou experiências ultra dimensionais, ou seja, ocorrências que provêm de uma dimensão extra física e interpenetrada nesta. Nas experiências de vidas passadas poderemos ainda subdividir em períodos antes, durante e após a morte física das mesmas.

Existem, no entanto, técnicas de aprofundamento de indução ou transe que podem levar o paciente a estados mais inconscientes, semelhante ao estado de sono profundo, ou mais ligeiros, semelhante ao sonhar semi-acordado.

Nesta terapia o papel do terapeuta é dirigir activamente a experiência do paciente, ajudando a reelaborar as histórias, imagens e ideias fixas que surgem na mente do paciente em estado de transe, por mais breves ou fragmentárias que sejam, pois são pedaços de outras personalidades ou de situações dum passado que poderão influenciar a sua vida actual presente. Ao revivenciar essas memórias, haverá um maior estado consciente e uma reprogramação da vida do paciente, liberando-o de traumas e bloqueios que vêm do seu inconsciente. Daí a necessidade do auxílio do terapeuta, sendo a auto-regressão sem acompanhamento nem sempre aconselhada, devido a não se conseguir os melhores resultados em muitos aspectos.

Esta terapia visa a que o paciente localize e se reveja nas experiências ou situações pretéritas que mais o marcaram, sendo especificamente dirigida de modo a que as reviva em todos os detalhes necessários ou importantes para ele, levando-o a integrar pensamentos, sentimentos e sensações desse período, beneficiando apagar os efeitos negativos dos incidentes ou traumas e, possibilitando assim, que o indivíduo viva a sua vida actual duma forma mais consciente e serena, lidando melhor com a realidade da sua vida presente e livre das questões mal resolvidas do seu passado.

Contrariamente ao que algumas pessoas pensam, a Terapia de Vivências Passadas não se trata de uma forma de enviar alguém para uma vida passada, ou duma viagem astral (saída do espírito fora do corpo), mas sim duma técnica de revivência de memórias do próprio indivíduo gravadas no seu subconsciente e que o afecta ou condiciona interiormente em algo na sua vida actual.

Trata-se de uma terapia completamente segura, que serve para fortalecer o espírito humano, também de reconstituição emocional, utilizando-se processos de indução e relaxamento para atingir um estado que permita ter acesso ao inconsciente, devendo existir sempre previamente uma análise das condicionantes para se conseguir o melhor resultado terapêutico para cada situação.

Dr. Ricardo Costa é acupunturista e homeoterapeuta e nos falou sobre a importância dessa técnica no tratamento de várias doenças, explicando sobretudo que a acupuntura é uma técnica de tratamento que consiste no estímulo de pontos determinados da superfície da pele. Podem ser utilizados neste processo agulhas, ventosas, massagens, e até o calor proveniente da queima da moxa, preparada à partir da erva artemísia (moxabustão).


A acupuntura surgiu possivelmente antes da era cristã, na China. Para alguns historiadores, as agulhas de acupuntura seriam o resultado da evolução das lancetas usadas para perfurar bolhas ou pústulas. Para outros, a prática da acupuntura teria se iniciado a partir da experiência corriqueira de massagearmos o local dolorido para fazer passar a dor. De qualquer maneira, as evidências arqueológicas não nos permitem ter certeza quanto ao processo de formação do corpo de conhecimentos da acupuntura. Da China, ela se espalhou por vários países da Ásia, adquirindo características peculiares à cultura da região onde se estabelecia. No Japão, por exemplo, as agulhas são mais finas, se dá mais atenção à palpação do abdomen, mas os princípios básicos de diagnóstico e tratamento são sempre os mesmos.

Além dos casos de dor, várias doenças funcionais podem ser tratadas pela acupuntura. Dentro da concepção chinesa, a doença é uma manifestação de desequilíbrio, e a acupuntura seria uma forma de readquirir a harmonia perdida. Entre as doenças tratáveis pela acupuntura estão: dores em geral, especialmente do aparelho músculo-esquelético, gastrite, stress, distúrbios hormonais, insônia, asma, distúrbios menstruais, paralisia facial, sinusite, incontinência urinária. Para saber se a acupuntura é adequada para o seu caso específico, pergunte ao seu médico acupunturista.

O mecanismo de ação da acupuntura ainda não foi completamente elucidado. Sabe-se que o estímulo dos pontos leva à produção de substâncias que teriam ação sobre receptores do sistema nervoso (neurotransmissores e neuromediadores), e que o resultado final seria a normalização das funções alteradas. A acupuntura teria também ação anti-inflamatória por estimular a produção de corticóides pela glândula supra-renal. A acupuntura é mais que um analgésico, combatendo a dor através da resolução do processo inflamatório que a causa. Há similaridades entre os efeitos da acupuntura e os causados pela serotonina, que é um neuromediador produzido pelo nosso cérebro.

Nós convidamos também a representante da Unidade de Cuidados Integrais à Saúde (UCIS) Professor Guilherme Abath, Odimarilis Dantas para falar sobre a inserção da homeopatia no Sistema Único de Saúde (SUS), que já ocorre de forma bem-sucedida no Recife por meio do Guilherme Abath, mas não conseguimos resposta ao convite, no entanto não podemos deixar de citar a importância do trabalho que é feito naquela instituição, que foi criada em 2004, e é considerada um avanço no trabalho integral da saúde da mente e do corpo. A proposta da unidade, vinculada à Secretaria de Saúde do Recife, se antecipou às atuais recomendações do SUS de estímulo à diversificação de oferta de tratamentos complementares nos serviços de saúde. No local, são promovidas atividades de meditação e harmonização pessoal, como tai chi chuan, ioga, bioenergética, acupuntura, fitoterapia, automassagem e oficinas de alimentação saudável.A unidade conta ainda com a Farmácia Pública de Manipulação de Medicamentos Homeopáticos, a primeira pública no ramo em Pernambuco, inaugurada em setembro de 2006. Para quem estiver interessado em conhecer a UCIS Guilherme Abath, ela fica localizada na Rua Eduardo Wanderlei, 221, Encruzilhada. Funciona das 7h30 às 17h30. O telefone de contato é o 3232.7731.

tags: terapias complementares, dr. paulo marques, terapia de vivencias passadas, dr.ricardo costa, homeoterapeuta

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No Programa Liberdade de Expressão gravado dia 06 de junho de 2008, foi debatido o tema: TATTOO: ARTE NO CORPO

O que é uma tatuagem?
Vamos rever, em poucas palavras, o que é exatamente uma tatuagem: uma tatuagem é uma marca ou desenho permanente feito no corpo quando se insere pigmento na camada dérmica da pele por meio de rupturas na camada superficial da pele
As tatuagens modernas são aplicadas usando-se uma máquina de tatuagem elétrica com agulhas que perfuram a pele rapidamente com movimento para cima e para baixo, não muito diferente do movimento de uma máquina de costura.
A maioria dos cirurgiões dermatológicos alerta que não é possível a remoção total das tatuagens. O objetivo das tatuagens é que sejam permanentes, por isso removê-las é difícil. Pouquíssimos cirurgiões garantem a remoção completa. Contudo, há diversos métodos de remoção de tatuagens que se mostram eficazes. O grau de variações coloridas ou manchas remanescentes depende de vários fatores, entre os quais, tamanho, local, capacidade individual de cicatrização, como a tatuagem foi aplicada e há quanto tempo ela está na pele. Por exemplo, uma tatuagem aplicada por um tatuador mais experiente pode ser mais fácil de remover, porque o pigmento foi injetado uniformemente no mesmo nível da pele. Além disso, tatuagens recentes podem ser mais difíceis de remover do que as antigas.
Os médicos dizem que não podem prever o grau exato de remoção, porque eles não costumam saber quais das 100 tintas para tatuagens hoje existentes foram usadas (atualmente, o U.S. Food and Drug Administration classifica os pigmentos de tatuagem como "aditivos coloridos" a serem aplicados apenas na camada superior da pele). Procure um especialista em remoção - não se esqueça de levar consigo uma lista de perguntas.

ENDEREÇOS DOS TATUADORES:
O Higo Tattoo e a Boneca Tattoo, têm a PARABOLICA TATTOO no shoping recife tel: 3467-5430 cel:9624-6182 ou 8717-6599
no salao edelson na entrada do ed garagem
atendendo de domingo a domingo das 10:00 as 21:00 hrs
retokes de tattoos de segunda a quarta

O EVANDRO TATTOO é um premiado em diversas convenções e tem consultório em Olinda
TELEFONE: 88059719

TICO TATTOO, O MAIS JOVEM, INICIOU HÁ UM ANO E ESTÁ LÁ EM JABOATÃO
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Jaboatão dos Guararapes-Pe?
LIGUE E MARQUE A SUA HORA:8768-5306

CARLINHOS TATTOO do
Art Sapiens Tattoo Studio
Av. Cons Aguiar 3687
Boa Viagem, Recife, 51020021(0xx)81 3326-9308


tags: tatoo.miguel farias, higo tatoo, boneca tattoo, evandro tattoo, tico tattoo, carlinhos tattoo

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 00:07 - 19/09    |    permalink    |    comentar

CULTURA HIP HOP EM PERNAMBUCO


No Programa Liberdade de Expressão, gravado dia 09 de junho de 2008, foi debatido o tema: CULTURA HIP HOPNa mesa de debates, o ZÉ BROWN, o JOV,o MIGUEL FARIAS, a NINA RODRIGUES e o LULA DIAS, que deu um recado especial
Mesa de debates desta feita com o MC PABLO e para conversar sobre a Cultura HIP HOP, um movimento cultural, político e social. A utilização dos elementos artísticos do Hip Hop (MC, Dança de rua, graffit, Dj e do quinto elemento, o Conhecimento), como veículo aglutinador da juventude, para a construção de um verdadeiro processo de cidadania dos jovens de periferia, e que é encarado como o maior desafio da história do movimento.Todos os convidados do Liberdade de Expressão, têm uma história no movimento, mas não poderíamos deixar de falar do Zé Brown, um ícone do Movimento, quando no início da década de 90, no Alto Zé do Pinho, outrora uma das áreas marginais mais violentas do Recife, hoje celeiro de bandas jovens e movimentos sociais o Zé estava na banda Faces do Subúrbio, formada por jovens da periferia, num esquema recorrente por esse mundo afora: sob forte influência do movimento hip-hop americano, reduto do protesto e da consciência social de jovens negros excluídos nas grandes cidades americanas. Segundo Zé, “Eu também já fui muito influenciado pela cultura norte-americana . Usava uns casacos grandes, além uns pingentes invocados e umas correntes. Depois de um tempo, eu passei a perceber que a gente vivendo num clima desse, extremamente quente, e eu usando roupas como se estivesse no Pólo Sul.” Zé, que ganhou o apelido porque vivia pra cima e pra baixo com um disco de James Brown nas festas de break no Alto, e seus companheiros, não apenas trocaram os pesados casacos pelas camisetas e bermudas como vestiram suas letras com a temática da realidade circundante, como, grosso modo, ocorre com o movimento hip-hop por toda a América Latina. Por fim, cada vez mais, essa identificação com o universo local levou às famosas raízes: Zé lembrava quando menino ia à cidade com sua mãe e ouvia encantado nas praças os emboladores Caju e Castanha, Rouxinol e Beija-flor improvisando ao som do pandeiro, numa sucessão de rimas em alta velocidade.Adulto, já conhecido como um rapper de respeito, percebeu algumas afinidades entre os dois gêneros, especialmente nos versos livres, rimas repetidas e na batida rítmica, e passou a compor, escrevendo as letras e colocando a embolada, a poesia do rap com a batida da embolada. Hoje, Zé Brown (José Edson da Silva, nascido no Recife, Segundo Grau completo), além de músico é arte educador, participando de projetos sociais com crianças em situação de risco em bairros pobres como Arruda e Santo Amaro, além do próprio Alto José do Pinho.

É importante destacar como o Movimento Hip Hop pode desenvolver o processo de uma cidadania plena da juventude pobre e como deve ser a sua relação com outros movimentos populares, que também trabalham para construir a cidadania nas suas áreas específicas de atuação.

ZÉ BROWN, ÍCONE DO MOVIMENTO HIP HOP

email: zebrownrima@gmail.comCONTATO PARA SHOW: 34314423 - PAULA SENA

JOV, UM JOVEM E IMPORTANTE GRAFITEIRO

email: rapperjov@gmail.com - fone: 87714384

NINA RODRIGUES MC, COLUNISTA DO SITE http://www.vermelho.org.br/, VOCALISTA DO CONFLUÊNCIA E VOCALISE

email: n.ninarodrigues@gmail.com
LULA DIAS, QUE INICIOU NO BREAK E HOJE FAZ REPENTES DE RUA VIVENCIANDO O COTIDIANO
MC PABLOemail: pablo_cavalcanti@hotmail.com

tags: grafite, rapper, miguel farias, zé brown, nina rodrigues, jov, pablo cavalcanti, mc

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PRODUÇÃO INDEPENDENTE EM PERNAMBUCO




PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

No Programa Liberdade de Exoressão gravado no dia 30 de maio de 2008, foi debatido o te,a; PRODUÇÃO INDEPENDENTE

Na mesa, os convidados Cecília Arruda, da Banda Parabelos, Flávio Mamorra, da AMP, Jefferson Moura da Fábrica Estudios e Tico Rodrigues, da Banda Semblante

Tico Rodrigues, vocalista da Banda Semblante, som feito com Guitarras pesadas, vocal melodico diferenciado,bateria explosiva e um baixo trabalhado... isso eh que faz a SEMBLANTE ser a grande diferenca.SEMBLANTE eh :- TICO - Voz- GUGA - Guitarra- J.RICARDO - Baixo- FITO- Bateria-SEMBLANTE contatos:Fones:(81) 8768 -5306EMAIL-producaosemblante@yahoo.com.brSEMBLANTE links:- SEMBLANTE no PALCO MP3-www.palcomp3.com.br/semblante- SEMBLANTE no Orkut - Comunidade Oficialhttp://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=10118542-SEMBLANTE no cifra clubhttp://cifraclub.terra.com.br/cifras/semblante/-SEMBLANTE fotologhttp://www.fotolog.com/bandasemblanteweb page:
http://meu.powerscrap.com.br/BANDASEMBLANTE_YAHOO.C0M.BR

email:
bandasemblante@yahoo.com.br

Cecília Arruda, Compositora e vocalista da Banda Parabelo. O "Parabelo" vem da arma cangaceira típica do interior do Nordeste, cuja alcunha descende do parabelum, pistola alemã, e além de dar nome à banda é também título do primeiro CD-EP (2007) com a participação especial do músico Carlinhos Lua (flauta e sax). Trabalho idealizado e produzido pela banda, da gravação a capa artesanal!Felipe Pinto (violão e cavaco) é de Casa Amarela; Cecília Arruda (vocal) e Dhiogo Rezende (percussão) são de Recife e estudaram em Nazaré da Mata; Ramsés (bateria) de Olinda e estudante da Zona da Mata; Marcos Henrique (baixo e voz) e Luiz Henrique (violão e voz) também são de Olinda.***Todos trazem suas vivencias individuais para o universo temático e para a sonoridade da banda.

Jefferson Moura, da Fábrica Estudios, localizado no bairro da Várzea, a margem da mata do Segredo, uma das maiores reservas de área verde da cidade, o Fábrica oferece um ambiente ideal para a criação e produção musical dos mais diversos estilos. Seguimos a filosofia de fazer com que cada trabalho musical tenha um tratamento diferenciado, agregando tecnologia de ponta, salas acusticamente tratadas, profissionais treinados e um local tranqüilo e inspirador.Os aspectos técnicos também são fundamentais, dessa forma, o Fábrica investe em uma estrutura de primeira e profissionais qualificados, além de trabalhar com todo tipo de manipulação de áudio, desde gravação e edição de CDs e DVDs, até gravação de shows ao vivo e produção de trilhas sonoras. Outra vantagem dos nossos estúdios é que em toda produtora de áudio o CD fica pronto e o trabalho termina. Mas no Fábrica Estúdios é diferente. Produzir é só uma parte do que podemos fazer por nossos clientes. Aqui no Fábrica você grava o seu cd, faz a capa do disco, consegue contatos com distribuidoras e até grava um videoclipe.

Vários nomes já passaram pelo Fábrica. Naná Vasconcelos, Cordel do Fogo Encantado, Arto Lindsay, Chico César, Mundo Livre S/A, A Roda, Silvério Pessoa, Inaldo Moreira, Mônica Feijó, Suvaca di Prata, Superoutro, Mula Manca e a Triste Figura, Reginaldo Rossi, Adilson Ramos, Coquistas do Amaro Branco, Siba e Fuloresta do Samba, Poetas da Mata Norte, Bonsucesso Samba Clube, Flávio Guimarães, Sheik Tosado, Lucas dos Prazeres e Raízes de Quilombo, Zeferina Bomba, Mestre Salustiano, Maciel Salustiano, Grupo Terra, Think of One e Ntoumos (Bélgica), Areia Projeto, Choro Brasil, Songo, Variant TL, Marcelo Santana, Cascabulho, Mombojó, Sexteto Capibaribe, River Raid, Antônio Nóbrega são alguns dos artistas que nos deram a possibilidade e o prazer de contribuir em seus projetos.

SERVIÇOS:·Gravação de áudio para CD

·Gravação de áudio para DVD (Unidade Móvel)

·Produção·Mixagem 2.0 e 5.1·ISRC

·Masterização

SERVIÇOS PRESTADOS POR PARCEIROS:

·Músicos·Making off da gravação·Faixa multimídia

·Vídeo clipe da banda·Prensagem de CD

·Prensagem de DVD

·Web designer

·Fotógrafos

.Captação e finalização de imagem para DVD

.Autoração

Flávio Mamorra, da Articulação Musical Pernambucana - AMP - Uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em outubro de 2003, por iniciativa de músicos profissionais, técnicos de sonorização e iluminação, cenográfos, produtores culturais, jornalistas, radialistas, videastas, fotógrafos, divulgadores, distribuidores, sociólogos, atores, designers, advogados entre outros profissionais de diversas áreas.Tem como objetivo principal articular, organizar e capacitar pessoas interessadas em desenvolver programas, projetos e propostas de políticas públicas, que através da música promovam sustentabilidade para os seus beneficiários e transformação social numa perspectiva de uma sociedade mais justa. Nesse sentido, há mais de dois anos a AMP, em sua atuação como interlocutor da sociedade civil junto ao poder público, tem exercido uma prática de economia solidária incomum no meio artístico. Contanto com a disponibilidade de profissionais de reconhecido valor, para o exercício da cooperação e trabalhos colaborativos.Considerando o alto pontencial da arte, enquanto instrumento de tranformação social, um grupo de artistas e profissionais ligados à música percebeu a necessidade de trabalhar num processo de construção coletiva para atingir o mesmo ideal de uma sociedade mais igualitária nas oportunidades. Essa atitude inegavelmente, situa-se numa proposta de valorização da música pernambucana, um dos setores mais desfavorecidos diante da sociedade de consumo, do monopólio dos meios de comunicação, do poder hegemônico das grandes corporações do entretenimento e da banalização da cultura em geral.
Link: http://www.amp-pe.org.br/

DEPOIMENTO DA COMUNIDADE DO ORKUT SOBRE A CECÍLIA ARRUDA




Cecília Arruda participou de programa da TV-PE falando de Produção independente de bandas em Pernambuco.Nesta terça feira (03/06/08) foi ao ar na TV Pernambuco o programa Liberdade de Expressão. Com o tema: Produção de Bandas Independentes. Para falar do assunto estavam presentes Flávio Mamorra da AMP – Articulação Musical de Pernambuco; Jéferson Perez do Fábrica Estúdio; Tico Rodrigues da Banda Semblante e Cecília Arruda que é vocalista da Parabelo.
A banda Semblante participou mostrando seu trabalho, a apresentação do programa é de Miguel Farias. Os convidados falaram muito das possibilidades de divulgação que uma banda ou artista pode ter através da internet e a importância de saber usar essa ferramenta. Discutiram sobre apoios institucionais de rádios públicas, comunitárias ou comerciais, de emissoras de TV’s públicas ou privadas na relação de centralismo da mídia, exclusão do que não é considerado comercial com espaços cientes do compromisso social para com a cultura, que promovam os trabalhos independentes, tornando-os mais visíveis, construindo um espaço musical mais democrático.
Cecília falou das possibilidades de fazer um trabalho com qualidade, um CD – EP produzido de forma independente, podendo este chegar até de forma comercial ao público, das possibilidades de gravação de áudio e vídeo cada vez mais acessíveis. A infinidade de recursos digitais hoje em dia tão comuns como câmeras digitais, programas de edição gratuitos na internet, auxiliam a banda na confecção de bons trabalhos. Jéferson do Fábrica Estúdio falou da relação que os integrantes da banda acabam tendo com os vários setores de produção executiva de uma banda, como operação de som/técnica, iluminação, edição, divulgação onde essa relação é construtiva tanto para a formação dos músicos como para sobrevivência e possível acesso a melhores espaços para mostrar o trabalho produzido.
Flávio da AMP colocou a vivencia da entidade que existe para promoção e apoio de trabalhos independentes de músicos pernambucanos. Falou das dificuldades e conquistas da Articulação Musical.Tico que é vocalista da Semblante, colocou as dificuldades enfrentadas por bandas que não tem recursos financeiros para se manter na ativa, e de forma positiva e otimista disse que com todas as barreiras a luta de continuar fazendo música é valida, desde que se corra sempre atrás!
No encerramento do bate papo, antes da Semblante mostrar sua música, Miguel propôs para que os convidados citassem a partir de suas visões outros artistas ou bandas que de forma independente estão conquistando seus espaços. Bandas como Nuda, Pressão Sanguínea, 3 no Beco, Trio Pouca Chifra foram citadas, Cecília lembrou de bandas que a Parabelo considera parceiras devido à relação de amizade com alguns de seus integrantes como também na questão musical, são bandas como Forró de Cana, Casas Populares da BR 232 e Meus 15 anos. Além dessas, Cecília citou artistas que já ultrapassaram as características mais rotuláveis de Banda Independente, devido às experiências com gravadoras ou meios de comunicação da grande mídia, estruturas e lugares onde fazem shows, são nomes como Issar, Alessandra Leão, Siba e os Ticuqueiros.
O Programa Liberdade de Expressão vai ao ar de segunda a sexta na TV Pernambuco (canal 46 – Recife) de 18:00 às 19:00.

tags: miguel farias, banda parabelo, cecília arruda, flávio mamorra, amp, tico rodrigues, banda semblante, jefferson moura, fábrica estudios

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 23:41 - 08/06    |    permalink    |    comentar

PERSPECTIVA DE MUDANÇA ATRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE CULTURA

CONVIDADOS DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO







PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
ASTROGILDO SANTOS - PRODUTOR CULTURAL - DIRETOR DA A-SIM
MÁRCIA SOUTO - SECRETÁRIA DE PATRIMÔNIO, CULTURA E TURISMO DE OLINDA
MIGUEL FARIAS - APRESENTADOR DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
JOÃO ROBERTO PEIXE - SECRETÁRIO CULTURA DA CIDADE DO RECIFE
FERNANDO VELOSO - SECRETÁRIO DE CULTURA DA CIDADE DO PAULISTA

ZÉ TROVÃO - CANTOR E COMPOSITOR -

No programa Liberdade de Expressão gravado dia 16 de maio de 2008, foi debatido o tema PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS ATRAVÉS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS, com a presença do Produtor Cultural e Diretor da A-SIM, Astrogildo Santos, Secretário de Cultura do Município do Paulista, Fernando Pessoa, Secretário de Cultura do Recife, João Roberto Peixe e da Secretária de Cultura da Cidade de Olinda.

No Brasil a relação entre o Estado e a cultura tem uma longa história. Entretanto a elaboração de políticas para o setor, ou seja, a preocupação na preparação e realização de ações de maior alcance, com um caráter perene, datam do século XX e para mudar estruturas sociais, econômicas e políticas há que se mudar, antes de tudo, a prática humana. Mudando as pessoas muda-se a sociedade. Por isso, a cultura assume uma condição omportantíssimo no processo de mudança social. Qualquer que seja a perspectiva de mudança passará pela dimensão cultural. Assim, é forçoso reconhecer que a cultura assume categoria importante no desvendamento da organização social e dos padrões estabelecidos na sociedade. É difícil avançar na mudança estrutural sem que haja modificações nas práticas sociais de sujeitos e entre homens e mulheres. Na cultura política contemporânea, tomando-a como conjunto de crenças, atitudes e comportamentos, coexistem práticas tradicionais e inovadoras, evidenciadas a partir da realidade social e da relação entre a sociedade civil organizada e o Estado. .
Políticas públicas de cultura: um campo em construção Partindo de um conceito de cultura que englobe o conjunto dos saberes e dos fazeres a relação estado e cultura passa a estar presente no conjunto dos órgãos que compõem o governo. Logo, a elaboração de políticas deve partir da percepção da cultura como bem da coletividade e da observação da interferência nas práticas culturais enraizadas das ações levadas a cabo pelas mais diversas áreas governamentais (saúde, educação, meio-ambiente, planejamento urbano, entre outras). Durante muito tempo a ação do Estado ficou restrita a preservação daquilo que comporia o conjunto dos símbolos formadores da nacionalidade, tais como o patrimônio edificado e as obras artísticas ligadas à cultura erudita (composições, escritos, pinturas, esculturas, etc.). O papel de guardião da memória nacional englobava atribuições de manutenção de um conjunto restrito de manifestações artísticas. As manifestações populares deveriam ser registradas e resgatadas dentro do que poderia ser classificado como o folclore nacional. A partir da década de 1950 os organismos internacionais passam, gradativamente, a trabalhar com a noção de bens culturais, tornando usual a expressão patrimônio cultural. Em 1972, temos a Carta do México em defesa do Patrimônio cultural, que apresenta a definição de patrimônio como o “conjunto dos produtos artísticos, artesanais e técnicos, das expressões literárias, lingüísticas e musicais, dos usos e costumes de todos os povos e grupos étnicos do passado e do presente.” Também nesse momento, dentro da convenção da UNESCO, a Bolívia lidera um movimento pela realização de estudos que apontassem formas jurídicas de proteção às manifestações da cultura tradicional e popular . Surgem em 1989, as Recomendações sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular da UNESCO, um instrumento legal que fornece elementos para a identificação, a preservação e a continuidade dessa forma de patrimônio. Em 2000, temos no Brasil, a criação do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, dando início ao processo de efetivação de um campo específico de atuação dentro da área de preservação de patrimônio. Em 2005, a Unesco propôs a adoção da Convenção para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, conhecida por Convenção da Diversidade. Seu texto reafirma as relações entre cultura e desenvolvimento procurando criar uma nova plataforma para a cooperação internacional. Um dos seus aspectos mais destacados é a reafirmação da soberania dos países para elaborar suas políticas culturais, tendo em vista a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais, buscando criar condições para que as culturas floresçam e interajam com liberdade de uma forma que beneficie mutuamente as partes envolvidas. Depois de ratificada pelos países membros da Unesco a Convenção entra em vigor em março de 2007. Em termos gerais podemos dizer que os primeiros quatro anos de gestão do Ministro Gil foram de construção real de um Ministério da Cultura. Desde a criação em 1985, o órgão passou por uma série de crises e processos de descontinuidade. A gestão do Ministro Weffort (oito anos) foi acompanhada por uma política de Estado mínimo, o que para um ministério que mal havia sido recriado trouxe enormes dificuldades operacionais. Ao terminar tal gestão o Minc tinha como principal atividade aprovar os processos que seriam financiados através da Lei de Incentivo à Cultura. No primeiro ano da gestão do Ministro Gil, foi elaborado um plano de ampla reformulação da estrutura do Minc. Logo de início foram previstas alterações radicais na lei de incentivo. Antes de implementar as mudanças, o Ministério realizou uma série de consultas e fóruns com participação de diversos segmentos da área artística e da sociedade em geral, onde ficaram evidenciadas tanto as distorções acarretadas pela forma da aplicação da lei, quanto sua extrema importância para o setor artístico-cultural. Estavam abertos os primeiros canais de diálogo entre o Minc e a sociedade civil. Internamente foi planejada a criação de secretarias, buscando uma racionalização do trabalho que levasse a uma definição do papel do próprio Ministério dentro do sistema de governo. Foram criadas as secretarias de Políticas Culturais, de Articulação Institucional, da Identidade e da Diversidade Cultural, de Programas e Projetos Culturais e a de Fomento a Cultura. Estava formada uma nova estrutura administrativa para dar suporte à elaboração de novos projetos, ações e de políticas.
Desafios para o processo de implementação de política culturais Uma política cultural atualizada deve reconhecer a existência da diversidade de públicos, com as visões e interesses diferenciados que compõem a contemporaneidade. No caso brasileiro, temos a premência de reverter o processo de exclusão, da maior parcela do público, das oportunidades de consumo e de criação culturais. Nestor Canclini utiliza o conceito de hibridização cultural como uma ferramenta para demolir a concepção do mundo da cultura em três camadas: culta, popular e massiva. O conceito de hibridização abrange diversas mesclas interculturais, não apenas as raciais, que se costuma encaixar no termo mestiçagem, ou as preponderantemente religiosas, categorizadas enquanto sincretismos. A promoção de políticas de caráter mais universal tem como desafio, a questão de um processo de “desigualdade natural das necessidades culturais”.e é necessário ter cautela na aplicação mecânica e simplista de uma política de acesso.. Considerando que a aspiração à prática cultural varia como a prática cultural e que a necessidade cultural reduplica à medida que esta é satisfeita, a falta de prática é acompanhada pela ausência do sentimento dessa privação. A ação na área da cultura tem sido frequentemente vista através de uma visão limitada ao acontecimento episódico, ao evento, inclusive por muitos dos gestores da área pública. Qualquer processo de gestão requer diretrizes, planejamento, execução e avaliação de resultados, e com a cultura não ocorre diferente. Um dos grandes desafios da gestão pública da cultura na avaliação das ações implementadas tem relação com os objetivos e à multiplicidade de efeitos buscados ou por ele alcançados. As ações públicas têm que demonstrar minimamente coerência entre o que se diz buscar e as ações postas em prática. Não existe relação direta de causa e efeito no campo da ação cultural, o que torna complexa a avaliação. Parte das ações interagem com o campo das mentalidades, das práticas culturais enraizadas, necessitando de um tempo mais longo para gerarem resultados visíveis. Nesse caso o grande desafio é o de criar projetos que não sejam desmontados a cada nova administração, gerando um ciclo contínuo de desperdício de recursos e de trabalho. Um dos possíveis caminhos a serem seguidos nesse processo de construção de políticas de longo prazo é o do envolvimento dos agentes atingidos por tais políticas. O país vive hoje um movimento contínuo de construção de projetos coletivos de gestão pública nas mais variadas áreas. São cada vez mais atuantes os conselhos que contam com a participação efetiva da sociedade civil. Os produtores, os agentes, os gestores culturais, os artistas, o público em geral, também vêm buscando formas de participar e de interferir nos processos de decisões no campo das políticas públicas culturais. Ressurgem movimentos de valorização das manifestações culturais locais que incentivam tanto a redescoberta dos artistas da comunidade, como de novas formas de produção artístico-culturais. Aumentam as demandas por uma maior formação e especialização dos agentes culturais locais em todos os níveis, do artesão aos responsáveis pelas atividades burocráticas, que devem implementar seus projetos buscando uma autonomia cultural. A base de um novo modelo de gestão está no reconhecimento da diversidade cultural dos distintos agentes sociais e na criação de canais de participação democrática. A tendência mundial aponta para a necessidade de uma maior racionalidade do uso dos recursos, buscando obter ações ou produtos (um centro de cultura, um museu, uma biblioteca, um curso de formação) capazes de se transformar em multiplicadores desses ativos culturais. É a falência do modelo de uma política de pulverização de recursos, como foi o caso do Programa de Ação Cultural da década de 1970, que, mesmo cobrindo vastos espaços territoriais, não evitou a falta de integração entre eventos que foram percebidos e vivenciados de maneira isolada, ou seja, mobilizou uma grande soma de recursos com um resultado pequeno, mas que ainda vem sendo insistentemente utilizado por algumas administrações. No caso brasileiro, encontramos, nos diversos níveis de governo, órgãos responsáveis pela gestão cultural. Em todos eles estão presentes os problemas da carência de recursos. É fundamental definir as relações que podem e devem ser estabelecidas entre os vários órgãos públicos de gestão cultural nos níveis federal, estadual e municipal, e destes com outras áreas governamentais, com as instituições privadas e com a sociedade civil. Existe uma série de competências legais comuns entre a União, os estados e os municípios. Entre as quais podemos destacar a função de proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais e os sítios arqueológicos. Uma conseqüência visível disso é a da existência de uma série instituições como museus, centros culturais, galerias de arte, bibliotecas, teatros, etc., sob administração indistinta da União, dos Estados e dos municípios. Estas instituições possuem acervos similares e promovem, muitas vezes, atividades idênticas sem ao menos buscar uma integração, ou um planejamento partilhado. Não existem políticas nacionais, por exemplo, de gestão desses acervos. Não existe um lugar que centralize essas informações permitindo ao governo um real conhecimento da atual situação, subsídio indispensável para a elaboração de políticas. Há a necessidade de realizar algumas partilhas de tarefas entre os diversos níveis de governo, evitando duplicidades ou, ao contrário, omissão de ações, como comumente ocorre na área dos bens tombados. A diversidade cultural coloca em pauta a questão da democratização cultural. Um processo contínuo de democratização cultural deve estar baseado em uma visão de cultura como força social de interesse coletivo, que não pode ficar dependente das disposições do mercado. Numa democracia participativa a cultura deve ser encarada como expressão de cidadania, um dos objetivos de governo deve ser, então, o da promoção das formas culturais de todos os grupos sociais, segundo as necessidades e desejos de cada um, procurando incentivar a participação popular no processo de criação cultural, promovendo modos de autogestão das iniciativas culturais. A cidadania democrática e cultural contribui para a superação de desigualdades, para o reconhecimento das diferenças reais existentes entre os sujeitos em suas dimensões social e cultural. Ao valorizar as múltiplas práticas e demandas culturais, o Estado está permitindo a expressão da diversidade cultural. Questões presentes e desafios para o futuro Podemos afirmar que hoje duas questões centrais compõem a pauta das políticas de cultura: a da diversidade cultural e a da economia da cultura. As problemáticas que as envolve têm uma série de pontos interseccionados, alguns deles serão apresentados a seguir, acompanhados por possíveis formas de atuação na elaboração de políticas. O primeiro ponto é o da defesa da diversidade como elemento fundamental para a continuação da existência das próprias sociedades e que comporta como proposições de política: - Aquela que considera os vários aspectos da diversidade, não se contentando, por exemplo, com a mera preservação do variado como na construção de um enorme museu de “objetos” vivos, destinado ao prazer daqueles que são de fora daquela comunidade. - Promoção da diversidade como lugar de diálogo constante entre grupos e não como lugar da formação de grupos isolados. - Utilização da questão da diversidade como bandeira fundamental contra o processo de globalização uniformizadora. O segundo ponto é o de que é essencial a garantia e a defesa dos produtos e do mercado cultural, ou seja, é o que diz respeito a forma de ação do Estado sobre o mercado de bens culturais, regulando os excessos e que pode ter como objetivos principais: - Implementar ações que inibam a intervenção mercadológica devastadora (como, por exemplo, alterações de calendários e de tempo de duração) em festejos e celebrações tradicionais. - Desenvolver ações que elevem o grau de autonomia de decisão dos grupos envolvidos sobre os bens e serviços culturais. - Adotar medidas que garantam um tratamento diferenciado entre os produtos culturais e os mercantis. O terceiro ponto é o da implementação de uma maior abertura no intercâmbio cultural internacional. A manutenção da diversidade não implica na geração de um processo de isolamento cultural. Há a necessidade da realização de intercâmbios diversos, em condições equilibradas e não a submissão ao tipo de relação que vem sendo imposta pelo crescente processo de globalização. Para tanto podem ser elaboradas políticas que visem: - Apoiar ações pautadas em relações transnacionais, sem submissões ou dependências. - Criar políticas de defesa da circulação da produção cultural em níveis mundiais, elevando ao máximo a idéia de diversidade. - Ampliar o conceito de globalização, diferenciando-o da dominação cultural norteamericana. - Formular procedimentos que estimulem o efetivo cumprimento dos acordos internacionais no campo. - Implementar de ações que coloquem cada vez mais a cultura como um dos elementos centrais nos acordos internacionais. No quarto ponto está a necessidade de tratamento das manifestações culturais como parte do patrimônio de um povo, que deve ser protegido frente a ameaças de natureza diversa e que necessita de políticas que contribuam para a: - Elaboração de formas de ação quando por um motivo qualquer um grupo, tradição ou manifestação se veja ameaçado de desintegração e/ou desaparição. - Formulação procedimentos que recuperem a capacidade do Estado de regular, de proteger e fomentar a produção cultural. - Promoção de ações com a consciência de que cultivar a diversidade implica, sim, em abalar o conceito tradicional de nacionalidade. É necessário atualizar os marcos conceituais. O quinto ponto diz respeito à importância da integração das ações de maneira interministerial. A divisão das áreas em ministérios deveria ter a finalidade de aumentar a governabilidade e não de fracionar o Estado, dificultando sua ação. Este desafio está diretamente ligado a construção de novas práticas administrativas dentro do Estado, tais como a: - Criação de uma prática permanente de constituição de grupos interministeriais para atuação em políticas públicas, mesmo setoriais que, de alguma maneira, afetem a área da cultura. - Elaboração de ações políticas conjuntas com a área da educação. Uma questão que apresenta grandes desafios, também ligada ao relacionamento interministerial, é a da circulação de conteúdos culturais através dos meios de comunicação de massa. Um ponto fundamental dentro de um projeto que objetiva a democracia cultural é o do reconhecimento da importância que os meios de comunicação assumiram na constituição das sociedades modernas e a posição central que eles ocupam na atualidade. O debate sobre comunicação e cultura estrutura-se, além do mais, a partir da compreensão de que ambos são direitos humanos inalienáveis, e assim devem ser encarados por qualquer governo ou governante. A problemática que se coloca aqui é a da ampliação do nível de participação do conjunto da sociedade nos diversos níveis de gestão e de produção da cultura e nos canais de circulação dessa produção. A gestão atual do Minc realizou avanços significativos no sentido de colocar a cultura dentro da agenda política do governo, fez com que ela deixasse de ter um papel praticamente decorativo entre as políticas governamentais. Porém, novas questões se colocam. As reformas realizadas forneceram as condições mínimas de funcionamento para o Ministério. Estão abertos novos campos de atuação, nos quais os técnicos da área da cultura têm sido chamados para participar de alguns fóruns de decisão. O grande desafio é transformar esse complexo de ações em políticas que possam ter alguma garantia de continuidade nas próximas décadas. Foram estabelecidos canais de diálogos com as administrações municipais e estaduais, com o objetivo de criar um Sistema Nacional de Cultura. Nesse mesmo processo estão envolvidos representantes da área artístico-cultural e da sociedade civil em geral. A continuidade do processo implica em delimitação real de direitos e deveres de cada um dos grupos participantes, que devem se tornar parceiros e co-responsáveis. Outra questão prioritária é a da gestão da informação. A elaboração de políticas requer conhecimento sobre o tema. O planejamento demanda a existência de um mínimo de dados. A criação de um Sistema Nacional de Cultural é uma das possíveis formas de garantir as parcerias necessárias para a construção de um Sistema Nacional de Informações Culturais. A função da elaboração de políticas públicas na área de cultura deve ser a de garantir plenas condições de desenvolvimento da mesma. O Estado não deve ser um produtor de cultura, mas pode e deve ter a função de democratizar as áreas de produção, distribuição e consumo. Cultura é fator de desenvolvimento.

tags: miguel farias, liberdade de expressão, marcia souto, políticas culturais, joão roberto peixo, fernando pessoa, aastrogildo santos, a-sim

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 03:48 - 08/06    |    permalink    |    comentar

RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

CONVIDADOS DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO




PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO - RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

No Programa Liberdade de Expressão gravado dia 29 de maio de 2008, foi tratado o tema RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA.



Na mesa de debates, Pai Ivo de Xambá, Professor Jorge Arrudam Secretário Executivo do Cepir-Comitê? Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Dito D'Oxóssi, Sacerdote da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáosi, que é a casa religiosa do Afoxé Ylê de Egbá e a Yalorixá Mãe Jane de Egunnytá

Pai Ivo de Xambá, Jorge Arruda, Miguel Farias, Dito d'Oxóssi, Mãe Jane, Thais Pàranhos e o Cantor e Compositor Israel Fiho

PAI IVO DE XAMBÁ
Babalorixá – Adeildo Paraíso da Silva (Ivo de Xambá), filho de Oxum. Nascido em 06 de agosto de 1953, filho da inesquecível Severina Paraíso da Silva - Mãe Biu, segunda Yalorixá do Terreiro Santa Bárbara e de José Martins da Silva, filho de Ogum. Mãe Biu o manteve sempre ao seu lado, ensinando os rituais e as tradições religiosas da Nação Xambá. Ainda criança, já cantava e tocava para os Orixás e, aos dez anos de idade, foi iniciado, sendo consagrado a Oxum.Com o falecimento de Mãe Biu, em 1993, Ivo assume, junto com sua tia Donatila Paraíso do Nascimento - Mãe Tila, os destinos da Casa, iniciado pelo Babalorixá Manoel Mariano da Silva.Falecendo Mãe Tila, em março de 2003, Ivo assume a direção do Terreiro, com a responsabilidade de preservar o Culto aos Orixás, segundo os ritos do Povo Xambá. Conciliando sua atuação de líder classista, como Presidente do Sindicato dos Estivadores, Ivo do Xambá destaca-se entre os Babalorixás de Pernambuco, como uma das principais lideranças religiosas da Comunidade Afro-descendente.Yalorixá – Maria de Lourdes da Silva (Tia Lourdes), de Yemanjá, filha de Maria do Carmo Paraíso (Madrasta) filha de Oxum e José Francelino do Paraíso, filho de Ogum e irmã de Mãe Biu e Mãe Tila. Nascida em 1928 e iniciada em 1958, tornou-se Madrinha da Casa (Mãe Pequena) em 1996 e quarta Yalorixá, em 2003.Padrinho – Maurício César da Silva, de Xangô, filho de Tia Lourdes e Francisco Xavier da Silva, filho de Xangô. Sobrinho de Mãe Biu, iniciado em 1986. Padrinho (Acipa ou Pai Pequeno), desde 1993.Madrinha - Nair Francisca Paraíso (Tia Nair), de Oxum. Filha de Olindina Francisca de Araújo e Elpídio Francisco de França. Viúva de Tio Luiz (irmão de Mãe Biu), iniciada em 1964. Madrinha da Casa desde abril de 2004.
Rua Severina Paraíso da Silva, 65 - Portão de Gelo - São Benedito - Olinda (PE) CEP: 53.270-360Fones: (81) 3451.4868 (Ivo) - 3443.1115 (Cacau)

PROFESSOR JORGE ARRUDA, SECRETÁRIO DO CEPIR-COMITÊ ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

Pernambuco tem, pela primeira vez, um serviço específico para cuidar do combate às desigualdades raciais. O Governo do Estado, em parceria com diversas secretarias estaduais, criou o Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Cepir), que tem o objetivo de organizar e concentrar as ações voltadas para a pluralidade pernambucana, principalmente para parcela da população com carência de políticas públicas. As pastas serão as de Educação, Articulação Social, Juventude e Emprego, Mulher, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Defesa Social e Saúde. O secretário-executivo do projeto é o professor Jorge Arruda.
Segundo Jorge Arruda, há o interesse de que seja desenvolvido um plano estadual para a igualdade racial, principalmente, porque , a cada segundo, em Pernambuco, uma pessoa é vítima de discriminação do tipo. O grupo que compõe o Cepir faz reuniões a cada 15 dias,para conclusão do documento que irá nortear a política de combate ao racismo no Estado, a implementação da lei 10.639, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e a qual prevê a obrigatoriedade do ensinamento da cultura afro e afro-brasileira, nas escolas do País. Todas os grupos étnicos serão representados pelo Cepir, desde negros, a árabes e ciganos, todos terão espaço igual na iniciativam pautando sempre a unidade, em meio à diversidade,conforme deseja o governador Eduardo Campos. É uma conquista histórica para todas as etnias. Nunca houve em Pernambuco uma política específica para a temática da pluralidade racial, como este que está sendo realizado pelo CEPIR. O comitê está instalado no Palácio do Campo das Princesas.

MIGUEL FARIAS, produtor a apresentador do Programa Liberdade de Expressão
DITO D'OSSÓSSI

Sacerdote da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáossi, fundada em 17 de agosto de 1986 no bairro Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, a Entidade de Cultura Negra Afoxé Ylê de Egbá é oriunda do centro de Candomblé Ilê-Axé? Ayra Ajaóssi, tendo como presidente da agremiação Expedito de Paula Neves (Babalaô), mais conhecido como Dito D'Oxossi. O Ylê de Egbá é formado por vários segmentos que cuidam de sua organização, entre eles o Afoxé, grupo de ritmistas, cantores e compositores responsável pela parte musical da entidade. O Afoxé mescla o toque do "Ijexá" (ritmo afro) a vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil, resultando arranjos e músicas com interessantes variações rítmicas, dando um "toque" singular à batida do grupo através de xequerês, atabaques, ganzás e agogôs, entre outros instrumentos específicos dessas nações negras. Foi o primeiro afoxé pernambucano a participar da tradicional "Noite dos Tambores Silenciosos", encontro de maracatus-nação que ocorre no carnaval recifiense. Outros segmentos do Ylê de Egbá são o Imalê, grupo formado por ogans alabês (percussionistas de terreiro); o Egbe de Xangô, Sociedade dos Filhos de Xangô (Orixá que representa a Entidade) e o Imalê Mirim, a Ala infantil do afoxé. Destaca-se também a importância do Ilê Axé, templo religioso no qual acontecem todos os ritos ligados à religião negra. A entidade também desenvolve várias atividades comunitárias, educacionais e de preservação da cultura negra, participando de eventos


MÃE JANE DE EGUN NYTÁ

Jane tem 60 anos de vida. colares coloridos e brincos dourados. Maquiagem leve e batom vermelho. Linda! Mãe Jane, Cinqüenta anos de "santo" e um dos símbolos maiores dos Terreiros de Matriz Africana em Pernambuco. Filha de família católica, aluna de colégios de freiras, aos 8 anos diz que começou a receber as primeiras "manifestações". A repressão começou dentro de casa. A sua luta também, Mãe Jane falou de sua ideologia religiosa.. Falou dos seus deuses.
. Mãe Jane possui a 40 anos um Terreiro na Cidade Tabajara, em Olinda: o Ileaxéloya Egunyta. Em quatro décadas viu as mudanças na relação entre os Terreiros e a sociedade - sobretudo dentro das comunidades em que estão instalados. Hoje ela se divide entre religião, política e ações sociais e culturais. Participa ativamente de dezenas de movimentos. Recebe cestas básicas e leite do governo e tem o dever de distribuí-los entre outros centros religiosos. Dentro da sua casa, criou um núcleo de informática para capacitar jovens carentes. E ainda organiza campeonatos de futebol e festas folclóricas (como quadrilhas de São João) na comunidade. Todo esse trabalho tende a se intensificar com o Mapeamentos dos Terreiros, que vem sendo realizado pelo governo do estado - justamente para poder investir no potencial social desses locais. "Ainda assim, sou muito criticada. E ainda há muita repressão contra as religiões de matriz afriacana. Muitos católicos e evangélicos vão ao terreiro, mas não revelam. Como se estivessem fazendo algo errado", conta Mãe Jane.O sincretismo religioso - revelado por Jane - surgiu desde a época da escravidão. A aproximação com o catolicismo foi uma espécie de forma encontrada pelos escravos para resistir a perseguição.

RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

O conceito de negrofobia, utilizado para explicar um sentimento de temor no imaginário coletivo quando o assunto é religião africana, terreiros de candomblé, cultos de descarrego e outros temas relacionados, revelam um medo incontido das coisas negras, como algo misterioso e medonho. As pessoas alimentam estereótipos de coisas que não conhecem..

A apropriação de termos religiosos em canções populares, como a que ocorre na música Dandalunda, interpretada pela cantora Margareth Menezes, revelam uma nítida massificação do sagrado. Muita gente nem ao menos sabe o que significa dandalunda. O termo – um outro nome para Iemanjá, a mãe de todos os orixás – aparece no refrão da música: ‘dandalunda, maibanda, coque’.

TERREIROS DE CANDOMBLÉ – Taxar cultos negros como algo exótico é, para o educadores uma das idéias que mais agridem as manifestações religiosas de matrizes africanas. O terreiro de candomblé não é uma sala especial de museu, onde um turista pode participar das manifestações para experimentar a religião. Candomblé não é um espetáculo como, muitas vezes, fazem parecer.

Em Pernambuco está sendo feito um mapeamento dos terreiros de candomblé e umbanda para localizá-los para fortalecer a cultura afro e o governo do Estado que criou o CEPIR, está promovendo esse levantamento o que é importante porque muitas casas não têm a isenção fiscal que é de direito das instituições religiosas. O número de brasileiros que tem o candomblé como religião oficial é de mais de três milhões

Candomblé, umbanda e omolocô são religiões de matriz africana expressivas no Brasil, pouco se conheee sobre elas.

Há uma "endemonização" das manifestações que não sejam as oficiais "Não ser cristão nesse país é um peso muito grande" e o Brasil conta com a banalização do sagrado. "O meu sagrado é importante e o do outro não. Até que ponto o Estado contribui para reverter esse quadro."?

Os negros sempre sofreram com a intolerância religiosa porque o Brasil não assume o quanto é plural e diverso, No entanto, o quadro vem mudando, por influência do movimento negro. Hoje os negros não têm mais vergonha de usar suas contas; hoje o povo do santo está mais ereto, com a cabeça erguida

Alguns fatos têm contribuído para que as mudanças ocorram mais ràpidamente

Mobilização dos Religiosos afro-brasileiros e simpatizantes para um olhar mais sensível e atento para o ãmago da Religião africanista;

Valorização da tradição e história oral, preservando as riquezas culturais e a memória coletiva

Incentivo a Pesquisa e história de Lideranças afro-religiosas propiciando organização de acervo, sensibilizando educadores e/ou profissionais em educação para que incluam em projetos pedagógicos a temática etnico-racial religiosa;

Fortalecimento da auto-estima das crianças e adolescentes afr-desecendentes religiuosos, incntivando-os na busca do conhecimento de suas raízes.

Contribuir no processo de resgate de auto-estima e identidade do povo negro impondo barreiras frente a intolerãncia Religiosa e racial;

Respeito aos mais velhos, valorizando sua memória e sabedoria na preservação da cultura e história ancestral;

Consolidação dos terreiros como espaço de resistência, vida, saúde, acolhimento e cuidado com o outro, resgatando desta forma seu verdadeiro papel na sociedade.

tags: miguel farias, nação xambá, religiões de matriz africana, jorge arruda, cepir, pai ivo, ');" onMouseout="nd();" onMousedown="xajax_register_tooltip_click('fc91f8c1a6ed002dad22f30b196180a7');">dito d\"oxóssi, afoxé ylê de egba, ylê asé ayrá adjáossi, mãe jane de egun nytá

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RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

CONVIDADOS DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO




PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO - RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

No Programa Liberdade de Expressão gravado dia 29 de maio de 2008, foi tratado o tema RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA.



Na mesa de debates, Pai Ivo de Xambá, Professor Jorge Arrudam Secretário Executivo do Cepir-Comitê? Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Dito D'Oxóssi, Sacerdote da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáosi, que é a casa religiosa do Afoxé Ylê de Egbá e a Yalorixá Mãe Jane de Egunnytá

Pai Ivo de Xambá, Jorge Arruda, Miguel Farias, Dito d'Oxóssi, Mãe Jane, Thais Pàranhos e o Cantor e Compositor Israel Fiho

PAI IVO DE XAMBÁ
Babalorixá – Adeildo Paraíso da Silva (Ivo de Xambá), filho de Oxum. Nascido em 06 de agosto de 1953, filho da inesquecível Severina Paraíso da Silva - Mãe Biu, segunda Yalorixá do Terreiro Santa Bárbara e de José Martins da Silva, filho de Ogum. Mãe Biu o manteve sempre ao seu lado, ensinando os rituais e as tradições religiosas da Nação Xambá. Ainda criança, já cantava e tocava para os Orixás e, aos dez anos de idade, foi iniciado, sendo consagrado a Oxum.Com o falecimento de Mãe Biu, em 1993, Ivo assume, junto com sua tia Donatila Paraíso do Nascimento - Mãe Tila, os destinos da Casa, iniciado pelo Babalorixá Manoel Mariano da Silva.Falecendo Mãe Tila, em março de 2003, Ivo assume a direção do Terreiro, com a responsabilidade de preservar o Culto aos Orixás, segundo os ritos do Povo Xambá. Conciliando sua atuação de líder classista, como Presidente do Sindicato dos Estivadores, Ivo do Xambá destaca-se entre os Babalorixás de Pernambuco, como uma das principais lideranças religiosas da Comunidade Afro-descendente.Yalorixá – Maria de Lourdes da Silva (Tia Lourdes), de Yemanjá, filha de Maria do Carmo Paraíso (Madrasta) filha de Oxum e José Francelino do Paraíso, filho de Ogum e irmã de Mãe Biu e Mãe Tila. Nascida em 1928 e iniciada em 1958, tornou-se Madrinha da Casa (Mãe Pequena) em 1996 e quarta Yalorixá, em 2003.Padrinho – Maurício César da Silva, de Xangô, filho de Tia Lourdes e Francisco Xavier da Silva, filho de Xangô. Sobrinho de Mãe Biu, iniciado em 1986. Padrinho (Acipa ou Pai Pequeno), desde 1993.Madrinha - Nair Francisca Paraíso (Tia Nair), de Oxum. Filha de Olindina Francisca de Araújo e Elpídio Francisco de França. Viúva de Tio Luiz (irmão de Mãe Biu), iniciada em 1964. Madrinha da Casa desde abril de 2004.
Rua Severina Paraíso da Silva, 65 - Portão de Gelo - São Benedito - Olinda (PE) CEP: 53.270-360Fones: (81) 3451.4868 (Ivo) - 3443.1115 (Cacau)

PROFESSOR JORGE ARRUDA, SECRETÁRIO DO CEPIR-COMITÊ ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

Pernambuco tem, pela primeira vez, um serviço específico para cuidar do combate às desigualdades raciais. O Governo do Estado, em parceria com diversas secretarias estaduais, criou o Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Cepir), que tem o objetivo de organizar e concentrar as ações voltadas para a pluralidade pernambucana, principalmente para parcela da população com carência de políticas públicas. As pastas serão as de Educação, Articulação Social, Juventude e Emprego, Mulher, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Defesa Social e Saúde. O secretário-executivo do projeto é o professor Jorge Arruda.
Segundo Jorge Arruda, há o interesse de que seja desenvolvido um plano estadual para a igualdade racial, principalmente, porque , a cada segundo, em Pernambuco, uma pessoa é vítima de discriminação do tipo. O grupo que compõe o Cepir faz reuniões a cada 15 dias,para conclusão do documento que irá nortear a política de combate ao racismo no Estado, a implementação da lei 10.639, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e a qual prevê a obrigatoriedade do ensinamento da cultura afro e afro-brasileira, nas escolas do País. Todas os grupos étnicos serão representados pelo Cepir, desde negros, a árabes e ciganos, todos terão espaço igual na iniciativam pautando sempre a unidade, em meio à diversidade,conforme deseja o governador Eduardo Campos. É uma conquista histórica para todas as etnias. Nunca houve em Pernambuco uma política específica para a temática da pluralidade racial, como este que está sendo realizado pelo CEPIR. O comitê está instalado no Palácio do Campo das Princesas.

MIGUEL FARIAS, produtor a apresentador do Programa Liberdade de Expressão
DITO D'OSSÓSSI

Sacerdote da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáossi, fundada em 17 de agosto de 1986 no bairro Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, a Entidade de Cultura Negra Afoxé Ylê de Egbá é oriunda do centro de Candomblé Ilê-Axé? Ayra Ajaóssi, tendo como presidente da agremiação Expedito de Paula Neves (Babalaô), mais conhecido como Dito D'Oxossi. O Ylê de Egbá é formado por vários segmentos que cuidam de sua organização, entre eles o Afoxé, grupo de ritmistas, cantores e compositores responsável pela parte musical da entidade. O Afoxé mescla o toque do "Ijexá" (ritmo afro) a vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil, resultando arranjos e músicas com interessantes variações rítmicas, dando um "toque" singular à batida do grupo através de xequerês, atabaques, ganzás e agogôs, entre outros instrumentos específicos dessas nações negras. Foi o primeiro afoxé pernambucano a participar da tradicional "Noite dos Tambores Silenciosos", encontro de maracatus-nação que ocorre no carnaval recifiense. Outros segmentos do Ylê de Egbá são o Imalê, grupo formado por ogans alabês (percussionistas de terreiro); o Egbe de Xangô, Sociedade dos Filhos de Xangô (Orixá que representa a Entidade) e o Imalê Mirim, a Ala infantil do afoxé. Destaca-se também a importância do Ilê Axé, templo religioso no qual acontecem todos os ritos ligados à religião negra. A entidade também desenvolve várias atividades comunitárias, educacionais e de preservação da cultura negra, participando de eventos


MÃE JANE DE EGUN NYTÁ

Jane tem 60 anos de vida. colares coloridos e brincos dourados. Maquiagem leve e batom vermelho. Linda! Mãe Jane, Cinqüenta anos de "santo" e um dos símbolos maiores dos Terreiros de Matriz Africana em Pernambuco. Filha de família católica, aluna de colégios de freiras, aos 8 anos diz que começou a receber as primeiras "manifestações". A repressão começou dentro de casa. A sua luta também, Mãe Jane falou de sua ideologia religiosa.. Falou dos seus deuses.
. Mãe Jane possui a 40 anos um Terreiro na Cidade Tabajara, em Olinda: o Ileaxéloya Egunyta. Em quatro décadas viu as mudanças na relação entre os Terreiros e a sociedade - sobretudo dentro das comunidades em que estão instalados. Hoje ela se divide entre religião, política e ações sociais e culturais. Participa ativamente de dezenas de movimentos. Recebe cestas básicas e leite do governo e tem o dever de distribuí-los entre outros centros religiosos. Dentro da sua casa, criou um núcleo de informática para capacitar jovens carentes. E ainda organiza campeonatos de futebol e festas folclóricas (como quadrilhas de São João) na comunidade. Todo esse trabalho tende a se intensificar com o Mapeamentos dos Terreiros, que vem sendo realizado pelo governo do estado - justamente para poder investir no potencial social desses locais. "Ainda assim, sou muito criticada. E ainda há muita repressão contra as religiões de matriz afriacana. Muitos católicos e evangélicos vão ao terreiro, mas não revelam. Como se estivessem fazendo algo errado", conta Mãe Jane.O sincretismo religioso - revelado por Jane - surgiu desde a época da escravidão. A aproximação com o catolicismo foi uma espécie de forma encontrada pelos escravos para resistir a perseguição.

RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

O conceito de negrofobia, utilizado para explicar um sentimento de temor no imaginário coletivo quando o assunto é religião africana, terreiros de candomblé, cultos de descarrego e outros temas relacionados, revelam um medo incontido das coisas negras, como algo misterioso e medonho. As pessoas alimentam estereótipos de coisas que não conhecem..

A apropriação de termos religiosos em canções populares, como a que ocorre na música Dandalunda, interpretada pela cantora Margareth Menezes, revelam uma nítida massificação do sagrado. Muita gente nem ao menos sabe o que significa dandalunda. O termo – um outro nome para Iemanjá, a mãe de todos os orixás – aparece no refrão da música: ‘dandalunda, maibanda, coque’.

TERREIROS DE CANDOMBLÉ – Taxar cultos negros como algo exótico é, para o educadores uma das idéias que mais agridem as manifestações religiosas de matrizes africanas. O terreiro de candomblé não é uma sala especial de museu, onde um turista pode participar das manifestações para experimentar a religião. Candomblé não é um espetáculo como, muitas vezes, fazem parecer.

Em Pernambuco está sendo feito um mapeamento dos terreiros de candomblé e umbanda para localizá-los para fortalecer a cultura afro e o governo do Estado que criou o CEPIR, está promovendo esse levantamento o que é importante porque muitas casas não têm a isenção fiscal que é de direito das instituições religiosas. O número de brasileiros que tem o candomblé como religião oficial é de mais de três milhões

Candomblé, umbanda e omolocô são religiões de matriz africana expressivas no Brasil, pouco se conheee sobre elas.

Há uma "endemonização" das manifestações que não sejam as oficiais "Não ser cristão nesse país é um peso muito grande" e o Brasil conta com a banalização do sagrado. "O meu sagrado é importante e o do outro não. Até que ponto o Estado contribui para reverter esse quadro."?

Os negros sempre sofreram com a intolerância religiosa porque o Brasil não assume o quanto é plural e diverso, No entanto, o quadro vem mudando, por influência do movimento negro. Hoje os negros não têm mais vergonha de usar suas contas; hoje o povo do santo está mais ereto, com a cabeça erguida

Alguns fatos têm contribuído para que as mudanças ocorram mais ràpidamente

Mobilização dos Religiosos afro-brasileiros e simpatizantes para um olhar mais sensível e atento para o ãmago da Religião africanista;

Valorização da tradição e história oral, preservando as riquezas culturais e a memória coletiva

Incentivo a Pesquisa e história de Lideranças afro-religiosas propiciando organização de acervo, sensibilizando educadores e/ou profissionais em educação para que incluam em projetos pedagógicos a temática etnico-racial religiosa;

Fortalecimento da auto-estima das crianças e adolescentes afr-desecendentes religiuosos, incntivando-os na busca do conhecimento de suas raízes.

Contribuir no processo de resgate de auto-estima e identidade do povo negro impondo barreiras frente a intolerãncia Religiosa e racial;

Respeito aos mais velhos, valorizando sua memória e sabedoria na preservação da cultura e história ancestral;

Consolidação dos terreiros como espaço de resistência, vida, saúde, acolhimento e cuidado com o outro, resgatando desta forma seu verdadeiro papel na sociedade.

tags: miguel farias, nação xambá, religiões de matriz africana, jorge arruda, cepir, pai ivo, ');" onMouseout="nd();" onMousedown="xajax_register_tooltip_click('fc91f8c1a6ed002dad22f30b196180a7');">dito d\"oxóssi, afoxé ylê de egba, ylê asé ayrá adjáossi, mãe jane de egun nytá

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RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

CONVIDADOS DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO




PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO - RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

No Programa Liberdade de Expressão gravado dia 29 de maio de 2008, foi tratado o tema RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA.



Na mesa de debates, Pai Ivo de Xambá, Professor Jorge Arrudam Secretário Executivo do Cepir-Comitê? Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Dito D'Oxóssi, Sacerdote da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáosi, que é a casa religiosa do Afoxé Ylê de Egbá e a Yalorixá Mãe Jane de Egunnytá

Pai Ivo de Xambá, Jorge Arruda, Miguel Farias, Dito d'Oxóssi, Mãe Jane, Thais Pàranhos e o Cantor e Compositor Israel Fiho

PAI IVO DE XAMBÁ
Babalorixá – Adeildo Paraíso da Silva (Ivo de Xambá), filho de Oxum. Nascido em 06 de agosto de 1953, filho da inesquecível Severina Paraíso da Silva - Mãe Biu, segunda Yalorixá do Terreiro Santa Bárbara e de José Martins da Silva, filho de Ogum. Mãe Biu o manteve sempre ao seu lado, ensinando os rituais e as tradições religiosas da Nação Xambá. Ainda criança, já cantava e tocava para os Orixás e, aos dez anos de idade, foi iniciado, sendo consagrado a Oxum.Com o falecimento de Mãe Biu, em 1993, Ivo assume, junto com sua tia Donatila Paraíso do Nascimento - Mãe Tila, os destinos da Casa, iniciado pelo Babalorixá Manoel Mariano da Silva.Falecendo Mãe Tila, em março de 2003, Ivo assume a direção do Terreiro, com a responsabilidade de preservar o Culto aos Orixás, segundo os ritos do Povo Xambá. Conciliando sua atuação de líder classista, como Presidente do Sindicato dos Estivadores, Ivo do Xambá destaca-se entre os Babalorixás de Pernambuco, como uma das principais lideranças religiosas da Comunidade Afro-descendente.Yalorixá – Maria de Lourdes da Silva (Tia Lourdes), de Yemanjá, filha de Maria do Carmo Paraíso (Madrasta) filha de Oxum e José Francelino do Paraíso, filho de Ogum e irmã de Mãe Biu e Mãe Tila. Nascida em 1928 e iniciada em 1958, tornou-se Madrinha da Casa (Mãe Pequena) em 1996 e quarta Yalorixá, em 2003.Padrinho – Maurício César da Silva, de Xangô, filho de Tia Lourdes e Francisco Xavier da Silva, filho de Xangô. Sobrinho de Mãe Biu, iniciado em 1986. Padrinho (Acipa ou Pai Pequeno), desde 1993.Madrinha - Nair Francisca Paraíso (Tia Nair), de Oxum. Filha de Olindina Francisca de Araújo e Elpídio Francisco de França. Viúva de Tio Luiz (irmão de Mãe Biu), iniciada em 1964. Madrinha da Casa desde abril de 2004.
Rua Severina Paraíso da Silva, 65 - Portão de Gelo - São Benedito - Olinda (PE) CEP: 53.270-360Fones: (81) 3451.4868 (Ivo) - 3443.1115 (Cacau)

PROFESSOR JORGE ARRUDA, SECRETÁRIO DO CEPIR-COMITÊ ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

Pernambuco tem, pela primeira vez, um serviço específico para cuidar do combate às desigualdades raciais. O Governo do Estado, em parceria com diversas secretarias estaduais, criou o Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Cepir), que tem o objetivo de organizar e concentrar as ações voltadas para a pluralidade pernambucana, principalmente para parcela da população com carência de políticas públicas. As pastas serão as de Educação, Articulação Social, Juventude e Emprego, Mulher, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Defesa Social e Saúde. O secretário-executivo do projeto é o professor Jorge Arruda.
Segundo Jorge Arruda, há o interesse de que seja desenvolvido um plano estadual para a igualdade racial, principalmente, porque , a cada segundo, em Pernambuco, uma pessoa é vítima de discriminação do tipo. O grupo que compõe o Cepir faz reuniões a cada 15 dias,para conclusão do documento que irá nortear a política de combate ao racismo no Estado, a implementação da lei 10.639, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e a qual prevê a obrigatoriedade do ensinamento da cultura afro e afro-brasileira, nas escolas do País. Todas os grupos étnicos serão representados pelo Cepir, desde negros, a árabes e ciganos, todos terão espaço igual na iniciativam pautando sempre a unidade, em meio à diversidade,conforme deseja o governador Eduardo Campos. É uma conquista histórica para todas as etnias. Nunca houve em Pernambuco uma política específica para a temática da pluralidade racial, como este que está sendo realizado pelo CEPIR. O comitê está instalado no Palácio do Campo das Princesas.

MIGUEL FARIAS, produtor a apresentador do Programa Liberdade de Expressão
DITO D'OSSÓSSI

Sacerdote da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáossi, fundada em 17 de agosto de 1986 no bairro Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife, a Entidade de Cultura Negra Afoxé Ylê de Egbá é oriunda do centro de Candomblé Ilê-Axé? Ayra Ajaóssi, tendo como presidente da agremiação Expedito de Paula Neves (Babalaô), mais conhecido como Dito D'Oxossi. O Ylê de Egbá é formado por vários segmentos que cuidam de sua organização, entre eles o Afoxé, grupo de ritmistas, cantores e compositores responsável pela parte musical da entidade. O Afoxé mescla o toque do "Ijexá" (ritmo afro) a vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil, resultando arranjos e músicas com interessantes variações rítmicas, dando um "toque" singular à batida do grupo através de xequerês, atabaques, ganzás e agogôs, entre outros instrumentos específicos dessas nações negras. Foi o primeiro afoxé pernambucano a participar da tradicional "Noite dos Tambores Silenciosos", encontro de maracatus-nação que ocorre no carnaval recifiense. Outros segmentos do Ylê de Egbá são o Imalê, grupo formado por ogans alabês (percussionistas de terreiro); o Egbe de Xangô, Sociedade dos Filhos de Xangô (Orixá que representa a Entidade) e o Imalê Mirim, a Ala infantil do afoxé. Destaca-se também a importância do Ilê Axé, templo religioso no qual acontecem todos os ritos ligados à religião negra. A entidade também desenvolve várias atividades comunitárias, educacionais e de preservação da cultura negra, participando de eventos


MÃE JANE DE EGUN NYTÁ

Jane tem 60 anos de vida. colares coloridos e brincos dourados. Maquiagem leve e batom vermelho. Linda! Mãe Jane, Cinqüenta anos de "santo" e um dos símbolos maiores dos Terreiros de Matriz Africana em Pernambuco. Filha de família católica, aluna de colégios de freiras, aos 8 anos diz que começou a receber as primeiras "manifestações". A repressão começou dentro de casa. A sua luta também, Mãe Jane falou de sua ideologia religiosa.. Falou dos seus deuses.
. Mãe Jane possui a 40 anos um Terreiro na Cidade Tabajara, em Olinda: o Ileaxéloya Egunyta. Em quatro décadas viu as mudanças na relação entre os Terreiros e a sociedade - sobretudo dentro das comunidades em que estão instalados. Hoje ela se divide entre religião, política e ações sociais e culturais. Participa ativamente de dezenas de movimentos. Recebe cestas básicas e leite do governo e tem o dever de distribuí-los entre outros centros religiosos. Dentro da sua casa, criou um núcleo de informática para capacitar jovens carentes. E ainda organiza campeonatos de futebol e festas folclóricas (como quadrilhas de São João) na comunidade. Todo esse trabalho tende a se intensificar com o Mapeamentos dos Terreiros, que vem sendo realizado pelo governo do estado - justamente para poder investir no potencial social desses locais. "Ainda assim, sou muito criticada. E ainda há muita repressão contra as religiões de matriz afriacana. Muitos católicos e evangélicos vão ao terreiro, mas não revelam. Como se estivessem fazendo algo errado", conta Mãe Jane.O sincretismo religioso - revelado por Jane - surgiu desde a época da escravidão. A aproximação com o catolicismo foi uma espécie de forma encontrada pelos escravos para resistir a perseguição.

RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA

O conceito de negrofobia, utilizado para explicar um sentimento de temor no imaginário coletivo quando o assunto é religião africana, terreiros de candomblé, cultos de descarrego e outros temas relacionados, revelam um medo incontido das coisas negras, como algo misterioso e medonho. As pessoas alimentam estereótipos de coisas que não conhecem..

A apropriação de termos religiosos em canções populares, como a que ocorre na música Dandalunda, interpretada pela cantora Margareth Menezes, revelam uma nítida massificação do sagrado. Muita gente nem ao menos sabe o que significa dandalunda. O termo – um outro nome para Iemanjá, a mãe de todos os orixás – aparece no refrão da música: ‘dandalunda, maibanda, coque’.

TERREIROS DE CANDOMBLÉ – Taxar cultos negros como algo exótico é, para o educadores uma das idéias que mais agridem as manifestações religiosas de matrizes africanas. O terreiro de candomblé não é uma sala especial de museu, onde um turista pode participar das manifestações para experimentar a religião. Candomblé não é um espetáculo como, muitas vezes, fazem parecer.

Em Pernambuco está sendo feito um mapeamento dos terreiros de candomblé e umbanda para localizá-los para fortalecer a cultura afro e o governo do Estado que criou o CEPIR, está promovendo esse levantamento o que é importante porque muitas casas não têm a isenção fiscal que é de direito das instituições religiosas. O número de brasileiros que tem o candomblé como religião oficial é de mais de três milhões

Candomblé, umbanda e omolocô são religiões de matriz africana expressivas no Brasil, pouco se conheee sobre elas.

Há uma "endemonização" das manifestações que não sejam as oficiais "Não ser cristão nesse país é um peso muito grande" e o Brasil conta com a banalização do sagrado. "O meu sagrado é importante e o do outro não. Até que ponto o Estado contribui para reverter esse quadro."?

Os negros sempre sofreram com a intolerância religiosa porque o Brasil não assume o quanto é plural e diverso, No entanto, o quadro vem mudando, por influência do movimento negro. Hoje os negros não têm mais vergonha de usar suas contas; hoje o povo do santo está mais ereto, com a cabeça erguida

Alguns fatos têm contribuído para que as mudanças ocorram mais ràpidamente

Mobilização dos Religiosos afro-brasileiros e simpatizantes para um olhar mais sensível e atento para o ãmago da Religião africanista;

Valorização da tradição e história oral, preservando as riquezas culturais e a memória coletiva

Incentivo a Pesquisa e história de Lideranças afro-religiosas propiciando organização de acervo, sensibilizando educadores e/ou profissionais em educação para que incluam em projetos pedagógicos a temática etnico-racial religiosa;

Fortalecimento da auto-estima das crianças e adolescentes afr-desecendentes religiuosos, incntivando-os na busca do conhecimento de suas raízes.

Contribuir no processo de resgate de auto-estima e identidade do povo negro impondo barreiras frente a intolerãncia Religiosa e racial;

Respeito aos mais velhos, valorizando sua memória e sabedoria na preservação da cultura e história ancestral;

Consolidação dos terreiros como espaço de resistência, vida, saúde, acolhimento e cuidado com o outro, resgatando desta forma seu verdadeiro papel na sociedade.

tags: miguel farias, nação xambá, religiões de matriz africana, jorge arruda, cepir, pai ivo, ');" onMouseout="nd();" onMousedown="xajax_register_tooltip_click('fc91f8c1a6ed002dad22f30b196180a7');">dito d\"oxóssi, afoxé ylê de egba, ylê asé ayrá adjáossi, mãe jane de egun nytá

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PERSPECTIVA DE MUDANÇA ATRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE CULTURA

CONVIDADOS DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO







PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
ASTROGILDO SANTOS - PRODUTOR CULTURAL - DIRETOR DA A-SIM
MÁRCIA SOUTO - SECRETÁRIA DE PATRIMÔNIO, CULTURA E TURISMO DE OLINDA
MIGUEL FARIAS - APRESENTADOR DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
JOÃO ROBERTO PEIXE - SECRETÁRIO CULTURA DA CIDADE DO RECIFE
FERNANDO VELOSO - SECRETÁRIO DE CULTURA DA CIDADE DO PAULISTA

ZÉ TROVÃO - CANTOR E COMPOSITOR -

No programa Liberdade de Expressão gravado dia 16 de maio de 2008, foi debatido o tema PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS ATRAVÉS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS, com a presença do Produtor Cultural e Diretor da A-SIM, Astrogildo Santos, Secretário de Cultura do Município do Paulista, Fernando Pessoa, Secretário de Cultura do Recife, João Roberto Peixe e da Secretária de Cultura da Cidade de Olinda.

No Brasil a relação entre o Estado e a cultura tem uma longa história. Entretanto a elaboração de políticas para o setor, ou seja, a preocupação na preparação e realização de ações de maior alcance, com um caráter perene, datam do século XX e para mudar estruturas sociais, econômicas e políticas há que se mudar, antes de tudo, a prática humana. Mudando as pessoas muda-se a sociedade. Por isso, a cultura assume uma condição omportantíssimo no processo de mudança social. Qualquer que seja a perspectiva de mudança passará pela dimensão cultural. Assim, é forçoso reconhecer que a cultura assume categoria importante no desvendamento da organização social e dos padrões estabelecidos na sociedade. É difícil avançar na mudança estrutural sem que haja modificações nas práticas sociais de sujeitos e entre homens e mulheres. Na cultura política contemporânea, tomando-a como conjunto de crenças, atitudes e comportamentos, coexistem práticas tradicionais e inovadoras, evidenciadas a partir da realidade social e da relação entre a sociedade civil organizada e o Estado. .
Políticas públicas de cultura: um campo em construção Partindo de um conceito de cultura que englobe o conjunto dos saberes e dos fazeres a relação estado e cultura passa a estar presente no conjunto dos órgãos que compõem o governo. Logo, a elaboração de políticas deve partir da percepção da cultura como bem da coletividade e da observação da interferência nas práticas culturais enraizadas das ações levadas a cabo pelas mais diversas áreas governamentais (saúde, educação, meio-ambiente, planejamento urbano, entre outras). Durante muito tempo a ação do Estado ficou restrita a preservação daquilo que comporia o conjunto dos símbolos formadores da nacionalidade, tais como o patrimônio edificado e as obras artísticas ligadas à cultura erudita (composições, escritos, pinturas, esculturas, etc.). O papel de guardião da memória nacional englobava atribuições de manutenção de um conjunto restrito de manifestações artísticas. As manifestações populares deveriam ser registradas e resgatadas dentro do que poderia ser classificado como o folclore nacional. A partir da década de 1950 os organismos internacionais passam, gradativamente, a trabalhar com a noção de bens culturais, tornando usual a expressão patrimônio cultural. Em 1972, temos a Carta do México em defesa do Patrimônio cultural, que apresenta a definição de patrimônio como o “conjunto dos produtos artísticos, artesanais e técnicos, das expressões literárias, lingüísticas e musicais, dos usos e costumes de todos os povos e grupos étnicos do passado e do presente.” Também nesse momento, dentro da convenção da UNESCO, a Bolívia lidera um movimento pela realização de estudos que apontassem formas jurídicas de proteção às manifestações da cultura tradicional e popular . Surgem em 1989, as Recomendações sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular da UNESCO, um instrumento legal que fornece elementos para a identificação, a preservação e a continuidade dessa forma de patrimônio. Em 2000, temos no Brasil, a criação do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, dando início ao processo de efetivação de um campo específico de atuação dentro da área de preservação de patrimônio. Em 2005, a Unesco propôs a adoção da Convenção para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, conhecida por Convenção da Diversidade. Seu texto reafirma as relações entre cultura e desenvolvimento procurando criar uma nova plataforma para a cooperação internacional. Um dos seus aspectos mais destacados é a reafirmação da soberania dos países para elaborar suas políticas culturais, tendo em vista a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais, buscando criar condições para que as culturas floresçam e interajam com liberdade de uma forma que beneficie mutuamente as partes envolvidas. Depois de ratificada pelos países membros da Unesco a Convenção entra em vigor em março de 2007. Em termos gerais podemos dizer que os primeiros quatro anos de gestão do Ministro Gil foram de construção real de um Ministério da Cultura. Desde a criação em 1985, o órgão passou por uma série de crises e processos de descontinuidade. A gestão do Ministro Weffort (oito anos) foi acompanhada por uma política de Estado mínimo, o que para um ministério que mal havia sido recriado trouxe enormes dificuldades operacionais. Ao terminar tal gestão o Minc tinha como principal atividade aprovar os processos que seriam financiados através da Lei de Incentivo à Cultura. No primeiro ano da gestão do Ministro Gil, foi elaborado um plano de ampla reformulação da estrutura do Minc. Logo de início foram previstas alterações radicais na lei de incentivo. Antes de implementar as mudanças, o Ministério realizou uma série de consultas e fóruns com participação de diversos segmentos da área artística e da sociedade em geral, onde ficaram evidenciadas tanto as distorções acarretadas pela forma da aplicação da lei, quanto sua extrema importância para o setor artístico-cultural. Estavam abertos os primeiros canais de diálogo entre o Minc e a sociedade civil. Internamente foi planejada a criação de secretarias, buscando uma racionalização do trabalho que levasse a uma definição do papel do próprio Ministério dentro do sistema de governo. Foram criadas as secretarias de Políticas Culturais, de Articulação Institucional, da Identidade e da Diversidade Cultural, de Programas e Projetos Culturais e a de Fomento a Cultura. Estava formada uma nova estrutura administrativa para dar suporte à elaboração de novos projetos, ações e de políticas.
Desafios para o processo de implementação de política culturais Uma política cultural atualizada deve reconhecer a existência da diversidade de públicos, com as visões e interesses diferenciados que compõem a contemporaneidade. No caso brasileiro, temos a premência de reverter o processo de exclusão, da maior parcela do público, das oportunidades de consumo e de criação culturais. Nestor Canclini utiliza o conceito de hibridização cultural como uma ferramenta para demolir a concepção do mundo da cultura em três camadas: culta, popular e massiva. O conceito de hibridização abrange diversas mesclas interculturais, não apenas as raciais, que se costuma encaixar no termo mestiçagem, ou as preponderantemente religiosas, categorizadas enquanto sincretismos. A promoção de políticas de caráter mais universal tem como desafio, a questão de um processo de “desigualdade natural das necessidades culturais”.e é necessário ter cautela na aplicação mecânica e simplista de uma política de acesso.. Considerando que a aspiração à prática cultural varia como a prática cultural e que a necessidade cultural reduplica à medida que esta é satisfeita, a falta de prática é acompanhada pela ausência do sentimento dessa privação. A ação na área da cultura tem sido frequentemente vista através de uma visão limitada ao acontecimento episódico, ao evento, inclusive por muitos dos gestores da área pública. Qualquer processo de gestão requer diretrizes, planejamento, execução e avaliação de resultados, e com a cultura não ocorre diferente. Um dos grandes desafios da gestão pública da cultura na avaliação das ações implementadas tem relação com os objetivos e à multiplicidade de efeitos buscados ou por ele alcançados. As ações públicas têm que demonstrar minimamente coerência entre o que se diz buscar e as ações postas em prática. Não existe relação direta de causa e efeito no campo da ação cultural, o que torna complexa a avaliação. Parte das ações interagem com o campo das mentalidades, das práticas culturais enraizadas, necessitando de um tempo mais longo para gerarem resultados visíveis. Nesse caso o grande desafio é o de criar projetos que não sejam desmontados a cada nova administração, gerando um ciclo contínuo de desperdício de recursos e de trabalho. Um dos possíveis caminhos a serem seguidos nesse processo de construção de políticas de longo prazo é o do envolvimento dos agentes atingidos por tais políticas. O país vive hoje um movimento contínuo de construção de projetos coletivos de gestão pública nas mais variadas áreas. São cada vez mais atuantes os conselhos que contam com a participação efetiva da sociedade civil. Os produtores, os agentes, os gestores culturais, os artistas, o público em geral, também vêm buscando formas de participar e de interferir nos processos de decisões no campo das políticas públicas culturais. Ressurgem movimentos de valorização das manifestações culturais locais que incentivam tanto a redescoberta dos artistas da comunidade, como de novas formas de produção artístico-culturais. Aumentam as demandas por uma maior formação e especialização dos agentes culturais locais em todos os níveis, do artesão aos responsáveis pelas atividades burocráticas, que devem implementar seus projetos buscando uma autonomia cultural. A base de um novo modelo de gestão está no reconhecimento da diversidade cultural dos distintos agentes sociais e na criação de canais de participação democrática. A tendência mundial aponta para a necessidade de uma maior racionalidade do uso dos recursos, buscando obter ações ou produtos (um centro de cultura, um museu, uma biblioteca, um curso de formação) capazes de se transformar em multiplicadores desses ativos culturais. É a falência do modelo de uma política de pulverização de recursos, como foi o caso do Programa de Ação Cultural da década de 1970, que, mesmo cobrindo vastos espaços territoriais, não evitou a falta de integração entre eventos que foram percebidos e vivenciados de maneira isolada, ou seja, mobilizou uma grande soma de recursos com um resultado pequeno, mas que ainda vem sendo insistentemente utilizado por algumas administrações. No caso brasileiro, encontramos, nos diversos níveis de governo, órgãos responsáveis pela gestão cultural. Em todos eles estão presentes os problemas da carência de recursos. É fundamental definir as relações que podem e devem ser estabelecidas entre os vários órgãos públicos de gestão cultural nos níveis federal, estadual e municipal, e destes com outras áreas governamentais, com as instituições privadas e com a sociedade civil. Existe uma série de competências legais comuns entre a União, os estados e os municípios. Entre as quais podemos destacar a função de proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais e os sítios arqueológicos. Uma conseqüência visível disso é a da existência de uma série instituições como museus, centros culturais, galerias de arte, bibliotecas, teatros, etc., sob administração indistinta da União, dos Estados e dos municípios. Estas instituições possuem acervos similares e promovem, muitas vezes, atividades idênticas sem ao menos buscar uma integração, ou um planejamento partilhado. Não existem políticas nacionais, por exemplo, de gestão desses acervos. Não existe um lugar que centralize essas informações permitindo ao governo um real conhecimento da atual situação, subsídio indispensável para a elaboração de políticas. Há a necessidade de realizar algumas partilhas de tarefas entre os diversos níveis de governo, evitando duplicidades ou, ao contrário, omissão de ações, como comumente ocorre na área dos bens tombados. A diversidade cultural coloca em pauta a questão da democratização cultural. Um processo contínuo de democratização cultural deve estar baseado em uma visão de cultura como força social de interesse coletivo, que não pode ficar dependente das disposições do mercado. Numa democracia participativa a cultura deve ser encarada como expressão de cidadania, um dos objetivos de governo deve ser, então, o da promoção das formas culturais de todos os grupos sociais, segundo as necessidades e desejos de cada um, procurando incentivar a participação popular no processo de criação cultural, promovendo modos de autogestão das iniciativas culturais. A cidadania democrática e cultural contribui para a superação de desigualdades, para o reconhecimento das diferenças reais existentes entre os sujeitos em suas dimensões social e cultural. Ao valorizar as múltiplas práticas e demandas culturais, o Estado está permitindo a expressão da diversidade cultural. Questões presentes e desafios para o futuro Podemos afirmar que hoje duas questões centrais compõem a pauta das políticas de cultura: a da diversidade cultural e a da economia da cultura. As problemáticas que as envolve têm uma série de pontos interseccionados, alguns deles serão apresentados a seguir, acompanhados por possíveis formas de atuação na elaboração de políticas. O primeiro ponto é o da defesa da diversidade como elemento fundamental para a continuação da existência das próprias sociedades e que comporta como proposições de política: - Aquela que considera os vários aspectos da diversidade, não se contentando, por exemplo, com a mera preservação do variado como na construção de um enorme museu de “objetos” vivos, destinado ao prazer daqueles que são de fora daquela comunidade. - Promoção da diversidade como lugar de diálogo constante entre grupos e não como lugar da formação de grupos isolados. - Utilização da questão da diversidade como bandeira fundamental contra o processo de globalização uniformizadora. O segundo ponto é o de que é essencial a garantia e a defesa dos produtos e do mercado cultural, ou seja, é o que diz respeito a forma de ação do Estado sobre o mercado de bens culturais, regulando os excessos e que pode ter como objetivos principais: - Implementar ações que inibam a intervenção mercadológica devastadora (como, por exemplo, alterações de calendários e de tempo de duração) em festejos e celebrações tradicionais. - Desenvolver ações que elevem o grau de autonomia de decisão dos grupos envolvidos sobre os bens e serviços culturais. - Adotar medidas que garantam um tratamento diferenciado entre os produtos culturais e os mercantis. O terceiro ponto é o da implementação de uma maior abertura no intercâmbio cultural internacional. A manutenção da diversidade não implica na geração de um processo de isolamento cultural. Há a necessidade da realização de intercâmbios diversos, em condições equilibradas e não a submissão ao tipo de relação que vem sendo imposta pelo crescente processo de globalização. Para tanto podem ser elaboradas políticas que visem: - Apoiar ações pautadas em relações transnacionais, sem submissões ou dependências. - Criar políticas de defesa da circulação da produção cultural em níveis mundiais, elevando ao máximo a idéia de diversidade. - Ampliar o conceito de globalização, diferenciando-o da dominação cultural norteamericana. - Formular procedimentos que estimulem o efetivo cumprimento dos acordos internacionais no campo. - Implementar de ações que coloquem cada vez mais a cultura como um dos elementos centrais nos acordos internacionais. No quarto ponto está a necessidade de tratamento das manifestações culturais como parte do patrimônio de um povo, que deve ser protegido frente a ameaças de natureza diversa e que necessita de políticas que contribuam para a: - Elaboração de formas de ação quando por um motivo qualquer um grupo, tradição ou manifestação se veja ameaçado de desintegração e/ou desaparição. - Formulação procedimentos que recuperem a capacidade do Estado de regular, de proteger e fomentar a produção cultural. - Promoção de ações com a consciência de que cultivar a diversidade implica, sim, em abalar o conceito tradicional de nacionalidade. É necessário atualizar os marcos conceituais. O quinto ponto diz respeito à importância da integração das ações de maneira interministerial. A divisão das áreas em ministérios deveria ter a finalidade de aumentar a governabilidade e não de fracionar o Estado, dificultando sua ação. Este desafio está diretamente ligado a construção de novas práticas administrativas dentro do Estado, tais como a: - Criação de uma prática permanente de constituição de grupos interministeriais para atuação em políticas públicas, mesmo setoriais que, de alguma maneira, afetem a área da cultura. - Elaboração de ações políticas conjuntas com a área da educação. Uma questão que apresenta grandes desafios, também ligada ao relacionamento interministerial, é a da circulação de conteúdos culturais através dos meios de comunicação de massa. Um ponto fundamental dentro de um projeto que objetiva a democracia cultural é o do reconhecimento da importância que os meios de comunicação assumiram na constituição das sociedades modernas e a posição central que eles ocupam na atualidade. O debate sobre comunicação e cultura estrutura-se, além do mais, a partir da compreensão de que ambos são direitos humanos inalienáveis, e assim devem ser encarados por qualquer governo ou governante. A problemática que se coloca aqui é a da ampliação do nível de participação do conjunto da sociedade nos diversos níveis de gestão e de produção da cultura e nos canais de circulação dessa produção. A gestão atual do Minc realizou avanços significativos no sentido de colocar a cultura dentro da agenda política do governo, fez com que ela deixasse de ter um papel praticamente decorativo entre as políticas governamentais. Porém, novas questões se colocam. As reformas realizadas forneceram as condições mínimas de funcionamento para o Ministério. Estão abertos novos campos de atuação, nos quais os técnicos da área da cultura têm sido chamados para participar de alguns fóruns de decisão. O grande desafio é transformar esse complexo de ações em políticas que possam ter alguma garantia de continuidade nas próximas décadas. Foram estabelecidos canais de diálogos com as administrações municipais e estaduais, com o objetivo de criar um Sistema Nacional de Cultura. Nesse mesmo processo estão envolvidos representantes da área artístico-cultural e da sociedade civil em geral. A continuidade do processo implica em delimitação real de direitos e deveres de cada um dos grupos participantes, que devem se tornar parceiros e co-responsáveis. Outra questão prioritária é a da gestão da informação. A elaboração de políticas requer conhecimento sobre o tema. O planejamento demanda a existência de um mínimo de dados. A criação de um Sistema Nacional de Cultural é uma das possíveis formas de garantir as parcerias necessárias para a construção de um Sistema Nacional de Informações Culturais. A função da elaboração de políticas públicas na área de cultura deve ser a de garantir plenas condições de desenvolvimento da mesma. O Estado não deve ser um produtor de cultura, mas pode e deve ter a função de democratizar as áreas de produção, distribuição e consumo. Cultura é fator de desenvolvimento.

tags: miguel farias, liberdade de expressão, marcia souto, políticas culturais, joão roberto peixo, fernando pessoa, aastrogildo santos, a-sim

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PERSPECTIVA DE MUDANÇA ATRAVÉS DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE CULTURA

CONVIDADOS DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO







PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
ASTROGILDO SANTOS - PRODUTOR CULTURAL - DIRETOR DA A-SIM
MÁRCIA SOUTO - SECRETÁRIA DE PATRIMÔNIO, CULTURA E TURISMO DE OLINDA
MIGUEL FARIAS - APRESENTADOR DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
JOÃO ROBERTO PEIXE - SECRETÁRIO CULTURA DA CIDADE DO RECIFE
FERNANDO VELOSO - SECRETÁRIO DE CULTURA DA CIDADE DO PAULISTA

ZÉ TROVÃO - CANTOR E COMPOSITOR -

No programa Liberdade de Expressão gravado dia 16 de maio de 2008, foi debatido o tema PERSPECTIVAS DE MUDANÇAS ATRAVÉS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS, com a presença do Produtor Cultural e Diretor da A-SIM, Astrogildo Santos, Secretário de Cultura do Município do Paulista, Fernando Pessoa, Secretário de Cultura do Recife, João Roberto Peixe e da Secretária de Cultura da Cidade de Olinda.

No Brasil a relação entre o Estado e a cultura tem uma longa história. Entretanto a elaboração de políticas para o setor, ou seja, a preocupação na preparação e realização de ações de maior alcance, com um caráter perene, datam do século XX e para mudar estruturas sociais, econômicas e políticas há que se mudar, antes de tudo, a prática humana. Mudando as pessoas muda-se a sociedade. Por isso, a cultura assume uma condição omportantíssimo no processo de mudança social. Qualquer que seja a perspectiva de mudança passará pela dimensão cultural. Assim, é forçoso reconhecer que a cultura assume categoria importante no desvendamento da organização social e dos padrões estabelecidos na sociedade. É difícil avançar na mudança estrutural sem que haja modificações nas práticas sociais de sujeitos e entre homens e mulheres. Na cultura política contemporânea, tomando-a como conjunto de crenças, atitudes e comportamentos, coexistem práticas tradicionais e inovadoras, evidenciadas a partir da realidade social e da relação entre a sociedade civil organizada e o Estado. .
Políticas públicas de cultura: um campo em construção Partindo de um conceito de cultura que englobe o conjunto dos saberes e dos fazeres a relação estado e cultura passa a estar presente no conjunto dos órgãos que compõem o governo. Logo, a elaboração de políticas deve partir da percepção da cultura como bem da coletividade e da observação da interferência nas práticas culturais enraizadas das ações levadas a cabo pelas mais diversas áreas governamentais (saúde, educação, meio-ambiente, planejamento urbano, entre outras). Durante muito tempo a ação do Estado ficou restrita a preservação daquilo que comporia o conjunto dos símbolos formadores da nacionalidade, tais como o patrimônio edificado e as obras artísticas ligadas à cultura erudita (composições, escritos, pinturas, esculturas, etc.). O papel de guardião da memória nacional englobava atribuições de manutenção de um conjunto restrito de manifestações artísticas. As manifestações populares deveriam ser registradas e resgatadas dentro do que poderia ser classificado como o folclore nacional. A partir da década de 1950 os organismos internacionais passam, gradativamente, a trabalhar com a noção de bens culturais, tornando usual a expressão patrimônio cultural. Em 1972, temos a Carta do México em defesa do Patrimônio cultural, que apresenta a definição de patrimônio como o “conjunto dos produtos artísticos, artesanais e técnicos, das expressões literárias, lingüísticas e musicais, dos usos e costumes de todos os povos e grupos étnicos do passado e do presente.” Também nesse momento, dentro da convenção da UNESCO, a Bolívia lidera um movimento pela realização de estudos que apontassem formas jurídicas de proteção às manifestações da cultura tradicional e popular . Surgem em 1989, as Recomendações sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular da UNESCO, um instrumento legal que fornece elementos para a identificação, a preservação e a continuidade dessa forma de patrimônio. Em 2000, temos no Brasil, a criação do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, dando início ao processo de efetivação de um campo específico de atuação dentro da área de preservação de patrimônio. Em 2005, a Unesco propôs a adoção da Convenção para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, conhecida por Convenção da Diversidade. Seu texto reafirma as relações entre cultura e desenvolvimento procurando criar uma nova plataforma para a cooperação internacional. Um dos seus aspectos mais destacados é a reafirmação da soberania dos países para elaborar suas políticas culturais, tendo em vista a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais, buscando criar condições para que as culturas floresçam e interajam com liberdade de uma forma que beneficie mutuamente as partes envolvidas. Depois de ratificada pelos países membros da Unesco a Convenção entra em vigor em março de 2007. Em termos gerais podemos dizer que os primeiros quatro anos de gestão do Ministro Gil foram de construção real de um Ministério da Cultura. Desde a criação em 1985, o órgão passou por uma série de crises e processos de descontinuidade. A gestão do Ministro Weffort (oito anos) foi acompanhada por uma política de Estado mínimo, o que para um ministério que mal havia sido recriado trouxe enormes dificuldades operacionais. Ao terminar tal gestão o Minc tinha como principal atividade aprovar os processos que seriam financiados através da Lei de Incentivo à Cultura. No primeiro ano da gestão do Ministro Gil, foi elaborado um plano de ampla reformulação da estrutura do Minc. Logo de início foram previstas alterações radicais na lei de incentivo. Antes de implementar as mudanças, o Ministério realizou uma série de consultas e fóruns com participação de diversos segmentos da área artística e da sociedade em geral, onde ficaram evidenciadas tanto as distorções acarretadas pela forma da aplicação da lei, quanto sua extrema importância para o setor artístico-cultural. Estavam abertos os primeiros canais de diálogo entre o Minc e a sociedade civil. Internamente foi planejada a criação de secretarias, buscando uma racionalização do trabalho que levasse a uma definição do papel do próprio Ministério dentro do sistema de governo. Foram criadas as secretarias de Políticas Culturais, de Articulação Institucional, da Identidade e da Diversidade Cultural, de Programas e Projetos Culturais e a de Fomento a Cultura. Estava formada uma nova estrutura administrativa para dar suporte à elaboração de novos projetos, ações e de políticas.
Desafios para o processo de implementação de política culturais Uma política cultural atualizada deve reconhecer a existência da diversidade de públicos, com as visões e interesses diferenciados que compõem a contemporaneidade. No caso brasileiro, temos a premência de reverter o processo de exclusão, da maior parcela do público, das oportunidades de consumo e de criação culturais. Nestor Canclini utiliza o conceito de hibridização cultural como uma ferramenta para demolir a concepção do mundo da cultura em três camadas: culta, popular e massiva. O conceito de hibridização abrange diversas mesclas interculturais, não apenas as raciais, que se costuma encaixar no termo mestiçagem, ou as preponderantemente religiosas, categorizadas enquanto sincretismos. A promoção de políticas de caráter mais universal tem como desafio, a questão de um processo de “desigualdade natural das necessidades culturais”.e é necessário ter cautela na aplicação mecânica e simplista de uma política de acesso.. Considerando que a aspiração à prática cultural varia como a prática cultural e que a necessidade cultural reduplica à medida que esta é satisfeita, a falta de prática é acompanhada pela ausência do sentimento dessa privação. A ação na área da cultura tem sido frequentemente vista através de uma visão limitada ao acontecimento episódico, ao evento, inclusive por muitos dos gestores da área pública. Qualquer processo de gestão requer diretrizes, planejamento, execução e avaliação de resultados, e com a cultura não ocorre diferente. Um dos grandes desafios da gestão pública da cultura na avaliação das ações implementadas tem relação com os objetivos e à multiplicidade de efeitos buscados ou por ele alcançados. As ações públicas têm que demonstrar minimamente coerência entre o que se diz buscar e as ações postas em prática. Não existe relação direta de causa e efeito no campo da ação cultural, o que torna complexa a avaliação. Parte das ações interagem com o campo das mentalidades, das práticas culturais enraizadas, necessitando de um tempo mais longo para gerarem resultados visíveis. Nesse caso o grande desafio é o de criar projetos que não sejam desmontados a cada nova administração, gerando um ciclo contínuo de desperdício de recursos e de trabalho. Um dos possíveis caminhos a serem seguidos nesse processo de construção de políticas de longo prazo é o do envolvimento dos agentes atingidos por tais políticas. O país vive hoje um movimento contínuo de construção de projetos coletivos de gestão pública nas mais variadas áreas. São cada vez mais atuantes os conselhos que contam com a participação efetiva da sociedade civil. Os produtores, os agentes, os gestores culturais, os artistas, o público em geral, também vêm buscando formas de participar e de interferir nos processos de decisões no campo das políticas públicas culturais. Ressurgem movimentos de valorização das manifestações culturais locais que incentivam tanto a redescoberta dos artistas da comunidade, como de novas formas de produção artístico-culturais. Aumentam as demandas por uma maior formação e especialização dos agentes culturais locais em todos os níveis, do artesão aos responsáveis pelas atividades burocráticas, que devem implementar seus projetos buscando uma autonomia cultural. A base de um novo modelo de gestão está no reconhecimento da diversidade cultural dos distintos agentes sociais e na criação de canais de participação democrática. A tendência mundial aponta para a necessidade de uma maior racionalidade do uso dos recursos, buscando obter ações ou produtos (um centro de cultura, um museu, uma biblioteca, um curso de formação) capazes de se transformar em multiplicadores desses ativos culturais. É a falência do modelo de uma política de pulverização de recursos, como foi o caso do Programa de Ação Cultural da década de 1970, que, mesmo cobrindo vastos espaços territoriais, não evitou a falta de integração entre eventos que foram percebidos e vivenciados de maneira isolada, ou seja, mobilizou uma grande soma de recursos com um resultado pequeno, mas que ainda vem sendo insistentemente utilizado por algumas administrações. No caso brasileiro, encontramos, nos diversos níveis de governo, órgãos responsáveis pela gestão cultural. Em todos eles estão presentes os problemas da carência de recursos. É fundamental definir as relações que podem e devem ser estabelecidas entre os vários órgãos públicos de gestão cultural nos níveis federal, estadual e municipal, e destes com outras áreas governamentais, com as instituições privadas e com a sociedade civil. Existe uma série de competências legais comuns entre a União, os estados e os municípios. Entre as quais podemos destacar a função de proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais e os sítios arqueológicos. Uma conseqüência visível disso é a da existência de uma série instituições como museus, centros culturais, galerias de arte, bibliotecas, teatros, etc., sob administração indistinta da União, dos Estados e dos municípios. Estas instituições possuem acervos similares e promovem, muitas vezes, atividades idênticas sem ao menos buscar uma integração, ou um planejamento partilhado. Não existem políticas nacionais, por exemplo, de gestão desses acervos. Não existe um lugar que centralize essas informações permitindo ao governo um real conhecimento da atual situação, subsídio indispensável para a elaboração de políticas. Há a necessidade de realizar algumas partilhas de tarefas entre os diversos níveis de governo, evitando duplicidades ou, ao contrário, omissão de ações, como comumente ocorre na área dos bens tombados. A diversidade cultural coloca em pauta a questão da democratização cultural. Um processo contínuo de democratização cultural deve estar baseado em uma visão de cultura como força social de interesse coletivo, que não pode ficar dependente das disposições do mercado. Numa democracia participativa a cultura deve ser encarada como expressão de cidadania, um dos objetivos de governo deve ser, então, o da promoção das formas culturais de todos os grupos sociais, segundo as necessidades e desejos de cada um, procurando incentivar a participação popular no processo de criação cultural, promovendo modos de autogestão das iniciativas culturais. A cidadania democrática e cultural contribui para a superação de desigualdades, para o reconhecimento das diferenças reais existentes entre os sujeitos em suas dimensões social e cultural. Ao valorizar as múltiplas práticas e demandas culturais, o Estado está permitindo a expressão da diversidade cultural. Questões presentes e desafios para o futuro Podemos afirmar que hoje duas questões centrais compõem a pauta das políticas de cultura: a da diversidade cultural e a da economia da cultura. As problemáticas que as envolve têm uma série de pontos interseccionados, alguns deles serão apresentados a seguir, acompanhados por possíveis formas de atuação na elaboração de políticas. O primeiro ponto é o da defesa da diversidade como elemento fundamental para a continuação da existência das próprias sociedades e que comporta como proposições de política: - Aquela que considera os vários aspectos da diversidade, não se contentando, por exemplo, com a mera preservação do variado como na construção de um enorme museu de “objetos” vivos, destinado ao prazer daqueles que são de fora daquela comunidade. - Promoção da diversidade como lugar de diálogo constante entre grupos e não como lugar da formação de grupos isolados. - Utilização da questão da diversidade como bandeira fundamental contra o processo de globalização uniformizadora. O segundo ponto é o de que é essencial a garantia e a defesa dos produtos e do mercado cultural, ou seja, é o que diz respeito a forma de ação do Estado sobre o mercado de bens culturais, regulando os excessos e que pode ter como objetivos principais: - Implementar ações que inibam a intervenção mercadológica devastadora (como, por exemplo, alterações de calendários e de tempo de duração) em festejos e celebrações tradicionais. - Desenvolver ações que elevem o grau de autonomia de decisão dos grupos envolvidos sobre os bens e serviços culturais. - Adotar medidas que garantam um tratamento diferenciado entre os produtos culturais e os mercantis. O terceiro ponto é o da implementação de uma maior abertura no intercâmbio cultural internacional. A manutenção da diversidade não implica na geração de um processo de isolamento cultural. Há a necessidade da realização de intercâmbios diversos, em condições equilibradas e não a submissão ao tipo de relação que vem sendo imposta pelo crescente processo de globalização. Para tanto podem ser elaboradas políticas que visem: - Apoiar ações pautadas em relações transnacionais, sem submissões ou dependências. - Criar políticas de defesa da circulação da produção cultural em níveis mundiais, elevando ao máximo a idéia de diversidade. - Ampliar o conceito de globalização, diferenciando-o da dominação cultural norteamericana. - Formular procedimentos que estimulem o efetivo cumprimento dos acordos internacionais no campo. - Implementar de ações que coloquem cada vez mais a cultura como um dos elementos centrais nos acordos internacionais. No quarto ponto está a necessidade de tratamento das manifestações culturais como parte do patrimônio de um povo, que deve ser protegido frente a ameaças de natureza diversa e que necessita de políticas que contribuam para a: - Elaboração de formas de ação quando por um motivo qualquer um grupo, tradição ou manifestação se veja ameaçado de desintegração e/ou desaparição. - Formulação procedimentos que recuperem a capacidade do Estado de regular, de proteger e fomentar a produção cultural. - Promoção de ações com a consciência de que cultivar a diversidade implica, sim, em abalar o conceito tradicional de nacionalidade. É necessário atualizar os marcos conceituais. O quinto ponto diz respeito à importância da integração das ações de maneira interministerial. A divisão das áreas em ministérios deveria ter a finalidade de aumentar a governabilidade e não de fracionar o Estado, dificultando sua ação. Este desafio está diretamente ligado a construção de novas práticas administrativas dentro do Estado, tais como a: - Criação de uma prática permanente de constituição de grupos interministeriais para atuação em políticas públicas, mesmo setoriais que, de alguma maneira, afetem a área da cultura. - Elaboração de ações políticas conjuntas com a área da educação. Uma questão que apresenta grandes desafios, também ligada ao relacionamento interministerial, é a da circulação de conteúdos culturais através dos meios de comunicação de massa. Um ponto fundamental dentro de um projeto que objetiva a democracia cultural é o do reconhecimento da importância que os meios de comunicação assumiram na constituição das sociedades modernas e a posição central que eles ocupam na atualidade. O debate sobre comunicação e cultura estrutura-se, além do mais, a partir da compreensão de que ambos são direitos humanos inalienáveis, e assim devem ser encarados por qualquer governo ou governante. A problemática que se coloca aqui é a da ampliação do nível de participação do conjunto da sociedade nos diversos níveis de gestão e de produção da cultura e nos canais de circulação dessa produção. A gestão atual do Minc realizou avanços significativos no sentido de colocar a cultura dentro da agenda política do governo, fez com que ela deixasse de ter um papel praticamente decorativo entre as políticas governamentais. Porém, novas questões se colocam. As reformas realizadas forneceram as condições mínimas de funcionamento para o Ministério. Estão abertos novos campos de atuação, nos quais os técnicos da área da cultura têm sido chamados para participar de alguns fóruns de decisão. O grande desafio é transformar esse complexo de ações em políticas que possam ter alguma garantia de continuidade nas próximas décadas. Foram estabelecidos canais de diálogos com as administrações municipais e estaduais, com o objetivo de criar um Sistema Nacional de Cultura. Nesse mesmo processo estão envolvidos representantes da área artístico-cultural e da sociedade civil em geral. A continuidade do processo implica em delimitação real de direitos e deveres de cada um dos grupos participantes, que devem se tornar parceiros e co-responsáveis. Outra questão prioritária é a da gestão da informação. A elaboração de políticas requer conhecimento sobre o tema. O planejamento demanda a existência de um mínimo de dados. A criação de um Sistema Nacional de Cultural é uma das possíveis formas de garantir as parcerias necessárias para a construção de um Sistema Nacional de Informações Culturais. A função da elaboração de políticas públicas na área de cultura deve ser a de garantir plenas condições de desenvolvimento da mesma. O Estado não deve ser um produtor de cultura, mas pode e deve ter a função de democratizar as áreas de produção, distribuição e consumo. Cultura é fator de desenvolvimento.

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PERNAMBUCO BONEQUEIRO





PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

No Programa Liberdade de Expressão gravado dia 26 de maio de 2008, apresentado pelo Miguel Farias, para exibição na TV Pernambuco, o debate girou em torno dos Bonecos e Bonequeiros de Pernambuco

Mamulengo é uma espécie de divertimento popular que consiste em representações dramáticas, por meio de bonecos, em um pequeno palco ligeiramente elevado. Por detrás do pano escondem-se uma ou duas pessoas adestradas, fazendo com que os bonecos se exibam com movimento e fala.
A presença dos fantoches é assinalada desde a mais remota Antigüidade. Alguns estudiosos afirmam tenham se originado na Índia, outros asseguram serem oriundos do Egito, onde foram encontrados bonecos de ouro, marfim e barro. O certo é que os fantoches freqüentavam as feiras da Antiga Grécia e de lá passaram para Roma.
Da Itália, na Idade Média, os títeres caminharam pelas mãos de artistas anônimos para vários países da Europa, fazendo a alegria das crianças e também dos adultos. Naquela época a Igreja valeu-se do teatro de marionetes para a difusão do espírito religioso, visando atrair a atenção dos fiéis de maneira direta e objetiva, tendo esta forma de espetáculo adquirido também o nome de “Presépio”, no qual figurava o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deve ter sido sob esta forma que a representação entrou no Brasil.


A Magia dos Bonecos

A magia da arte milenar do Teatro de Bonecos que encanta adultos e crianças é uma das mais remotas maneiras de diversão entre a humanidade. Registros dessa forma de expressão artística existem desde a Pré-História?. A origem do Teatro de Bonecos remonta ao Antigo Oriente, em países como a China, Índia, Java e Indonésia. Por intermédio dos mercadores foi se dispersando para a Europa, inclusive sendo usado durante a Idade Média como instrumento de evangelização. Mas com o Cristianismo, durante a Renascença, o Teatro de Bonecos ficou abafado.

A expressão do boneco está no movimento, completado pelo som, e ambos incendeiam a imaginação, em especial das crianças. Exige, portanto, o uso do poder criador e a faculdade de transcender o mundo material.

O Teatro de Bonecos é uma síntese das artes e acontece dentro de um contexto histórico, cultural, social, político, econômico, religioso e educativo. É praticado em todo o mundo, assumindo fisionomias e espírito dramático bem diferenciado, dependendo da localização geográfica, tradições culturais, crenças e costumes.

Na América, o surgimento do Teatro de Bonecos aconteceu por volta do século XVI, época dos grandes descobrimentos, o que contribuiu muito para sua divulgação no mundo inteiro. Confeccionado muitas vezes, semelhante à nossa imagem, o boneco se torna um ser misterioso em torno do qual podemos construir um mundo.

No palco toma vida própria através das mãos do manipulador, conta história e transforma a vida numa magia que muitas vezes nos faz sair da realidade pelo seu grande poder de sugestão. Toda a sua expressão se concentra no movimento.




Para a mesa de debates foram convidados a Fátima Caio, Psicóloga e participante do Grupo Mão Molenga, Marcondes Lima, arte-educador e também do Mão Molenga, Ruy Caneca do Teatro Lobatinho e Fernando Augusto Gonçalves do Mamulengo Só-Riso?

Fátima Caio e
Marcondes Lima, do Grupo Mão Molenga, um dos mais populares grupos de teatro de bonecos de Pernambuco

Com o espetáculo 'Babau', o Grupo Mão Molenga apresenta um trabalho baseado na vida e obra de várias gerações dos principais mamulengueiros pernambucanos do início do século 20 até os dias atuais. Na encenação, o ponto em comum a todos é a presença de Babau, boneco popular que vai passando de mão em mão, sempre personificando a alegria e a resistência desse tipo de arte. Com 20 anos de carreira, o Grupo Mão Molenga Teatro de Bonecos foi criado pelo arte-educador Fábio Caio, que produzia bonecos mamulengos, esculturas articuladas, máscaras, adereços para teatro e vídeo, confeccionados com barro, papel machê, fibra de vidro, tecido e resina de poliéster. Em sua trajetória, o grupo já apresentou, entre os vários espetáculos, clássicos como 'Chapeuzinho Vermelho' (1994), 'Era uma Vez' (1993) e 'O Quebra-Nozes' (1989).
O teatro de bonecos popular do Nordeste, também conhecido como teatro de mamulengo, está a caminho de ingressar na lista de patrimônios culturais do Brasil. Representantes de Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e do Distrito Federal se reuniram com técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em João Pessoa, para estruturar a primeira fase do processo, que compreende a pesquisa bibliográfica e iconográfica para identificar locais de produção, os artistas e a história do mamulengo. Cordenadora do projeto em Pernambuco, a professora Izabel Concessa, do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Teatral da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), enfatiza a importância do mamulengo na cultura brasileira. “Essa é a única forma de teatro tradicional do País. A transmissão de conhecimento para as novas gerações, fundamental para a cultura popular, está ficando comprometida. Há ainda os fatores que põem em risco a produção, como a dificuldade financeira”, afirma a professora. Ela cita como exemplo positivo o Japão, que registrou o seu teatro de bonecos como patrimônio cultural. “É um privilégio termos uma forma de teatro tão antiga, precisamos valorizar”, resume.Os pesquisadores também entrevistarão os artistas, visitarão locais de trabalho e registrarão espetáculos. O resultado será entregue ao Iphan para análise e elaboração das ações de salva-guarda. “O Iphan elabora os projetos de sustentabilidade de acordo com as necessidades identificadas e as sugestões do dossiê”, explica Maria das Graças Villar, técnica do Núcleo de Patrimônio Imaterial da Superintendência Regional do Iphan, que acompanha o processo.

contato: fátima_caio@yahoo.com.br e lima.marcondes@gmail.com



O núcleo original do grupo iniciou-se de alunos da falecida Carmosina Araújo, pioneira da Marionete no Brasil. José Dias de Melo Irmão, diretor geral do grupo e sua esposa Creuza Ferreira Dias, aprenderam o ofício com Carmosina e Veridiano Araújo. A mestra Carmosina atuou até ps seus últimos dias na Região dos Lagos, no Estado do Rio e foi ela que deu o nome ao grupo: Teatro de Bonecos Lobatinho.


Hoje, após 26 anos de trajetória, o Teatro de Bonecos Lobatinho-TBL- formou uma equipe de mamulengueiros, marionetistas, atores-dançarinos, iluminadores, sonoplastas, palhaços e recreadores e as duas filhas de José Dias, Nierge e Niedja dão seguimento à instituição, após o falecimento de José Dias.


As marionetes de fios foi a origem, mas atualmente todas as outrs modalidades de bonecos são bem vindas e aperfeiçoadas. A sede de recriação é constante e p grupo não desanima com a ausencia de qualquer incentivo financeiro. A montagem e encenação de peças educativas para os diversos temas que surgem, também é outra marca do grupo. Buscando sempre, nos assuntos atuais de interesse público, levar informação de forma lúdica e de fácil acesso para as camadas mais carentes. O grupo tem sede própria, inaugurada desde junho de 1979, num esáço de 5.000 m2, um verdadeiro castelo da imaginação, onde são confeccionados bonecos animados, bonecos gigantes, brindes artesanais e mascotes.


Rua Canapi, 134 - Vaso da Gama - Recife - Pe CEP 52081-091 e fone 81 32684002


site> http://www.teatrolobatinho.multuply.com/


e-mail: teatrolobatinho@ig.com.br



A

Fernando Augusto Gonçalves — Olinda — Pernambuco
Bonequeiro, encenador, cenógrafo, pesquisador do boneco brasileiro e das artes de tradição popular, criador do Mamulengo Só-Riso?, do Museu do Mamulengo — Espaço Tiridá, da Fábrica de Alegorias e do Museu do Artesanato de Pernambuco.


Mamulengo Só-Riso? ganha prêmio instituído pelo Banco Mundial
O Projeto "Mamulengo: O Boneco na Cidadania Brasileira" foi uma das 26 experiências sociais inovadoras premiadas pelo Banco Mundial e o Programa Comunidade Ativa. O Projeto, desenvolvido em dois municípios pernambucanos - Olinda e Glória do Goitá -, está mudando a realidade de cerca de 50 pessoas, entre homens, mulheres e jovens residentes em favelas, com oportunidades restritas de acesso ao mercado de trabalho e de geração de renda.
Além de preservar o artesanato dos bonecos como um objeto de expressão cultural significativo da região e do país, o Projeto está estimulando os mestres mamulengueiros a repassarem seus conhecimentos às novas gerações.
Implantado em novembro de 2001, em parceria com o Sebrae, a Caixa Econômica Federal e as prefeituras de Olinda e Glória do Goitá, o "Mamulengo" integra o conjunto dos 57 projetos do Programa ArteSol?, desenvolvido pelo Centro de Produção Cultural Só-Riso?. Os municípios Olinda e Glória do Goitá estão localizados, respectivamente, na região metropolitana e na zona da mata do estado.
PRÊMIO BANCO MUNDIAL DE CIDADANIACriado este ano, o Prêmio Banco Mundial de Cidadania concedeu um montante de 285 mil dólares a ONGs que vêm desenvolvendo projetos de inclusão social, desenvolvimento sustentável e democratização do conhecimento. O Projeto "Mamulengo: O Boneco na Cidadania Brasileira" recebeu no dia 13 de junho, em Brasília, 15 mil dólares.
Instituído pelo Banco Mundial em parceria com o Programa Comunidade Ativa e várias outras instituições, o Prêmio funciona como um instrumento de identificação, estímulo, apoio e difusão de iniciativas inovadoras que possam resultar no combate à pobreza e na melhoria da qualidade de vida da população brasileira.



A irreverência e a mão molenga do teatro de bonecos.


Uma gente surgida da madeira,da cabaça, do papel machê,ou da espuma de nylon.Um mundo onde tudo se resolve na pancadaria, seria o cúmulo da violência de um povo, se não fosse esse povo os bonecos do mamulengo, que cantam, dançam, conversam com a platéia e distribuem pauladas por todos os lados. "Haja pau", como diria o mestre José de Morais Pinho, no título de uma de suas peças de teatro para bonecos.O mestre Ginu, um dos mais respeitados mamulengueiros do Nordeste, sabia, com precisão, transfigurar os costumes populares da nossa região, no fantástico mundo da tenda, por onde passam os bonecos com doses de irreverência, de burlagem, moralismo e matreirice, ao mesmo tempo ingenuidade e paixão. Personagem famosa como a do Professor Tiridá, que normalmente chama a todos (personagens e espectadores) de meu compadre e minha comadre, vem delirando platéias com suas umbigadas, suas pauladas e a irresistível fama de conquistador, desde os tempos do Cheiroso, do mestre Ginu e hoje internacionalmente conhecido através do Mamulengo Só-Riso? de Olinda, onde abre os espetáculos como mestre de cerimônia. As mãos moles, molengas, como diz o matuto, originam a denominação de mamulengo ao teatro de bonecos, comumente apresentado em forma de luvas. Os bonecos de vara, os de fios (marionetes) e os de manipulação direta, são outras técnicas utilizadas para essa expressão de um povo em forma de bonecos. Um povo bravo, irreverente e safadoso. Nas décadas de 50 e 60, praticamente todo o Nordeste brasileiro se divertia diante dos bonecos que surgiam por trás do pano esticado, nas feiras, nos pátios de colégios, nas tradicionais festas de rua, nos terreiros das casas grandes de engenho, assim como nas residências de pessoas humildes, que juntavam os vizinhos em suas salas para assistirem aos bonecos.A freqüência dessas apresentações residenciais, sempre foi maior na zona rural, ficando nas cidades a preferência pelas feiras e praças, sendo essa última muito utilizada na festa do padroeiro, no seu lado profano.
Hoje, na cidade do Recife, as apresentações do teatro de bonecos ficam praticamente restritas a colégios, aniversários de crianças em clubes fechados e campanhas publicitárias dos órgãos oficiais de saúde e educação. Grupos como Lobatinho, Gestus e Bonecarte são os mais atuantes da área metropolitana do Recife. E o Mamulengo Só-Riso?, um dos mais famosos do Brasil, possui em Olinda o seu monumental teatro onde realiza cursos, apresentações e encontros de teatro de bonecos do Brasil e do exterior.
Grupo GESTUSNo interior do estado, as apresentações de mamulengueiros são esporádicas, tornando-se ainda mais raras, depois da expansão da luz elétrica no campo e nos vilarejos, onde as atenções estão voltadas para a televisão, tornando o "brinquedo" do boneco coisa do passado. O saudoso Mestre Solon reunia adultos e crianças diante do seu Invenção Brasileira, a gargalhar de tiradas como essa do espetáculo "Passagem do Padre": Simão - Me diga uma coisa, seu padre. Você batiza homem casado por quanto?Padre - Eu batizo por 10 cruzeiros.Simão - Mulé casada?Padre - Por cinco.Simão - E rapaz sortero?Padre - Por 30.Simão - Moça sortera?Padre - Moça sortera? é de graça.Simão - Isso é um padre safado.Padre - Oi filho, não me chame nome não.Simão - Eu tô chamando nome a você, cachorro da mulesta (bate no padre e a platéia ri). São espetáculos com essa linhagem, feitos por gente simples, sem recursos monetários, nas condições técnicas das mais precárias, porém, com uma criatividade inigualável e uma comunicabilidade imbatível, que identificam a essência de um teatro verdadeiramente popular, norteando artistas de mais instrução e melhores condições materiais dos dias de hoje, na construção dos seus próprios caminhos, trilhando os exemplos que seus mestres deixaram. E preocupados com a história desses mestres, o Museu Espaço Tiridá e o Teatro Mamulengo Só-Riso?, em Olinda, contribuem para a manutenção dessa arte e a preservação dessa cultura cênica, autenticamente teatral e popular.







tags: teatro de bonecos, fatima caio, marcondes lima, mão molenga, ruy caneca, teatro lobatinho, fernando augusto gonçalves, mamulengo só-riso

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EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

”EXPLORAÇÃO SEXUAL? DESCULPE-NOS, NÃO TEMOS ESSE SERVIÇO. POR FAVOR NÃO INSISTA"









PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

No Programa Liberdade de Expressão, ancorado pelo Miguel Farias e gravado dia 26 de maio de 2008, foi debatido a EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Na mesa de debates do Programa Liberdade de Expressão, a Delegada Inalva Regina Gerência de Proteção à Criança e ao Adolescente (GPCA), Karla Menezes, Secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã da Prefeitura da Cidade do Recife, Miguel Farias, apresentador do Programa Liberdade de Expressão, Geane Bezerra do Centro de Apoio Familiar e Eleonora Pereira, Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema mundial. Por ser ilegal, clandestina e em grande parte doméstica, é uma questão ainda pouco visível e difícil de ser qualificada. O mais freqüente tipo de violência a que estão sujeitas crianças e adolescentes é aquele denominado estrutural, em função da precária situação sócio-econômica das famílias das quais grande parte das crianças e adolescentes se originam. A defesa dos direitos e a proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência e exploração sexual vêm sendo promovidas mediante ações integradas com as áreas de educação, saúde, cultura e justiça, visando à reintegração social e ao retorno da criança ou adolescente ao convívio da família e da comunidade.





DELEGADA INALVA REGINA, da Gerencia de Proteção à Criança e ao Adolescente

No Estado de Pernambuco, o número de crianças e adolescentes vítimas de violência aumenta a cada dia. Os dados só vêm a confirmar a necessidade e importância de se promover ações de prevenção e de empoderamento de crianças e adolescentes, e da sociedade em geral, no enfrentamento à problemática. Os casos de violência doméstica também são assustadores, tornando-se um grande desafio romper com o muro do silêncio que impede a denúncia, de forma a comprometer a vivência saudável das crianças e adolescentes. A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes pode manifestar-se de diversas formas, sendo as de maior ocorrência, o abuso sexual dentro da própria família e a exploração sexual para fins comerciais, como a prostituição, a pornografia e o tráfico. Todas as suas expressões constituem crime e são, sem dúvida, cruéis violações dos direitos humanos. As crianças e os adolescentes vulneráveis a esse tipo de violência sofrem danos irreparáveis para o seu desenvolvimento físico, psíquico, social e moral. Esses danos podem trazer conseqüências muito penosas para sua vida, como, por exemplo, o uso de drogas, a gravidez precoce indesejada, distúrbios de comportamento, condutas anti-sociais e infecções por doenças sexualmente transmissíveis.



SECRETÁRIA KARLA MENEZES de Direitos Humanos e Segurança Cidadã
mailto:kmagda@recife.pe.gov.br
3232-8063
A Prefeitura do Recife e a Rede de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, fruto de um trabalho coletivo entre Prefeitura do Recife, Governo do Estado e as entidades da Rede de Combate. Com esse instrumento, a sociedade poderá monitorar as ações do poder público e participar ativamente do combate a esse crime”. O objetivo do protocolo é fixar condições de cooperação mútua para criação de um código de conduta para enfrentar o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes em áreas turísticas e no interior dos estabelecimentos hoteleiros do Recife. A ação é prevista pelo artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente. O documento é uma parceria entre a Prefeitura do Recife, o Ministério do Turismo, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e a Associação dos Hoteleiros do Recife. Já o Plano de Enfrentamento realizará ações de defesa jurídico-social a crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e sexual e prevê formação para os profissionais que trabalham no combate à exploração, cobrança de orçamento para as ações na área e monitoramento e avaliação permanente do plano. Esse instrumento vai funcionar como orientador das ações municipais de enfrentamento e deverá ser amplamente divulgado, para garantir que as crianças e os adolescentes possam ter seus direitos resgatados. Todas as entidades que atuam no enfrentamento de violência sexual terão acesso ao plano e poderão utilizá-lo na prática institucional. A Prefeitura do Recife desenvolve uma série de ações no combate ao abuso e à exploração sexual infanto-juvenil, através de diversas secretarias, como Saúde, Educação, Assistência Social e Direitos Humanos. Como exemplos, têm o projeto Escola que Protege e o CERCA, que atende jovens vítimas de violência.

Para Miguel Farias, é difícil discutir um tema dessa natureza, haja vista a
GEANE BEZERRA, do Centro Integrado de Apoio Familiar
ciafrecife @ciaf.org.br
32266214
O estado do Pernambuco, que segundo o Ministério do Turismo ocupa o quarto lugar no Nordeste na prática do turismo sexual com crianças e adolescentes, começa a adotar medidas de repressão e prevenção para banir a prática criminosa
O Centro Integrado de Apoio Familiar (Ciaf) para combate ao turismo sexual infantil e juvenil está entre os ganhadores do Prêmio Responsabilidade Social em Turismo, iniciativa do Ministério do Turismo (MTur), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Childhood Brasil.
Desde agosto de 2002, o Ciaf mantém um grupo de voluntários que atuam em Boa Viagem com orientação de funcionários dos hotéis para as práticas de prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes em viagens de turismo. A ABIH-PE, o Convention Bureau e o CIAF, lideram esta empreitada contra o turismo sexual, tendo desenvolvido a campanha Exploração Sexual de Crianças? Desculpe-nos, não temos este serviço! Por favor, não insista!

ELEONORA PEREIRA é Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

End. Rua Correia de Araújo, 93 - GraçasCEP: 52011-290 - RECIFE - PETelefax: (081) 3222.1106Fone: (81) 9904.3899E-mail: cedca2@hotmail.com
O eixo da Promoção de Direitos tem como objetivo fundamental a deliberação e formulação de políticas públicas de atendimento e de garantia de direitos. Seus principais atores são Secretarias de Estado, unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei, Conselhos de Direitos e organizações não-governamentais (ONGs). O eixo de Defesa de Direitos diz respeito à responsabilização da família, sociedade e Estado pelo não-atendimento, atendimento irregular ou violação de direitos de crianças e adolescentes. Ele é constituído pelo Judiciário, Ministério Público, Conselho Tutelar, Secretarias de Segurança, Centros de Defesa, Defensoria Pública, entre outros. Já o eixo de Controle Social diz respeito ao controle externo do Poder Público. Esse é o espaço da sociedade civil organizada articulada, como por exemplo, Fóruns, Redes, Associações, ONGs, Mídia, entre outras.

A atração musical foi o cantor e compositor Jor Santana

Jor Santana. Cantor e compositor

”Exploração sexual? Desculpe-nos, não temos esse serviço. Por favor, não insista”.


tags: adolescentes, crianças, geane bezerra, do ciaf, eleonora pereira

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 00:57 - 08/06    |    permalink    |    comentar

EXPRESSÃO GRÁFICA, ARTE E MERCADO









PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
O Programa Liberdade de Expressão gravado no dia 23 de maio de 2008, contou com a presença da Professora Ana Magda Alencar Correia, Coordenadora do Curso de Expressão Gráfica da UFPe e Robson Souza, Coordenador da Semana de Expressão Gráfica da UFPe





Em 1946, com a fundação da Universidade do Recife, que reunia vários campos de saber já institucionalizados, cada faculdade que lidava com geometria gráfica possuía um departamento que era responsável por essa área de conhecimento.
Em 1965, quando a Universidade do Recife foi integrada ao grupo de instituições federais do novo sistema de educação do País, recebendo a denominação de Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, os departamentos estavam espalhados pelas faculdades e, conseqüentemente, os que tratavam da geometria gráfica também se encontravam divididos entre as faculdades.
Com a inauguração do Centro de Artes e Comunicação em 1976, a área gráfica se reuniu em torno do Departamento de Desenho que lá foi instalado.
O Departamento de Desenho tinha sob sua responsabilidade as áreas de conhecimento da geometria gráfica e do desenvolvimento de projetos de produtos. Por isso, os cursos de Licenciatura em Desenho e Desenho Industrial, tinham seus professores lotados nesse departamento. Dentre esses professores da década de 70, podemos destacar os nomes dos professores Manuel Caetano, Fernando Menezes, Honorina Lima, Reginaldo Esteves, Felipo Melia, Antônio Pedro Didier, José Noberto Castro Silva, Edson Lima Edmundo Barros, Severino Aragão, Adalberto Canha, Maurício Castro, Paulo Vaz, Gildo Montenegro, Carlos Alberto Cunha e Mario Duarte.
Ao longo dos anos, com as evoluções dos campos de conhecimento, outras áreas de pesquisa vêm surgindo, de modo que o Departamento, no final da década de 90, é dividido em dois, um que continua sendo o Departamento de Desenho e um outro que é o Departamento de Design, que reuniu algumas áreas de conhecimento do Departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística. Ao primeiro continua cabendo o saber referente à geometria gráfica, e ao segundo ficam destinados os conteúdos referentes ao desenvolvimento de projetos de produtos e a programação visual.
Em face das novas perspectivas e transformações no campo da geometria gráfica, em 2005, o departamento muda de nome, adotando a denominação de departamento de Expressão Gráfica, no sentido de tentar melhor definir o campo de conhecimento sob sua responsabilidade.
O departamento hoje é responsável por 32 disciplinas, que englobam saberes da geometria plana bidimensional e tridimensional, distribuídos nos cursos de: Arquitetura, Design nas suas duas habilitações, projeto do produto e programação visual, nas Engenharias, nos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Matemática e na Licenciatura em Desenho e Plástica.

Ana Magda Alencar Correia

Doutora
Engenharia de Minas
O curso de Licenciatura em Desenho e Plástica objetiva a formação de professores de 1º e 2º graus nas áreas de Desenho e Plástica, qualificando ainda para o ensino das disciplinas de Desenho Representativo, Operacional e Normativo (no 3º grau, nas áreas de Tecnologia e Artes). Ressaltamos ainda o crescente interesse do mercado pela Gráfica Computacional, que tem despertado a necessidade de se redescobrir a Geometria Gráfica, como ferramenta indispensável a esta ciência. Além da vocação para o magistério, o aluno do Curso de Licenciatura em Desenho e Plástica deve apresentar algumas características de suma importância, quais sejam: raciocínio abstrato e espacial, Coordenação motora, síntese gráfica, senso de proporção e escala, memória visual, percepção de movimento e criatividade. O mercado de trabalho vem oscilando nos últimos anos, face à elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, recentemente sancionada, e ao entendimento de que ora e seu conteúdo é obrigatório na grade escolar do ensino fundamental, como disciplina independente, ora integra a matemática ou a educação artística.
Aí está o pessoal do Território Nordestino, forrozeiros que fazem um circuito espalhando a musicalidade nordestina por onde passam.






tags: expressão gráfica

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TURISMO, UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO


O Programa LIBERDADE DE EXPRESSÃO, apresentado por Miguel Farias e gravado dia 22 de maio de 2008, para exibição na TV PERNAMBUCO, debateu o tema: TURISMO, UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO
Na mesa de debates do PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, GILBERTO PIMENTEL - Vice-Presidente? da Empetur -, INAH BARBOSA-do SINDETUR -, ALEXANDRE FERREIRA - Gestor de Turismo do SEBRAE - e MARCUS AURÉLIO REIS - da Associação dos Empresários de Olinda
As questões do turismo costumam ser sempre complexas, porque
envolvem as cadeias produtivas, os setores da administração pública e afetam as vidas das comunidades onde este acontece. A indústria do lazer convive de forma permanente com as flutuações das conjunturas macroeconômicas. O país luta para ampliar os níveis anuais de crescimento econômico, desafiado por questões sociais importantes e urgentes.
A discussão sobre o turismo em Pernambuco apenas inicia com a conversa dos convidados deste programa, haja vista que o envolvimento de todas as cadeias produtivas, em todos os níveis, envolve ações que vão desde a qualificação dos agentes de viagem ate a capacitação do pessoal de atendimento em hoteis, coméscio local, enfim uma gama de ações que se não forem muito bem instrumentalizadas elas se perderão no tempo como já aconteceram com a maioria das tentativas de alavancar o turismo em nosso Estado.
Ao que parece, e até refletindo sobre a conversa durante o programa, o Governo do Estado, com o Projeto Pernambuco para o Mundo, demonstra maturidade principalmente porque tem atraído todos os segmentos interessados nesse resultado esperado há tanto tempo, produzindo uma cadeia de ações afirmativas que, sentimos, estão se consolidando passo a passo, uma vez que a atuação, como sempre deveria ter sido feita, atinge todos os níveis envolvidos.

As diretrizes que norteiam o Turismo em Pernambuco são realizadas de forma integrada. Em âmbito estadual, o segmento é fomentado e direcionado sob a responsabilidade de órgãos coordenados pela Secretaria de Turismo (SETUR), responsável pelo planejamento, controle, avaliação e execução de projetos por organismos distintos.

GILBERTO PIMENTEL, VICE PRESIDENTE DA EMPETUR
A secretaria de Turismo de Pernambuco traçou o Planejamento Estratégico do Turismo pelo Estado, intitulado “Pernambuco para o Mundo”, que determina metas e diretrizes para o desenvolvimento do setor turístico de 2008 a 2020.

O Pernambuco para o Mundo congrega todos os estudos já realizados no Estado, atendendo ao principal objetivo da nossa política de turismo: transformar Pernambuco no destino mais competitivo nos mercados regional, nacional e internacional. O documento tem uma visão de futuro que contempla questões como a preservação da natureza e biodiversidade, valorização da diversidade cultural, geração de emprego e renda, qualidade na prestação dos serviços, parcerias com o setor privado, definição de marcos regulatórios e incentivo à construção de equipamentos sustentáveis.

O Plano Estratégico prevê a injeção de aproximadamente R$ 19 bilhões no Turismo estadual até 2020, montante dividido entre os setores público e privado. Este dinheiro será concentrado na infra-estrutura, com destaque para obras de saneamento (R$ 4,5 bilhões) e intervenções urbanas (R$ 4,6 bilhões). A expectativa é o aumento gradativo do número de turistas em Pernambuco, atingindo em 2020 a marca de 9.925.591 visitantes. O prognóstico é que em 2020 o Estado atinja 94.606 empregos diretos e 393.038 indiretos, totalizando 487.664 empregos.


A partir do Plano Estratégico, Pernambuco vai gerar estrutura para o setor, receber mais visitantes e distribuir renda. O Turismo é o setor da economia que mais gera empregos no mundo e este é o objetivo do Governo, promover o desenvolvimento para todos os pernambucanos, fazendo de Pernambuco um estado moderno, dinâmico e socialmente justo.
INAH BARBOSA, da Agencia Nassau Turismo e Diretora de Turismo Exportativo do SINDETUR, que é presidido por LIZETE MAIOLI. O SINDETUR é um foro permanente
de debates e estudos do mercado de turismo visando o desenvolvimento empresarial e profissional do Agente de Viagens, tomar iniciativas políticas e estratégicas que abriguem as reivindicações e os interesses da categoria, o aprimoramento do agente de viagens através da capacitação profissional e da valorização da informação.
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As unidades do Sebrae nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba elaboram projetos com abordagens inovadoras. Segundo Alexandre Ferreira, Gestor de Turismo do Sebrae, que atua na zona da mata do estado onde ocorreu o ciclo da cana de açúcar, antropólogos e sociólogos participaram do desenvolvimento de conceitos e do levantamento dos elementos identificadores da civilização do açúcar, tais como equipamentos tombados como patrimônio histórico, gastronomia e manifestações culturais presentes nos três estados.

O objetivo do projeto é explorar a riqueza cultural dessa região, onde localizam-se as fazendas de engenho, e que abrange as fronteiras de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. A civilização do açúcar, segundo Alexandre, agrega valores culturais aos produtos e serviços oferecidos aos turistas em cerca de 20 cidades na região dos engenhos de açúcar.

Alguns dos engenhos já são explorados turisticamente e os técnicos do Sebrae junto com os empreendedores locais, devidamente orientados e capacitados têm reagatado a culinária típica da época da civilização do açúcar, como por exemplo, os doces, licores, cachaças, danças folclóricas como o maracatu e o cavalo-marinho, que fazem parte do acervo histórico da região da zona da mata. Da mesma forma o Sebrare tem agido nas demais regiões do estado de Pernambuco, devolvendo aos nativos as características que aos poucos vão sendo esquecidas, promovendo um resgate transformador de cada região.

MARCUS AURÉLIO REIS, hoteleiro e Presidente da Associação dos Empreendedores do Sítio Histórico de Olinda

hotel@pousada4cantos.com.br

maoreis@zip.com.br

Dona do maior carnaval do mundo, as ladeiras de Olinda enchem-se de fantasias e cores durante os quatro dias de folia. Com o título de Patrimônio Mundial da Humanidade e berço da cultura brasileira, Olinda é pura beleza e arte nas ruas de seu sítio histórico, inspiração para vários artistas plásticos que escolheram a cidade para montarem ateliês, galerias e museus. Foi a primeira capital de Pernambuco e deve ser também um dos primeiros lugares a serem visitados quando se chega ao Estado. Enfeitada por igrejas, seminários e casarios, a cidade atrai visitantes de todas as partes do mundo. Quem chega a Olinda se encanta. Para Marcus Aurélio, proprietário da Pousada dos 4 Cantos, Olinda é im shopping a céu aberto, que precisa de ações mais afirmativas para transformá-la em um ponto mais atrativo para o turista. Segundo ele, Olinda das ladeiras bucólicas e do turismo contemplativo, aunda não se apercebeu das belezas inesgotáveis, para transformá-la num ponto permanente para o turista que apenas passa, dentro de vans com vidros fechado, vêm-na e disparam para Recife, por falta de uma estrutura oficial para retê-los na cidade por mais tempo. Olinda não pode continuar sendo apenas para o Carnaval que a degrada, a destroi. Olinda precisa de ações que a integrem ao sistema que está sendo implantado no Estado

A ferramenta do artista
EDUARDO ABRANTES foi o artista do dia.
Gravou o CD "Cantigas de Sertões", como compositor e cantor, integrando o grupo musical A Uzyna, em 2005. Tem repertório com base na MPB, com inserççoes de forró, baião, maracatu e cantoria.
Neste ano de 2008, lançou o Projeto "Do Sertão àConquista", trazendo interpretação do consagrado compositor Elomar Figueira Mello.
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enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 23:27 - 07/06    |    permalink    |    comentar

POESIA, UM MERGULHO NO COTIDIANO

O Programa Liberdade de Expressão gravado dia 19 de maio de 2008, apresentado por Miguel Farias, debateu sobre a POESIA, UM MERGULHO NO COTIDIANO DA VIDA, reunindo poetas, importantes, que falaram sobre o ofícia de poetar.


Na mesa de debates, os poetas WALMIR JORDÃO, VERA PORTO, SELMA RATIS, MIGUEL FARIAS, CIDA PEDROSA, IVAN ALMEIDA E MIRÓ

Em um perfil haikai do poeta Valmir Jordão, poderia ser escrito: irreverente, meado de altura, um feroz humor. Autor de versos que hoje correm mundo, tão antológicos que viraram quase domínio público, “Coca para os ricos / Cola para os pobres / Coca-Cola? é isso aí”, o poeta Valmir não só corre o mundo em versos, também corre perigo em pessoa. Digo que o poeta corre perigo em pessoa e não escrevo isso por ser um fingidor. Valmir Jordão vem de uma geração que se convencionou chamar de poetas marginais do Recife, que perdeu três, de uma só partida, em 2007: Chico Espinhara, Erickson Luna e França, nessa ordem. Chamados de poetas marginais por incompreensão ou preguiça, com mais propriedade poderia ser dito que ele é herdeiro de uma geração de poetas radicais, que escrevem poesia além das páginas, na própria vida, no próprio corpo. Como uma tatuagem.


Desse estigma, ele próprio já disse, exaltado: “Marginal é a poesia, desde que Platão a expulsou. Repito isso: marginal é a poesia, desde que Platão a expulsou da República, certo? Então não tem nada a ver com poeta marginal, porque eu nunca assaltei ninguém, nunca matei ninguém”. Apenas, e isto é um crime para uma tradição de poetas que cantam o belo do rio sem olhar suas margens, Valmir Jordão é o guerrilheiro deste petardo:
AH, RECIFE
Dizem os bardos que uma cidadeé feitade homens,com várias mãoseo sentimento do mundo.
Assim Recife nasceu no caisde um azul marinho e celestial,onde suas artérias evocam:
Aurora, Saudade, Concórdia,Soledade,União, Prazeres, Alegria e Glória.

POETA CIDA PEDROSA
Cida Pedrosa (Bodocó, Sertão de Pernambuco, 1963). É poeta e edita em parceria com Sennor Ramos a Interpoética. Publicou Restos do fim (1982); O cavaleiro da epifania (1986); Cântaro (2000) e Gume (2005). Participou de várias antologias. É uma das organizadoras da RECITATA - Concurso de Recitação do Festival Recifense de Literatura e vem se dedicando a estudar as interfaces entre a literatura, mídias e tecnologias. Foi uma das coordenadoras do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco


Fonte: Breno Pessoa/Jornal do Commercio
É possível definir o novo livro da poeta Cida Pedrosa como um abecedário de mulheres. De Angélica a Zenaide, são 26 poemas/personagens femininas, cada uma correspondente a uma letra do alfabeto. A obra, chamada As filhas de Lilith, será apresentada ao público hoje, às 20h45, durante leitura no espaço Café Literário.
Apesar de estar finalizada, a coletânea ainda não foi editada nem publicada de fato. A idéia da autora é fazer neste sábado um “teste público” do seu trabalho, recitando parte de As filhas de Lilith ao lado da atriz Silvana Menezes. Cida pretende apresentar 14 poemas e espera que alguma editora se interesse em viabilizar a publicação.
“Cansei de passar o chapéu entre os amigos, diz a escritora, que publicou seus quatro livros anteriores de forma independente e é editora do portal de literatura Interpoética (www.interpoetica.com). A autora também está à procura de uma artista (sim, deve ser uma mulher porque a proposta é que o livro seja inteiramente feminino, até na sua produção) que se disponha a ilustrar o trabalho.
Mas qual a razão do título? Segundo algumas interpretações da Bíblia, Lilith é tida como a primeira mulher de Adão, que havia se rebelado por não concordar em ser subserviente ao homem. “Existe uma frase atribuída a Lilith que gosto muito: ‘Adão, por que estás por cima de mim, se és tão pesado?’”, comenta Cida sobre a personagem do título. Esse questionamento e vontade de emancipação estão presentes, de alguma forma, em todas as mulheres da obra.
E embora o livro não possa ser definido como uma obra erótica, a sensualidade e sexualidade predominam nos versos. E talvez esse seja justamente um dos destaques no trabalho da escritora. Desde que a francesa Pauline Réage revelou ao mundo ser a autora de História de O, um dos maiores clássicos da literatura erótica, caiu parte do estigma de que esse era um segmento dominado apenas pelos homens. Ainda assim, são poucas as representantes femininas no gênero, sobretudo na atualidade e, principalmente, na poesia.
“Faço poesia erótica sem papas na língua”, afirma Cida, “mas acho que esté livro é mais sociológico”, completa. A autora diz que sua proposta é aprofundar-se em diversas personalidades femininas: a dona-de-casa, a moça vaidosa, o travesti e a lésbica são alguns dos personagens presentes no texto.
As personagens tornam-se críveis por serem pessoas comuns, em situações prosaicas, muitas delas envolvendo o sexo, que acaba surgindo nos poemas de como algo natural e bastante pessoal em cada uma das identidades. E, embora bem reais, a poeta garante que a inspiração para os textos não veio de experiências vividas, e sim de sua imaginação.

MORTE SOB O CARBONO

a floresta (dentro
da sala)
espia o homem
que se apóia na caneta

nomes números nódoas

as velhas esperam
o ventilador gira
o café esfria o bigode do funcionário

- papel poeira pesares ?
- idades vãs ?
entre
um documento e outro
um carimbo e outro
uma certidão e outra
as velhas
acertam um grampo na alma
e pactuam um prazo com a morte

(No livro Gume, Recife: ed. da autora, 2005, p. 55)
Arte e editoração

EROTISMO, HUMOR E SIMPLICIDADE
NA POESIA DE SELMA RATIS

por André Cervinskis*

Quando se fala em literatura erótica está se falando de uma literatura que mobiliza um tema específico: a sexualidade. Um campo da literatura que se interrelaciona com diversos gêneros. Segundo a pesquisadora Eliane Robert Moraes, estudiosa do assunto e autora de Sade – A felicidade libertina, em entrevista à Livraria Cultura News de março de 2007, existem obras que enfocam o universo, as pessoas e os sentimentos, a partir do sexo. Essa distinção é muito complexa e, geralmente, baseia-se num critério moral. Para o senso comum, é pornográfico o sexo escancarado e é erótico aquilo que é velado. O que se deve levar em conta, porém, é a qualidade literária, e isso deve ser avaliado pelo critério estético, não pelo critério moral. Há livros em que o sexo é meio velado, mas a literatura é ruim e há outros mais alusivos que são notáveis pelas possibilidades de pensamento que propõem.

O sexo vem sendo tema literário desde sempre. Está no Satyricon, de Petrônio, no Cântico dos Cânticos, da Bíblia, na Priapéia grega e em tantos outros escritos da Antiguidade. Poesia erótica, notável tradução de José Paulo Paes, que abrange desde a Antiguidade até os dias de hoje, permite-nos acompanhar e pensar a história da literatura erótica, mostrando inclusive que ela sempre foi um dos temas essenciais da humanidade, assim como o amor, a guerra, a religião. No século 16, portanto na modernidade, surge no Ocidente um tipo específico de literatura que fornece as convenções do erotismo moderno. O grande exemplo é Diálogo das Cortesãs, de Areno, em que duas mulheres avaliam o que é melhor para uma jovem – ser esposa, cortesã ou freira. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (1941), de Mikhail Bakhtin, rechaça a norma unívoca e a rigidez dos padrões e estilos. Disserta sobre o grotesco na Idade Média e Renascimento, revelando hábitos sexuais nem sempre condizentes com as normas sociais da época. Esse modelo, exposto pelos próprios personagens, fonte da literatura libertina, vai perdurar até o século 18, inspirando romances clássicos franceses e ingleses, como Fanny Hill e uma boa parte dos escritos de Sade. Depois das revoluções burguesas na Europa, o erotismo passa a ser mais clandestino. Há um desejo de recato, de distanciamento do mundo da corte e, em decorrência, um retrocesso de sua visibilidade. No século 20, com o esgarçamento do modelo burguês, ocorre uma nova virada. Surgem os movimentos de vanguarda nas artes e os surrealistas no início dos anos 1920, resgatando o vigoroso acervo dos séculos 17 e 18, que estava escondido, intensificando a produção dessa literatura. Entre os nomes de destaque estão Louis Aragon, Guillaume Apollinaire, Pierre Louÿs, Georges Bataille.

O novo livro de Selma Ratis, conhecida no meio literário por sua poesia sensual e irreverente, Falo, do que Falo!, é uma prova de que poesia erótica se faz com humor e simplicidade, além de uma boa dose de sensualidade, é claro. Sem pudores, a autora toca em temas ainda tabus na sociedade hodierna, como a masturbação feminina: Mas, confesso,/ Ainda penso em você/ Quando faço amor/ Sozinha. (ESQUECEU MESMO?, p. 2); ou mesmo posições eróticas pouco tradicionais: Você me amar/ Por trás/ De algum coqueiro./ Melhor ainda/ No banheiro. (MINHA FANTASIA, p. 24)

Os versos certamente são ousados, mas bem construídos: Suas mãos correm/ Pelas minhas pernas/ E sobem... E descem.../ enquanto seus pés/ Servem de estacas/ Para o desejo. (FIM DE FESTA, p. 42); Por que me molhar com água/ quando estou molhada de amor?/ Por que lavar teus beijos?/ Por que deixar escorregar/ Pelo ralo do banheiro/ As palavras ditas ou ouvidas?/ Por que afogar a satisfação/ Da minha pele relaxada/ De prazer?/ Por que deverei/ Apagar de mim, você? (BANHO, NÃO!, p. 8). Em versos monossilábicos, Selma enfatiza, em ritmo sôfrego, o carnaval e a luxúria: Carnaval/ Insanidade/ Vontade/ De beijar/ Na boca./ Manhã de sol/ Saudade/ Vontade/ De beijar/ na boca./ Praia/ cumplicidade/ Vontade/ De beijar/ Na boca. (FICÇÃO, p. 40)

A desenvoltura com que ela trabalha sensualidade e erotismo sem dúvida é um dos traços principais dessa obra. Mas o humor sem dúvida é uma das principais característico desse que pode ser considerado o livro da maturidade erótica de Selma Ratis: Pra ficar com alguém/ Assim, eu não ia/ Precisar de camisinha./ Mas colocá-lo dentro/ De um camisão. (PAQUERA, p. 3). Brincando com termos chulos, trata com jocosidade as preliminares do coito: Quando você me disse:/ Quero lhe comer/ Começando pelos braços/ Mordendo suas coxas/ Suas costas/ Saboreando seus seios,/ Suas ancas/ levei um susto:/ Pensara em outra coisa. (QUERO LHE COMER, p. 5). Ou tornando mais leve uma das maiores preocupações masculinas, o uso da camisinha e a potência: Se o amor/ Não cabe mais em nós/ Que alegria!/ Se o tesão/ Me faz esquecer o tempo/ em que fiquei sozinha./ Vem! Deixa eu colocar/ Logo esta camisinha! (CHEGOU A HORA, p. 14). Aliás, interessante alusão à relação futebol-virilidade realiza no poema AMAR: É como no futebol? Amar você assim./ A barra é o lençol/ o gol é você em mim. (p. 16).

Há uma consciência plena da autora sobre o ser mulher; ela agradece à sua progenitora a felicidade de ter-lhe dado e ensinado a feminilidade (p. 100), ao mesmo tempo em que disserta sobre a diferente visão de sexo para homens e mulheres: Quero ser amada, ter certeza/ De ser absoluta. (...) Porque pelos meus cálculos você é:/ ‘umas duas horas de homem/ e eu, uns quarenta minutos de mulher’ (p. 12); Tu me entendes/ Também és mulher!/ o sofrimento, aquela lágrima/ pelo amor que vivi/ E se perdeu/ (...) As juras de amor/ As minhas, as deles/ Tão diferentes/ Se desfazendo/ Em teus recantos tão sensuais! (CANÇÃO DE AMOR, p. 29); Os homens fazem sexo/ As mulheres fazem amor/ (...) faz parte do prazer/ continuar sentindo seu calor/ Afagar suas costas./ Percorrer de volta o caminho/ De sensações e espasmos/ com quem se gosta. (POR QUÊ?,55).

Mas, para quem pensa que a poesia de Selma Ratis é somente erotismo, ela dá uma lição de lirismo no poema PORTO ARTHUR, provando que amor não está desassociado da sexualidade, mas se complementam. Associando o mar à saudade, lembra-nos Fernando Pessoa: Há quantos anos/ Vives? Ancorando/ Embarcações/ De esperança e dor./ Descarregando/ Em teu solo/ a semente/ Da saudade./ Refletindo/ Em tuas águas/ a profundidade/ De um olhar/ Tristonho/ enigmático/ Ou quem sabe/ A alegria/ Do reencontro./ Também tenho/ Um porto/ Que naufragou/ Levando a jangada/ do meu coração/ Deixando um mar/ De lágrimas/ Nos meus sonhos!/ Porto Arthur... (p. 85). E aos que enxergam na poesia somente a catarse de seus sentimentos, versos confessionais que não levam em conta a qualidade literária, avisa: Detesto escrever/ Para chorar mágoas (TAMBABA, p. 9). A relação literatura e sexualidade é trabalhada pela autora no poema TENHO QUE ESCOLHER: Ou leio Neruda/ E paro de pensar/ Em você na cama/ Ou penso em você/ Na cama e paro/ De ler Neruda.(p. 36). Noutra intertextualidade interessante, faz referência à obra de outra grande autora pernambucana, que inclusive domina uma poesia erótica elegante: Quando li o poema de Tereza Tenório -/ Canção do Degredo/ “... Eu princesa da corte/ Apaixonada./ Flagrei meu homem/ amado em pleno beijo/ com o cavaleiro branco/ A quem me queixo?” Uma última informação importante: seu poema DE DIA (p. 45) foi musicado pelo Grupo Bondsamba.

Erotismo, simplicidade e humor são, sem dúvida, as marcas indeléveis dessa obra e de toda a trajetória literária da autora. Não a leiam os pudicos, os que enxergam a poesia como matéria intocável e sagrada, distante do cotidiano, das coisas e desejos que fazem de nós seres humanos. Leiam-na, sim , os que percebem a poeticidade do desejo, o amor construído em detalhes e coisas simples, como: cozinhar caranguejo,/ olhar aviões no aeroporto/ temperar munguzá/ raspar coco pra tapioca (PERNAMBUCANIDADE NO AMOR, p. 15).

  • ANDRÉ CERVINSKIS, escritor, crítico literário e mestrando em Lingüística - Universidade Federal da Paraíba


VERA PORTO é compositora e cantora e a compositora é a poeta do OVO DE SEU FRANCISCO


O OVO de FRANCISCO
( Vera Porto)

Um senhor de olhos negros plantou a um tempo atrás
Uma flor chamada estranha
Ninguém vira jamais

Um forno- dado medonho
Pedra- por- pedra é capáz
de agigantar o humano
E construir muito mais

Aos guardiões do tempo
Dá-me licença de entrar

No templo uma muralha
Guardiões do lugar
Preparam a sua alma
Para o que dentro virá

Um forno-dado medonho
Pedra-por-pedra é capaz
De ver que dento do ovo
Principia a luz do fogo que inicia o que virá...
Carneficina-oficina
A forma curva o que há
De violento na vida
O nascer o principiar
Da matéria a argila
o senhor fez plantação
Na Vársea de sua fibra
A boca é sua mão.


Bom encontrar uma poeta como a Vera, que declama poesias com sua voz especial e seu cantar que transpira o que você puder imaginar. Salve Vera!

Garanto que procurei um texto especial, na internet, para falar do Ivan Almeida. Queria apertar o ctrl+c e colar aqui no blog. Não encontrei e resolvi escrever sobre este cara que encontro em todas as esquinas de Olinda, sempre risonho e feliz com seu ofício de poetar nos dias e noites de recifolinda, nos bares, ruelas, onde tenha gente ele está lá. O Ivan é um mágico! Tem um sorriso franco e consegue fazer que olhemos para ele, sempre esperando uma mensagem de bom augurio (que palavra estranha!).

Não poderia deixar este espaço em branco. Este poeta como já disse é mágico, transforma palavras em sonhos, em risos, em alegria e aquece o coração de quem aspira, respira, transpira o bem e ele é do bem inteiro.


Poeta.... Se as palavras são a tua vida, podes crer que consegues fazer viver corações e mentes que em certos momentos estão absorvidos pelas correrias dessa vida que consegue nos robotizar e só a poesia e o poeta prá transformar essa pressão toda.
Dele recebi dois poemas e com prazer transcrevo-os aqui:

MÃE

Mãe é amor

Dedicação

Mãe é total doação

Mãe é ar

É sangue

É pulmão

Proteção mesmo distante

Em desespero quantos gritos

Mamãeeeeeeeeeeeeeeeee!

O temor invadindo

E o bálsamo aproximando-se

Que confiança nós temos nela!

É divino é divina

É minha flor

minha rainha

Mãe tanto se dá

Tão pouco me dou

Tanto me faz

com amor

Sinto amor

Sinto paixão

Vejo esta santa mulher

Em tudo que Deus criou

Vejo nas plantas

No fogo

Vejo no céu

No mar, no ar!

Uma rosa é mãe

Uma borboleta

Julias e Julietas

Inaladas, Martas, Marias e Antonietas


Todas as mães


Se já é uma estrela pense nela

com o mesmo amor qye você pensa

Em Deus Nosso Senhor


Benção minha mãe


Benção todas as mães



(Ivan Almeida)






AO MEU AMOR






Ha anos amo a mesma pessoa



O que dizer depois de tanto tempo?



Querendo...



Convicendo...



Sentindo o corpo e a alma feliz



Vejo a mesma coisa nela



Isso é o que os seus olhos, cheiro, pele, me dizem



Tantos anos querendo e tendo



Tenho esperança que seja eterno



Mais dez, cinquenta, cem, sei lá!



Se dentre este tempo eu morrer



A esperarei com uma legião de anjos



Com direito a toques e trombetas



Neste tempo de união a vi dedicar-se a nós



Lágrimas também já vi



Já fizemos amor até em pensamento



Já rolamos na cama



Na grama



Já tive o prazer de ve-la me esperando...



Os olhos chegaram a engolir a estrada



Juntos vimos o sol e o parque verdejante



Dando-me certeza da beleza



Que é o verdadeiro amor



Que o meu seja eterno com você



Não que as outras pessoas não me mereçam



Mas você me basta



Em você tenho tudo!



(Ivan Almeida






Ivan é o poeta do amor, o poeta dependente do amor, reconhecidamente dependente da mulher, declaradamente um poeta que canta e doa sua alma para a mulher. AO pOeta, minha amizade e admiração só de pensar que para cumprir um compromisso poético você saiu de Ouro Preto até a Caxangá de bicicleta,,,,,,,,,,,,,,,




maristela farias
MIRÓ

Um poeta marginal
Por Urariano Mota

Senhores e senhoras, temos a grata satisfação de falar de Miró. Sobre ele é quase inútil procurar informações no Google, porque entre os 35.700.000 resultados no máximo 4 se referem ao particular Miró que lhes apresentamos agora. De nome de batismo João Flávio Cordeiro da Silva, o poeta Miró nasceu no Recife há 46 anos. Mas nada nesse nome artístico vem do outro mais conhecido, um outro grande, um certo criador Joan, da convivência de João Cabral de Melo Neto. Não. Esse Miró, esse nome nobre... - e já sinto no ventre a cutilada do poeta – “todo nome é nobre” – essa denominação vem de outras plagas nobres. Vem de lá dos subúrbios do Recife. João Flávio foi transformado em Miró pelos amigos, porque lembrava ao jogar o bom Mirobaldo, um craque da pelota do Santa Cruz Futebol Clube. No tempo em que o maior talento de João era o futebol, os seus amigos o apelidaram de Miró, forma reduzida de Mirobaldo, que se pronuncia com a vogal aberta no hablar nordestino. Depois, na fase em que assumiu o jogo mais raro e difícil da poesia, achou por bem continuar assim, Miró, para melhor sorrir no íntimo com os dentes claros, diante de quem o confunde com o pintor catalão.

Em um mundo globalizado conforme a ótica WASP, Miró é um acúmulo de surpresas. Pois imaginem as senhoras ladies e os senhores gentlemen que ele é um poeta que jamais entrou na universidade. Pelo menos, para assistir a lições como estudante universitário, nunca. E, continuem a imaginar, isto não lhe faz nenhuma falta, devíamos mesmo dizer, para a sua poesia é um bem, porque lê e se educa em obediência a uma ordem que não está no currículo de uma tradição estéril. A quem não o conhece, a sua pessoa, física, guarda uma grata e grada graça: Miró tem a pele escura, e, ladies and gentlemen, não finjam por favor naturalidade. Mesmo em um povo mestiço, Miró é uma exceção: as pessoas sensíveis, até mesmo no Brasil, têm uma estranha gradação na cor da pele da sua sensibilidade. Quanto mais claros, mais poetas. Quanto mais escuros, mais trabalhadores braçais, ou, se forem artistas, mais jogadores de futebol. Daí que faz sentido o poeta Miró vir de Mirobaldo, o craque do Santa Cruz Futebol Clube. Pero a melhor surpresa de Miró vem da sua poesia. Acompanhem-nos, por favor, assim como o acompanhamos esta semana em um auditório.

Todos nós aprendemos, ou fomos como bons estúpidos para isto educados, que o poema realiza a poesia nas suas linhas. Ou, se quiserem, o poema não precisa da pessoa do poeta – a certeza única e exclusiva do seu valor está no que escreve. Certo? Senhores e senhoras, ladies and gentlemen, e Jesús na Espanha nos ajude para o senõres y señoras: - Errado. Quem não viu Miró declamar os seus poemas não sabe o quanto este conceito, preconceito, esta burrice ancestral está errada. Aquela justa observação feita por Manuel Bandeira à poesia de Ascenso Ferreira, no trecho

"Não me lembro se antes de me avistar pela primeira vez com Ascenso Ferreira eu já tinha conhecimento dos seus versos. Como quer que fosse, eles foram para mim, na voz do poeta, uma revelação. Pois quem não ouviu Ascenso dizer, cantar, declamar, rezar, cuspir, dançar, arrotar os seus poemas, não pode fazer idéia das virtualidades verbais neles contidas, do movimento lírico que lhes imprime o autor"

aplica-se também à poesia de Miró. Com alguns câmbios. Mirem. Onde Ascenso Ferreira realizava no recitar um uso extraordinário da voz, da modulação ao acento, do corte da sílaba à ênfase, como dizê-lo?, uma utilização da voz como um ator de rádio, Miró usa a imagem, física, melhor dizendo, ele usa o próprio corpo, ele faz evoluções pelo auditório, como um cantor de rap, quase diríamos. Mas sem microfone. E não só. Ele acrescenta caretas, esbugalha os olhos, fecha-os, e aponta os seus versos com um dedo contra a assistência. Como um Tio Sam invertido, que em vez de conclamar um alistamento, nos enfiasse a realidade cara a dentro:

- Tomem poesia, seus filhos da puta!

A platéia, divertida, sorri, gargalha, diante de versos que não chegam a ser bem cômicos. Como aqui:

“Tinha lido num livro de auto-ajuda, de um
desses psicólogos
De araque, que aparecem nesses
programas matinais que dão
Receitas pra tudo, inclusive de bolo,
Que na hora que a vida vira uma merda
O melhor é sair da fossa”

Ou nestes versos

“Acho que foi a primeira vez que conheci a dor
Um domingo de 1971
Naquele tempo o domingo era o dia mais
feliz,
Minha mãe fazia um macarrão com carne de
lata e Q-suco
Ficávamos brincando de mostrar a língua
vermelha
Pra provar que éramos felizes....

Norma era tão linda com seus cabelos
negros,
Que me deu um branco aos 11 anos
Quando me pediu um biscoito maizena e um
gole de fratele vita ....

Domingo era o dia mais feliz
Antes de Norma beijar um outro na boca”

A platéia, o distinto público, vai ao delírio. De rir, de gargalhar. Miró fala de um mundo abaixo do nível do auditório. O primeiro elemento cômico é que a miséria é cômica. A maior comicidade é a desgraça que não sentimos na própria pele. A dor que não é a nossa, a dor pela qual não temos empatia, ah, ladies and gentlemen, como é cômica. Não iremos consultar nada agora, mas em algum lugar deve estar observado que o riso é manifestação pela desgraça alheia. O riso atesta a nossa superioridade ante o ridículo que não nos alcança. Quem jamais bebeu “sucos” em pacotinhos de pó, de “morango”, de “uva”, com bastante açúcar e gelo, como bebem os que não podem comprar frutas em um país tropical, acha isto irresistivelmente cômico.Quem jamais saboreou carne enlatada no país de maior rebanho bovino do mundo, quem jamais pôde sentir o sabor, o gosto e a maravilha da carne Swift, da carne da Wilson, com macarrão rubro de colorau aos domingos, porra, que piada genial é esse macarrão se transformar no dia da felicidade. E aquela prova de amor, da cumplicidade que tem o amor, quando a musa pede refrigerante, guaraná da frattelli vita, com o biscoito miserável de maisena. Caralho, esse cara é do peru! E Norma beija um outro, mirem o detalhe, na boca! na boca! Menos, por favor, você é demais, cara!

O poeta gira em torno da assistência. A sua arma, a sua graça e cômico é a verdade. Aquelas coisas mínimas, constrangedoras, que nem às paredes confessamos, ele, como um novo louco, arrebenta de si. Mais do que escrever por vezes transcreve. Com uma sensibilidade que observa o inobservável.

“Já perceberam como tem pontas de
cigarro em pontos de ônibus?
Tem uma tese de um amigo que diz:
Que as empresas de ônibus são
responsáveis por 5% dos cânceres de
pulmão.
Curioso perguntei, como assim?
É que os ônibus demoram”.

Ou mesmo, vejam que engraçado:

“O amor passou na tarde
Com a mão direita sobre o ombro de um
filho com síndrome de Down ...

Aldeota, um jumento espera inquieto a
volta do seu dono que foi tomar uma
sopinha com pão, com o dinheiro das
migalhas que catou.
E eu fiquei tão emocionado,
Que não consegui escrever mais nada”.

A recepção da platéia a essas coisas é vê-las apenas como o lado sujo, trash, de uma estética suja e trash, de um maluco que escreve e não tem nenhuma vergonha de escrever sobre essa miséria como um bárbaro sem educação. (Nós, os cultos. Nós, os que, se algum dia fomos dessa desgraça, bem que a superamos. Nós, os de outro mundo. Nós, os limpos, cleans e educados.) O poeta gira, e deixa a aparência, como um bom gira, de fazer também uma rotação. Então ele declama, recita, pula, contorce-se, cospe e pragueja uns versos que a expectativa do distinto e cultíssimo público não percebe. O clima em torno da sua performance não permite a degustação, a permanência que tem a beleza, a que sempre por necessidade voltamos. Então ele fala, enquanto o público espera dar mais uma risada, então ele faz uma prece, um poema que somente hoje pela manhã pudemos sentir, ao ler e mastigar e ruminar como as cabras mastigam e ruminam uma erva muito amarga. Esse poema não precisa do poeta. Da sua pessoa. Basta uma sensibilidade.

“Deus, Tu que agora carregas um homem,
Puxando pelas rédeas o seu cavalo e uns
sacos de cimento
De cada lado um sol insuportável ...
Deus,
Choves agora no meu coração
Para que eu não pense em comprar um
guarda-chuvas de balas
E fazer justiça com as próprias mãos.”

Esses versos preencheram toda esta manhã de hoje. Dormiram e não saíram do peito todo este dia. Talvez porque nos tenham recordado de outro João, de Os corações futuristas, que pleno de álcool em 1973 também se sentiu impotente e louco de justiça.

Deus, choves agora no meu coração
Para que eu não pense em comprar um
guarda-chuvas de balas

Miró, poeta marginal? Pobre e miserável quem o toma assim


VERA PORTO, que voce encontra no site http://www.myspace.com/veraporto


VERA PORTO E BANDA VERA PORTO E BANDA
VERA PORTO
LEONARDO E AMADA
UM DOS MENINOS DA VERA
OUTRO MENINO DA BANDA DA VERA
AMIGA DA VERA

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POESIA, UM MERGULHO NO COTIDIANO


O Programa Liberdade de Expressão gravado dia 19 de maio de 2008, apresentado por Miguel Farias, debateu sobre a POESIA, UM MERGULHO NO COTIDIANO DA VIDA, reunindo poetas, importantes, que falaram sobre o ofícia de poetar.


Na mesa de debates, os poetas WALMIR JORDÃO, VERA PORTO, SELMA RATIS, MIGUEL FARIAS, CIDA PEDROSA, IVAN ALMEIDA E MIRÓ

Em um perfil haikai do poeta Valmir Jordão, poderia ser escrito: irreverente, meado de altura, um feroz humor. Autor de versos que hoje correm mundo, tão antológicos que viraram quase domínio público, “Coca para os ricos / Cola para os pobres / Coca-Cola? é isso aí”, o poeta Valmir não só corre o mundo em versos, também corre perigo em pessoa. Digo que o poeta corre perigo em pessoa e não escrevo isso por ser um fingidor. Valmir Jordão vem de uma geração que se convencionou chamar de poetas marginais do Recife, que perdeu três, de uma só partida, em 2007: Chico Espinhara, Erickson Luna e França, nessa ordem. Chamados de poetas marginais por incompreensão ou preguiça, com mais propriedade poderia ser dito que ele é herdeiro de uma geração de poetas radicais, que escrevem poesia além das páginas, na própria vida, no próprio corpo. Como uma tatuagem.

Desse estigma, ele próprio já disse, exaltado: “Marginal é a poesia, desde que Platão a expulsou. Repito isso: marginal é a poesia, desde que Platão a expulsou da República, certo? Então não tem nada a ver com poeta marginal, porque eu nunca assaltei ninguém, nunca matei ninguém”. Apenas, e isto é um crime para uma tradição de poetas que cantam o belo do rio sem olhar suas margens, Valmir Jordão é o guerrilheiro deste petardo:
AH, RECIFE
Dizem os bardos que uma cidadeé feitade homens,com várias mãoseo sentimento do mundo.
Assim Recife nasceu no caisde um azul marinho e celestial,onde suas artérias evocam:
Aurora, Saudade, Concórdia,Soledade,União, Prazeres, Alegria e Glória.

POETA CIDA PEDROSA
Cida Pedrosa (Bodocó, Sertão de Pernambuco, 1963). É poeta e edita em parceria com Sennor Ramos a Interpoética. Publicou Restos do fim (1982); O cavaleiro da epifania (1986); Cântaro (2000) e Gume (2005). Participou de várias antologias. É uma das organizadoras da RECITATA - Concurso de Recitação do Festival Recifense de Literatura e vem se dedicando a estudar as interfaces entre a literatura, mídias e tecnologias. Foi uma das coordenadoras do Movimento de Escritores Independentes de Pernambuco

Fonte: Breno Pessoa/Jornal do Commercio
É possível definir o novo livro da poeta Cida Pedrosa como um abecedário de mulheres. De Angélica a Zenaide, são 26 poemas/personagens femininas, cada uma correspondente a uma letra do alfabeto. A obra, chamada As filhas de Lilith, será apresentada ao público hoje, às 20h45, durante leitura no espaço Café Literário.
Apesar de estar finalizada, a coletânea ainda não foi editada nem publicada de fato. A idéia da autora é fazer neste sábado um “teste público” do seu trabalho, recitando parte de As filhas de Lilith ao lado da atriz Silvana Menezes. Cida pretende apresentar 14 poemas e espera que alguma editora se interesse em viabilizar a publicação.
“Cansei de passar o chapéu entre os amigos, diz a escritora, que publicou seus quatro livros anteriores de forma independente e é editora do portal de literatura Interpoética (www.interpoetica.com). A autora também está à procura de uma artista (sim, deve ser uma mulher porque a proposta é que o livro seja inteiramente feminino, até na sua produção) que se disponha a ilustrar o trabalho.
Mas qual a razão do título? Segundo algumas interpretações da Bíblia, Lilith é tida como a primeira mulher de Adão, que havia se rebelado por não concordar em ser subserviente ao homem. “Existe uma frase atribuída a Lilith que gosto muito: ‘Adão, por que estás por cima de mim, se és tão pesado?’”, comenta Cida sobre a personagem do título. Esse questionamento e vontade de emancipação estão presentes, de alguma forma, em todas as mulheres da obra.
E embora o livro não possa ser definido como uma obra erótica, a sensualidade e sexualidade predominam nos versos. E talvez esse seja justamente um dos destaques no trabalho da escritora. Desde que a francesa Pauline Réage revelou ao mundo ser a autora de História de O, um dos maiores clássicos da literatura erótica, caiu parte do estigma de que esse era um segmento dominado apenas pelos homens. Ainda assim, são poucas as representantes femininas no gênero, sobretudo na atualidade e, principalmente, na poesia.
“Faço poesia erótica sem papas na língua”, afirma Cida, “mas acho que esté livro é mais sociológico”, completa. A autora diz que sua proposta é aprofundar-se em diversas personalidades femininas: a dona-de-casa, a moça vaidosa, o travesti e a lésbica são alguns dos personagens presentes no texto.
As personagens tornam-se críveis por serem pessoas comuns, em situações prosaicas, muitas delas envolvendo o sexo, que acaba surgindo nos poemas de como algo natural e bastante pessoal em cada uma das identidades. E, embora bem reais, a poeta garante que a inspiração para os textos não veio de experiências vividas, e sim de sua imaginação.

MORTE SOB O CARBONO

a floresta (dentro
da sala)
espia o homem
que se apóia na caneta

nomes números nódoas

as velhas esperam
o ventilador gira
o café esfria o bigode do funcionário

- papel poeira pesares ?
- idades vãs ?
entre
um documento e outro
um carimbo e outro
uma certidão e outra
as velhas
acertam um grampo na alma
e pactuam um prazo com a morte

(No livro Gume, Recife: ed. da autora, 2005, p. 55)
Arte e editoração
EROTISMO, HUMOR E SIMPLICIDADE
NA POESIA DE SELMA RATIS

por André Cervinskis*

Quando se fala em literatura erótica está se falando de uma literatura que mobiliza um tema específico: a sexualidade. Um campo da literatura que se interrelaciona com diversos gêneros. Segundo a pesquisadora Eliane Robert Moraes, estudiosa do assunto e autora de Sade – A felicidade libertina, em entrevista à Livraria Cultura News de março de 2007, existem obras que enfocam o universo, as pessoas e os sentimentos, a partir do sexo. Essa distinção é muito complexa e, geralmente, baseia-se num critério moral. Para o senso comum, é pornográfico o sexo escancarado e é erótico aquilo que é velado. O que se deve levar em conta, porém, é a qualidade literária, e isso deve ser avaliado pelo critério estético, não pelo critério moral. Há livros em que o sexo é meio velado, mas a literatura é ruim e há outros mais alusivos que são notáveis pelas possibilidades de pensamento que propõem.

O sexo vem sendo tema literário desde sempre. Está no Satyricon, de Petrônio, no Cântico dos Cânticos, da Bíblia, na Priapéia grega e em tantos outros escritos da Antiguidade. Poesia erótica, notável tradução de José Paulo Paes, que abrange desde a Antiguidade até os dias de hoje, permite-nos acompanhar e pensar a história da literatura erótica, mostrando inclusive que ela sempre foi um dos temas essenciais da humanidade, assim como o amor, a guerra, a religião. No século 16, portanto na modernidade, surge no Ocidente um tipo específico de literatura que fornece as convenções do erotismo moderno. O grande exemplo é Diálogo das Cortesãs, de Areno, em que duas mulheres avaliam o que é melhor para uma jovem – ser esposa, cortesã ou freira. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (1941), de Mikhail Bakhtin, rechaça a norma unívoca e a rigidez dos padrões e estilos. Disserta sobre o grotesco na Idade Média e Renascimento, revelando hábitos sexuais nem sempre condizentes com as normas sociais da época. Esse modelo, exposto pelos próprios personagens, fonte da literatura libertina, vai perdurar até o século 18, inspirando romances clássicos franceses e ingleses, como Fanny Hill e uma boa parte dos escritos de Sade. Depois das revoluções burguesas na Europa, o erotismo passa a ser mais clandestino. Há um desejo de recato, de distanciamento do mundo da corte e, em decorrência, um retrocesso de sua visibilidade. No século 20, com o esgarçamento do modelo burguês, ocorre uma nova virada. Surgem os movimentos de vanguarda nas artes e os surrealistas no início dos anos 1920, resgatando o vigoroso acervo dos séculos 17 e 18, que estava escondido, intensificando a produção dessa literatura. Entre os nomes de destaque estão Louis Aragon, Guillaume Apollinaire, Pierre Louÿs, Georges Bataille.

O novo livro de Selma Ratis, conhecida no meio literário por sua poesia sensual e irreverente, Falo, do que Falo!, é uma prova de que poesia erótica se faz com humor e simplicidade, além de uma boa dose de sensualidade, é claro. Sem pudores, a autora toca em temas ainda tabus na sociedade hodierna, como a masturbação feminina: Mas, confesso,/ Ainda penso em você/ Quando faço amor/ Sozinha. (ESQUECEU MESMO?, p. 2); ou mesmo posições eróticas pouco tradicionais: Você me amar/ Por trás/ De algum coqueiro./ Melhor ainda/ No banheiro. (MINHA FANTASIA, p. 24)

Os versos certamente são ousados, mas bem construídos: Suas mãos correm/ Pelas minhas pernas/ E sobem... E descem.../ enquanto seus pés/ Servem de estacas/ Para o desejo. (FIM DE FESTA, p. 42); Por que me molhar com água/ quando estou molhada de amor?/ Por que lavar teus beijos?/ Por que deixar escorregar/ Pelo ralo do banheiro/ As palavras ditas ou ouvidas?/ Por que afogar a satisfação/ Da minha pele relaxada/ De prazer?/ Por que deverei/ Apagar de mim, você? (BANHO, NÃO!, p. 8). Em versos monossilábicos, Selma enfatiza, em ritmo sôfrego, o carnaval e a luxúria: Carnaval/ Insanidade/ Vontade/ De beijar/ Na boca./ Manhã de sol/ Saudade/ Vontade/ De beijar/ na boca./ Praia/ cumplicidade/ Vontade/ De beijar/ Na boca. (FICÇÃO, p. 40)

A desenvoltura com que ela trabalha sensualidade e erotismo sem dúvida é um dos traços principais dessa obra. Mas o humor sem dúvida é uma das principais característico desse que pode ser considerado o livro da maturidade erótica de Selma Ratis: Pra ficar com alguém/ Assim, eu não ia/ Precisar de camisinha./ Mas colocá-lo dentro/ De um camisão. (PAQUERA, p. 3). Brincando com termos chulos, trata com jocosidade as preliminares do coito: Quando você me disse:/ Quero lhe comer/ Começando pelos braços/ Mordendo suas coxas/ Suas costas/ Saboreando seus seios,/ Suas ancas/ levei um susto:/ Pensara em outra coisa. (QUERO LHE COMER, p. 5). Ou tornando mais leve uma das maiores preocupações masculinas, o uso da camisinha e a potência: Se o amor/ Não cabe mais em nós/ Que alegria!/ Se o tesão/ Me faz esquecer o tempo/ em que fiquei sozinha./ Vem! Deixa eu colocar/ Logo esta camisinha! (CHEGOU A HORA, p. 14). Aliás, interessante alusão à relação futebol-virilidade realiza no poema AMAR: É como no futebol? Amar você assim./ A barra é o lençol/ o gol é você em mim. (p. 16).

Há uma consciência plena da autora sobre o ser mulher; ela agradece à sua progenitora a felicidade de ter-lhe dado e ensinado a feminilidade (p. 100), ao mesmo tempo em que disserta sobre a diferente visão de sexo para homens e mulheres: Quero ser amada, ter certeza/ De ser absoluta. (...) Porque pelos meus cálculos você é:/ ‘umas duas horas de homem/ e eu, uns quarenta minutos de mulher’ (p. 12); Tu me entendes/ Também és mulher!/ o sofrimento, aquela lágrima/ pelo amor que vivi/ E se perdeu/ (...) As juras de amor/ As minhas, as deles/ Tão diferentes/ Se desfazendo/ Em teus recantos tão sensuais! (CANÇÃO DE AMOR, p. 29); Os homens fazem sexo/ As mulheres fazem amor/ (...) faz parte do prazer/ continuar sentindo seu calor/ Afagar suas costas./ Percorrer de volta o caminho/ De sensações e espasmos/ com quem se gosta. (POR QUÊ?,55).

Mas, para quem pensa que a poesia de Selma Ratis é somente erotismo, ela dá uma lição de lirismo no poema PORTO ARTHUR, provando que amor não está desassociado da sexualidade, mas se complementam. Associando o mar à saudade, lembra-nos Fernando Pessoa: Há quantos anos/ Vives? Ancorando/ Embarcações/ De esperança e dor./ Descarregando/ Em teu solo/ a semente/ Da saudade./ Refletindo/ Em tuas águas/ a profundidade/ De um olhar/ Tristonho/ enigmático/ Ou quem sabe/ A alegria/ Do reencontro./ Também tenho/ Um porto/ Que naufragou/ Levando a jangada/ do meu coração/ Deixando um mar/ De lágrimas/ Nos meus sonhos!/ Porto Arthur... (p. 85). E aos que enxergam na poesia somente a catarse de seus sentimentos, versos confessionais que não levam em conta a qualidade literária, avisa: Detesto escrever/ Para chorar mágoas (TAMBABA, p. 9). A relação literatura e sexualidade é trabalhada pela autora no poema TENHO QUE ESCOLHER: Ou leio Neruda/ E paro de pensar/ Em você na cama/ Ou penso em você/ Na cama e paro/ De ler Neruda.(p. 36). Noutra intertextualidade interessante, faz referência à obra de outra grande autora pernambucana, que inclusive domina uma poesia erótica elegante: Quando li o poema de Tereza Tenório -/ Canção do Degredo/ “... Eu princesa da corte/ Apaixonada./ Flagrei meu homem/ amado em pleno beijo/ com o cavaleiro branco/ A quem me queixo?” Uma última informação importante: seu poema DE DIA (p. 45) foi musicado pelo Grupo Bondsamba.

Erotismo, simplicidade e humor são, sem dúvida, as marcas indeléveis dessa obra e de toda a trajetória literária da autora. Não a leiam os pudicos, os que enxergam a poesia como matéria intocável e sagrada, distante do cotidiano, das coisas e desejos que fazem de nós seres humanos. Leiam-na, sim , os que percebem a poeticidade do desejo, o amor construído em detalhes e coisas simples, como: cozinhar caranguejo,/ olhar aviões no aeroporto/ temperar munguzá/ raspar coco pra tapioca (PERNAMBUCANIDADE NO AMOR, p. 15).

  • ANDRÉ CERVINSKIS, escritor, crítico literário e mestrando em Lingüística - Universidade Federal da Paraíba







VERA PORTO é compositora e cantora e a compositora é a poeta do OVO DE SEU FRANCISCO

O OVO de FRANCISCO
( Vera Porto)

Um senhor de olhos negros plantou a um tempo atrás
Uma flor chamada estranha
Ninguém vira jamais

Um forno- dado medonho
Pedra- por- pedra é capáz
de agigantar o humano
E construir muito mais

Aos guardiões do tempo
Dá-me licença de entrar

No templo uma muralha
Guardiões do lugar
Preparam a sua alma
Para o que dentro virá

Um forno-dado medonho
Pedra-por-pedra é capaz
De ver que dento do ovo
Principia a luz do fogo que inicia o que virá...
Carneficina-oficina
A forma curva o que há
De violento na vida
O nascer o principiar
Da matéria a argila
o senhor fez plantação
Na Vársea de sua fibra
A boca é sua mão.

Bom encontrar uma poeta como a Vera, que declama poesias com sua voz especial e seu cantar que transpira o que você puder imaginar. Salve Vera!
Garanto que procurei um texto especial, na internet, para falar do Ivan Almeida. Queria apertar o ctrl+c e colar aqui no blog. Não encontrei e resolvi escrever sobre este cara que encontro em todas as esquinas de Olinda, sempre risonho e feliz com seu ofício de poetar nos dias e noites de recifolinda, nos bares, ruelas, onde tenha gente ele está lá. O Ivan é um mágico! Tem um sorriso franco e consegue fazer que olhemos para ele, sempre esperando uma mensagem de bom augurio (que palavra estranha!).

Não poderia deixar este espaço em branco. Este poeta como já disse é mágico, transforma palavras em sonhos, em risos, em alegria e aquece o coração de quem aspira, respira, transpira o bem e ele é do bem inteiro.


Poeta.... Se as palavras são a tua vida, podes crer que consegues fazer viver corações e mentes que em certos momentos estão absorvidos pelas correrias dessa vida que consegue nos robotizar e só a poesia e o poeta prá transformar essa pressão toda.
Dele recebi dois poemas e com prazer transcrevo-os aqui:

MÃE

Mãe é amor
Dedicação
Mãe é total doação
Mãe é ar
É sangue
É pulmão
Proteção mesmo distante
Em desespero quantos gritos
Mamãeeeeeeeeeeeeeeeee!
O temor invadindo
E o bálsamo aproximando-se
Que confiança nós temos nela!
É divino é divina
É minha flor
minha rainha
Mãe tanto se dá
Tão pouco me dou
Tanto me faz
com amor
Sinto amor
Sinto paixão
Vejo esta santa mulher
Em tudo que Deus criou
Vejo nas plantas
No fogo
Vejo no céu
No mar, no ar!
Uma rosa é mãe
Uma borboleta
Julias e Julietas
Inaladas, Martas, Marias e Antonietas

Todas as mães

Se já é uma estrela pense nela
com o mesmo amor qye você pensa
Em Deus Nosso Senhor

Benção minha mãe

Benção todas as mães


(Ivan Almeida)





AO MEU AMOR





Ha anos amo a mesma pessoa


O que dizer depois de tanto tempo?


Querendo...


Convicendo...


Sentindo o corpo e a alma feliz


Vejo a mesma coisa nela


Isso é o que os seus olhos, cheiro, pele, me dizem


Tantos anos querendo e tendo


Tenho esperança que seja eterno


Mais dez, cinquenta, cem, sei lá!


Se dentre este tempo eu morrer


A esperarei com uma legião de anjos


Com direito a toques e trombetas


Neste tempo de união a vi dedicar-se a nós


Lágrimas também já vi


Já fizemos amor até em pensamento


Já rolamos na cama


Na grama


Já tive o prazer de ve-la me esperando...


Os olhos chegaram a engolir a estrada


Juntos vimos o sol e o parque verdejante


Dando-me certeza da beleza


Que é o verdadeiro amor


Que o meu seja eterno com você


Não que as outras pessoas não me mereçam


Mas você me basta


Em você tenho tudo!


(Ivan Almeida





Ivan é o poeta do amor, o poeta dependente do amor, reconhecidamente dependente da mulher, declaradamente um poeta que canta e doa sua alma para a mulher. Ap ´peta, minha amizade e admiração só de pensar que para cumprir um compromisso poético você saiu de Ouro Preto até a Caxangá de bicicleta,,,,,,,,,,,,,,,



maristela farias
MIRÓ

Um poeta marginal
Por Urariano Mota

Senhores e senhoras, temos a grata satisfação de falar de Miró. Sobre ele é quase inútil procurar informações no Google, porque entre os 35.700.000 resultados no máximo 4 se referem ao particular Miró que lhes apresentamos agora. De nome de batismo João Flávio Cordeiro da Silva, o poeta Miró nasceu no Recife há 46 anos. Mas nada nesse nome artístico vem do outro mais conhecido, um outro grande, um certo criador Joan, da convivência de João Cabral de Melo Neto. Não. Esse Miró, esse nome nobre... - e já sinto no ventre a cutilada do poeta – “todo nome é nobre” – essa denominação vem de outras plagas nobres. Vem de lá dos subúrbios do Recife. João Flávio foi transformado em Miró pelos amigos, porque lembrava ao jogar o bom Mirobaldo, um craque da pelota do Santa Cruz Futebol Clube. No tempo em que o maior talento de João era o futebol, os seus amigos o apelidaram de Miró, forma reduzida de Mirobaldo, que se pronuncia com a vogal aberta no hablar nordestino. Depois, na fase em que assumiu o jogo mais raro e difícil da poesia, achou por bem continuar assim, Miró, para melhor sorrir no íntimo com os dentes claros, diante de quem o confunde com o pintor catalão.

Em um mundo globalizado conforme a ótica WASP, Miró é um acúmulo de surpresas. Pois imaginem as senhoras ladies e os senhores gentlemen que ele é um poeta que jamais entrou na universidade. Pelo menos, para assistir a lições como estudante universitário, nunca. E, continuem a imaginar, isto não lhe faz nenhuma falta, devíamos mesmo dizer, para a sua poesia é um bem, porque lê e se educa em obediência a uma ordem que não está no currículo de uma tradição estéril. A quem não o conhece, a sua pessoa, física, guarda uma grata e grada graça: Miró tem a pele escura, e, ladies and gentlemen, não finjam por favor naturalidade. Mesmo em um povo mestiço, Miró é uma exceção: as pessoas sensíveis, até mesmo no Brasil, têm uma estranha gradação na cor da pele da sua sensibilidade. Quanto mais claros, mais poetas. Quanto mais escuros, mais trabalhadores braçais, ou, se forem artistas, mais jogadores de futebol. Daí que faz sentido o poeta Miró vir de Mirobaldo, o craque do Santa Cruz Futebol Clube. Pero a melhor surpresa de Miró vem da sua poesia. Acompanhem-nos, por favor, assim como o acompanhamos esta semana em um auditório.

Todos nós aprendemos, ou fomos como bons estúpidos para isto educados, que o poema realiza a poesia nas suas linhas. Ou, se quiserem, o poema não precisa da pessoa do poeta – a certeza única e exclusiva do seu valor está no que escreve. Certo? Senhores e senhoras, ladies and gentlemen, e Jesús na Espanha nos ajude para o senõres y señoras: - Errado. Quem não viu Miró declamar os seus poemas não sabe o quanto este conceito, preconceito, esta burrice ancestral está errada. Aquela justa observação feita por Manuel Bandeira à poesia de Ascenso Ferreira, no trecho

"Não me lembro se antes de me avistar pela primeira vez com Ascenso Ferreira eu já tinha conhecimento dos seus versos. Como quer que fosse, eles foram para mim, na voz do poeta, uma revelação. Pois quem não ouviu Ascenso dizer, cantar, declamar, rezar, cuspir, dançar, arrotar os seus poemas, não pode fazer idéia das virtualidades verbais neles contidas, do movimento lírico que lhes imprime o autor"

aplica-se também à poesia de Miró. Com alguns câmbios. Mirem. Onde Ascenso Ferreira realizava no recitar um uso extraordinário da voz, da modulação ao acento, do corte da sílaba à ênfase, como dizê-lo?, uma utilização da voz como um ator de rádio, Miró usa a imagem, física, melhor dizendo, ele usa o próprio corpo, ele faz evoluções pelo auditório, como um cantor de rap, quase diríamos. Mas sem microfone. E não só. Ele acrescenta caretas, esbugalha os olhos, fecha-os, e aponta os seus versos com um dedo contra a assistência. Como um Tio Sam invertido, que em vez de conclamar um alistamento, nos enfiasse a realidade cara a dentro:

- Tomem poesia, seus filhos da puta!

A platéia, divertida, sorri, gargalha, diante de versos que não chegam a ser bem cômicos. Como aqui:

“Tinha lido num livro de auto-ajuda, de um
desses psicólogos
De araque, que aparecem nesses
programas matinais que dão
Receitas pra tudo, inclusive de bolo,
Que na hora que a vida vira uma merda
O melhor é sair da fossa”

Ou nestes versos

“Acho que foi a primeira vez que conheci a dor
Um domingo de 1971
Naquele tempo o domingo era o dia mais
feliz,
Minha mãe fazia um macarrão com carne de
lata e Q-suco
Ficávamos brincando de mostrar a língua
vermelha
Pra provar que éramos felizes....

Norma era tão linda com seus cabelos
negros,
Que me deu um branco aos 11 anos
Quando me pediu um biscoito maizena e um
gole de fratele vita ....

Domingo era o dia mais feliz
Antes de Norma beijar um outro na boca”

A platéia, o distinto público, vai ao delírio. De rir, de gargalhar. Miró fala de um mundo abaixo do nível do auditório. O primeiro elemento cômico é que a miséria é cômica. A maior comicidade é a desgraça que não sentimos na própria pele. A dor que não é a nossa, a dor pela qual não temos empatia, ah, ladies and gentlemen, como é cômica. Não iremos consultar nada agora, mas em algum lugar deve estar observado que o riso é manifestação pela desgraça alheia. O riso atesta a nossa superioridade ante o ridículo que não nos alcança. Quem jamais bebeu “sucos” em pacotinhos de pó, de “morango”, de “uva”, com bastante açúcar e gelo, como bebem os que não podem comprar frutas em um país tropical, acha isto irresistivelmente cômico.Quem jamais saboreou carne enlatada no país de maior rebanho bovino do mundo, quem jamais pôde sentir o sabor, o gosto e a maravilha da carne Swift, da carne da Wilson, com macarrão rubro de colorau aos domingos, porra, que piada genial é esse macarrão se transformar no dia da felicidade. E aquela prova de amor, da cumplicidade que tem o amor, quando a musa pede refrigerante, guaraná da frattelli vita, com o biscoito miserável de maisena. Caralho, esse cara é do peru! E Norma beija um outro, mirem o detalhe, na boca! na boca! Menos, por favor, você é demais, cara!

O poeta gira em torno da assistência. A sua arma, a sua graça e cômico é a verdade. Aquelas coisas mínimas, constrangedoras, que nem às paredes confessamos, ele, como um novo louco, arrebenta de si. Mais do que escrever por vezes transcreve. Com uma sensibilidade que observa o inobservável.

“Já perceberam como tem pontas de
cigarro em pontos de ônibus?
Tem uma tese de um amigo que diz:
Que as empresas de ônibus são
responsáveis por 5% dos cânceres de
pulmão.
Curioso perguntei, como assim?
É que os ônibus demoram”.

Ou mesmo, vejam que engraçado:

“O amor passou na tarde
Com a mão direita sobre o ombro de um
filho com síndrome de Down ...

Aldeota, um jumento espera inquieto a
volta do seu dono que foi tomar uma
sopinha com pão, com o dinheiro das
migalhas que catou.
E eu fiquei tão emocionado,
Que não consegui escrever mais nada”.

A recepção da platéia a essas coisas é vê-las apenas como o lado sujo, trash, de uma estética suja e trash, de um maluco que escreve e não tem nenhuma vergonha de escrever sobre essa miséria como um bárbaro sem educação. (Nós, os cultos. Nós, os que, se algum dia fomos dessa desgraça, bem que a superamos. Nós, os de outro mundo. Nós, os limpos, cleans e educados.) O poeta gira, e deixa a aparência, como um bom gira, de fazer também uma rotação. Então ele declama, recita, pula, contorce-se, cospe e pragueja uns versos que a expectativa do distinto e cultíssimo público não percebe. O clima em torno da sua performance não permite a degustação, a permanência que tem a beleza, a que sempre por necessidade voltamos. Então ele fala, enquanto o público espera dar mais uma risada, então ele faz uma prece, um poema que somente hoje pela manhã pudemos sentir, ao ler e mastigar e ruminar como as cabras mastigam e ruminam uma erva muito amarga. Esse poema não precisa do poeta. Da sua pessoa. Basta uma sensibilidade.

“Deus, Tu que agora carregas um homem,
Puxando pelas rédeas o seu cavalo e uns
sacos de cimento
De cada lado um sol insuportável ...
Deus,
Choves agora no meu coração
Para que eu não pense em comprar um
guarda-chuvas de balas
E fazer justiça com as próprias mãos.”

Esses versos preencheram toda esta manhã de hoje. Dormiram e não saíram do peito todo este dia. Talvez porque nos tenham recordado de outro João, de Os corações futuristas, que pleno de álcool em 1973 também se sentiu impotente e louco de justiça.

Deus, choves agora no meu coração
Para que eu não pense em comprar um
guarda-chuvas de balas

Miró, poeta marginal? Pobre e miserável quem o toma assim


VERA PORTO, que voce encontra no site http://www.myspace.com/veraporto


VERA PORTO E BANDA VERA PORTO E BANDA
VERA PORTO
LEONARDO E AMADA
UM DOS MENINOS DA VERA
OUTRO MENINO DA BANDA DA VERA
AMIGA DA VERA

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enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 23:02 - 07/06    |    permalink    |    comentar

A CRIANÇA DIANTE DA TV: UM DESAFIO PARA OS PAIS E EDUCADORES



No programa Liberdade de Expressão, gravado para exibição na TV Pernambuco dia 19 de maio de 2008, Miguel Farias debateu com os convidados o tema: A CRIANÇA DIANTE DA TV, UM DESAFIO PARA OS PAIS E EDUCADORES

Demorou muito tempo até que
se desse conta de que as crianças não são homens
ou mulheres em dimensões reduzidas.
As crianças criam para si, brincando, o pequeno mundo próprio.

Walter Benjamin

A inevitabilidade da televisão nas sociedades contemporâneas, sua influência sobre as crianças e as desesperadas - e por vezes ingênuas! - estratégias dos pais para protegê-las são com frequência alvo das preocupações de setores acadêmicos ou da imprensa. Atribuindo à TV uma ascendência frequentemente totalitária sobre as crianças, aqui e ali irão despontar análises de como as horas de exposição à telinha tornam as crianças vulneráveis ao consumo, aos conteúdos violentos, a uma formação emocional e sexual precoce e - mais grave - como, apontando para a criança, a TV está garantindo a perpetuação do sistema político e econômico hegemônico.

Em grande parte das famílias, são as crianças que ligam os aparelhos de TV, definem a programação que será assistida e até sua localização no espaço doméstico. Isso não significa, no entanto, que as pesquisas sobre televisão e criança dêem conta desta relação tão rica. Analisa-se a TV sob a perspectiva da vilania, mas as crianças, enquanto atores do processo receptivo, e os jogos que fazem com a TV, ficam de fora.

Em geral, a lógica dos meios é reforçada pelo suposto caráter eminentemente passivo da criança, que, por ser criança, não teria ainda o instrumental que lhe permitiria ser crítica, o que a tornaria necessariamente favorável às mensagens televisivas, uma vez que "somente a partir de uma postura crítica é possível absorvê-la a TV com isenção e perceber suas sutilezas, seus efeitos, suas possibilidades" Considerar a criança como criança, aqui, não é tomá-la em sua especificidade, mas como uma miniatura do mundo adulto.



Na realidade, podemos observar que as crianças vêem TV e nem discutem a informação. Recebem passivamente as mensagens sem analisar profundamente o que estão assistindo. Nem dizem se gostam ou não do que estão vendo. Ninguém comenta o que assiste. Simplesmente vêem e observam, consomem sem fazer uma análise. Muitas vezes as crianças se ‘desligam’ do mundo real e entram para o mundo da TV... Estão absortas no que a TV está ‘ordenando’... Esquecem o paladar como se a TV fosse um anestésico"



Ouvindo todos os debatedores, o Programa Liberdade de Expressão, chega a uma reflexão de que a TV é sim, formadora, moldadora, da criança e que é necessário uma vigilancia permanente deos pais e educadores, para que aquela programação que é pràticamente "engolida" pela criança seja pelo menos discutida, para que não hajam imposições de comportamentos, ideias, modismos, e outros tantos ismos que transformam a criança em pequenas miniaturas dos personagens televisivos, maioria das vezes em conivência com os pais.



Crianças são crianças hoje e esse tempo é bastante precioso para que seja adiantado e que elas sejam transformadas em pequenos clones de programas televisivos porque é asim que a mídia cria, patrocina e provoca essa visão de que as crianças são homens e mulheres em tamanho diminuto. Elas devem ser crianças hoje. O amanhã é uma construção




Mesa de debate do Programa Liberdade de Expressão, formada pela Professora Tereza Cornélio, da rede municipal de ensino do Recife, pela Apresentadora Kea, da Rede Estação - Programa Kea e as Crianças -, pelo Apresentador Tio Jorge, da Rádio Nova FM, pelo Apresentador Paulo Xavier, da Rádio Alto Falante no alto José do Pinho e pela Psicóloga e Professora da Rede Municipal de Ensino, Tereza Farias
Tereza Farias, Psicóloga e Professora da Rede Municipal de Ensino de Recife

Professora Tereza Cornélio, da Rede Municipal de Ensino do Recife
Kea, apresentadora do Programa Kea e as Crianças na Rede Estação
Tio Jorge, apresentador do Programa Bom Dia Alegria, na Rádio Nova FM 98.5
Tio Jota, apresentador de programa Infantil na Rábio alto Falanto no Alto José do Pinho
Miguel, pai da Kea e produtor do Programa Kea e as Crianças
Lula Dias, assistente de Produção do Programa Liberdade de Expressão
Filipe, câmera da Movimagem
Amigo de Tio Jorge

Derico Alves na sanfona da Banda Xêro no Cangote
Pequeno Melo, Gileno Lima, Derico Alves e Edilson Silva, ainda tem o Bequinho lá atrás, escondidinho, no teclado
Derico Alves
A sanfona do Derico



Criado há seis anos, o grupo faz forró romântico com arranjos modernos.Os xotes de apelo romântico, a sanfona rasgada dos baiões e o flerte com a tradição do maracatu, do coco e da ciranda formam a base sonora da Banda Xero no Cangote.

"Nossa pretensão não é de mexer muito no que foi deixado pelos grandes nomes da música nordestina", enfatiza o também diretor musical Derico, destacando que suas músicas preservam a simplicidade dos instrumentos do forró pé-de-serra, mas com uma sonoridade mais ampla. . Seus integrantes conseguiram realizar, viagem à Europa para se apresentar em festivais da Alemanha, Áustria, Itália e Grécia. "Podemos dizer que a experiência ainda é pequena, mas já começamos a ver como podemos colocar nossa música dentro do mercado europeu sem modificar nossas raízes", anima-se Derico.

Apesar do sabor junino do repertório, o apelo romântico pode ajudá-lo a sobreviver em qualquer temporada. Pelo menos é nisso que a Banda aposta. "Quem não gosta de um aconchego?", sugere o diretor musical do disco, recheado de versos ingênuos sobre chamego e saudade. O músico e cantor também assina a maioria das canções do álbum, algumas em parceria com outros compositores nordestinos. "Não mexemos nas raízes, porém trabalhamos a tradição colocando, sutilmente, arranjos mais modernos". A Banda participou dos CDs Forrozada e Visão futurística do passado, do grupo Quinteto Violado, dividiu o palco com nomes como Dominguinhos, Lenine e Elba Ramalho e, foi uma das atrações do Bazar Internacional da ONU, em Viena



tags: televisão, criança, miguel farias, educadores, kea, pais, tereza cornélio, tereza farias, tio jorge, tio jota

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POLÍTICAS PÚBLICAS E PERSPECTIVAS DE FUTURO PARA A JUVENTUDE

Para a gravação do Programa Liberdade de Expressão do dia 16 de maio de 2008, foram convidados membros da Secretaria Especial da Juventude, para debater sobre Políticas Públicas e Perspectivas de futuro para a Juventude.

Dia 16 de maio de 2008, para gravação do Programa Liberdade de Expressão foram convidados o Marcílio Brandão, consultor de Políticas Públicas do Ministério da Justila e da Secretaria Especial da Juventude do Governo do Estado de Pernambuco, João Luis, assessor especial do Gabinete da Secretaria Especial da Juventude e Félix Aureliano, da Gerencia de Empregos da Secretaria Especial da Juventude.

O Governo Federal está trabalhando por uma política de juventude que assegure os direitos dos jovens e Pernambuco está de parabéns por ser o primeiro Estado brasileiro a debater um plano de juventude.


A idéia de juventude foi inventada pela sociedade moderna. Os jovens são sujeitos concretos, que estão próximos ou não desse conceito. Por que é importante dizer isso? Não é que outras sociedades não tenham tido jovens, mas esse momento do ciclo de vida foi tratado de forma diferente. Por exemplo, esse é um período em que se adquire habilidade e competência na escola, no mundo do trabalho. Há cem anos, no Brasil, meninas de treze anos de idade estavam prontas para se casar e ter filhos. Não se utilizava essa idéia de juventude para essas jovens. A juventude é uma concepção histórica, e os jovens vivem essa diferença pela classe social, pela etnia.

Segundo a pesquisadora Marília Almeida, é muito difícil afirmar que as políticas públicas são formas de controle social, porque, segundo ela, "não há políticas públicas para juventude. Há ações, programas, uma certa intencionalidade de se criar essas políticas. Porém, muitas pessoas não sabem o que é isso. No entanto, é possível pensar em que linha social é criada uma ação dedicada ao jovem. Do ponto de vista do governo federal, é óbvio que as ações são realizadas para o jovem pobre, morador de periferias urbanas, ou seja, não é qualquer jovem e elas aparecem em uma conjuntura específica", o que de certa forma é injusto, porque o jovem não é apenas aquele que está inserido na periferia. Muitos jovens de classe média estão necessitados dessas políticas e ao que nos parece, essa discriminação classe média/periferia, pode estar formando uma nova onda, que se não for bem analisada, ela pode tomar uma forma inesperada, criando um aparthaid que a sociedade tem lutado tanto tempo para anular. As próprias pesquisas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) falam dos jovens, das galeras, do índice de homicídios e dá a impressão que o que se deseja é controlar o jovem em um determinado espaço todos os dias, todas as manhãs, todas as tardes.

A criação da Secretaria Especial da Juventude pelo Governo do Estado de Pernambuco, ao que nos parece, procura fugir dessa visão caótica que se tem dado aos programas socias, uma vez que durante o debate no Programa Liberdade de Expressão, a ideia que foi passada é que a juventude está sendo encarada de uma forma única, sem que haja nenhuma discriminação por classe social ou qualquer outra forma de separação dos jovens.

Jovem é jovem, seja ele quem for, de onde venha, o que faça... seja ele branco, preto, amarelo, azul e pelo menos o Estado nos passou essa visão e nós que fazemos o Programa Liberdade de Expressão simplesmente aplaudimos essa forma de encarar o jovem.




Na foto, o Lula Dias, Marcílio Brandão, Miguel Farias, João Luiz, Felix Aureliano e Almir Oliveira


De acordo com Marcílio Brandão, o Dialogando foi um processo fundamental para a construção do Plano Estadual de Juventude, que está sendo construído com a participação de diversos atores e será imprescindível para a implementação das demandas apontadas pelos jovens pernambucanos. “A implementação do Plano será importante para alcançarmos uma melhoria no índice de desenvolvimento juvenil"

O levantamento das demandas e a construção das propostas contaram com a participação de 900 grupos e organizações de 167 municípios, representando a sociedade civil e órgãos públicos que atuam com jovens. As propostas foram construídas e agrupadas de acordo com as demandas apresentadas, abrangendo as áreas de educação, trabalho, segurança, saúde, participação e transporte.
http://www2.juventude.pe.gov.br/web/juventude/exibirartigo?companyId=communis.com.br&articleId=8494

João Luiz foi um dos fundadores da Secretaria Especial da Juventude, uma das mais importantes iniciativas do Governo Eduardo Campos. Participou da implantação da Secretaria, do Orçamento e das Ações que contribuíram para a formatação da Secretaria.

Segundo Félix Aureliano, Gerente de Empregos da Secretaria da Juventude e Emprego, todo o processo para criação da secretaria, que envolveu cêrca de 2.500 pessoas, foi uma oportunidade para discutir a realidade de juventude em todos os cantos do estado, e como ela pode ser mudada. Com a realização da Conferência Estadual da Juventude, foram estabelecidos pontos para aperfeiçoamento do Plano Estadual da Juventude, que visa ser um instrumento de referência para que o Estado e a sociedade tenham um guia em matéria de políticas públicas de juventude, buscando articular de forma participativa, coordenada e decidida a nova Política Integral de Juventude do Estado de Pernambuco, para os próximos dez anos.
Para isso...
todos os atores estão sendo convocados a contribuir para a construção do Plano Estadual de Juventude.
Macro Objetivos
Impulsionar o desenvolvimento integral e sustentavel da juventude Pernambucana;
Garantir a Equidade de Oportunidades e Fomentar a Cultura de Paz;
Promover a Cidadania Ativa e a Cultura Juvenil. Os eixos prioritários para ações estratégicas
A) Impulsinar a Emancipação dos Jovens Pernambucanos;
B) Promover a Equidade de Oportunidades e as Políticas Afirmativas;
C) Fomentar a Cultura de Paz e da Não Violência ;
D) Fortalecer a Participação Autônoma e Promover a Cidadania Ativa;
D) Apoiar a Livre Expressão e o Desenvolvimento da Cultura Juvenil;
A – Impulsionar a Emancipação dos Jovens Pernambucanos
Universalizar o acesso e melhorar a qualidade da Educação;
Incentivar permanentemente a Educação Técnica e Tecnológica e Qualificar para o Mundo do trabalho;
Facilitar a inclusão no mundo do trabalho e o acesso ao primeiro emprego;
Apoiar as iniciativas individuais e coletivas dos jovens empreendedores e promover a Economia Solidária;
Desenvolver mecanismos para facilitar a aquisição de moradia por jovens ;
Democratizar o desenvolvimento tecnológico e as novas formas de comunicação;
Promover a saúde integral entre jovens;
Preservar o meio-ambiente e incentivar o desenvolvimento sustentável;
Garantir a mobilidade de estudantes e jovens;
Facilitar o acesso aos bens culturais da sociedade;
B – Promover a Equidade de Oportunidades e as Políticas Afirmativas
Apoiar adolescentes e jovens que cumprem medidas sócio-educativas, assim como os egressos da Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC) ;
Fortalecer as redes de apoio para jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social;
Fortalecer programas de assistência social e saúde para jovens dependentes de álcool e outras drogas;
Promover programas de atenção a saúde sexual e reprodutiva de adolescente e jovens;
Promover políticas afirmativas para segmentos da população jovem, especificamente: mulheres, afro-descendentes, indígenas, portadores de deficiências, rurais e GLBT.
C – Fomentar a Cultura de Paz e da Não Violência
Fomentar a cultura de paz e não violência por meio de empoderamento juvenil, participação e esporte;
Promover programas de prevenção de violência baseada no gênero e na orientação sexual;
Promover programas de prevenção de violência baseada na discriminação racial;
Diminuir a violência nas escolas e a violência de rua;
Apoiar o diálogo e desenvolver soluções para os conflitos geracionais e pela terra;
Prover serviços de assistência aos jovens vulneráveis e expostos à violência e ao crime;
Fortalecer o desenvolvimento de políticas integradas e descentralizadas de segurança pública com cidadania.
D – Fortalecer a Participação Autônoma e Promover a Cidadania Ativa
Promover a cidadania ativa e fortalecer os canais de diálogo e participação dos jovens;
Apoiar os processos de organização e formação de redes, promovendo o associativismo juvenil em todos os níveis;
Estimular o voluntariado juvenil;
Promover e fortalecer espaços de formação.
E – Apoiar a Livre Expressão, pelo fomento e difusão da Cultura Juvenil
Desenvolver programas de apoio a criatividade e expressão cultural de jovens;
Melhorar e ampliar os ambientes e entornos juvenis favoráveis ao desenvolvimento da juventude;
Apoiar a produção cultural juvenil;
Promover e apoiar a produção científica e tecnológica de jovens;
Incentivar a utilização das tecnologias de informação e comunicação entre a juventude;
Ampliar oportunidades de uso criativo e prazeroso do tempo livre;
Incentivar a prática de Esporte e lazer. Plano Estadual de Juventude
Visa ser um instrumento de referência para que o Estado e a sociedade tenham um guia em matéria de políticas públicas de juventude, buscando articular de forma participativa, coordenada e decidida a nova Política Integral de Juventude do Estado de Pernambuco, para os próximos dez anos.
Para isso...
todos os atores estão sendo convocados a contribuir para a construção do Plano Estadual de Juventude.
Macro Objetivos
Impulsionar o desenvolvimento integral e sustentavel da juventude Pernambucana;
Garantir a Equidade de Oportunidades e Fomentar a Cultura de Paz;
Promover a Cidadania Ativa e a Cultura Juvenil. Os eixos prioritários para ações estratégicas
A) Impulsinar a Emancipação dos Jovens Pernambucanos;
B) Promover a Equidade de Oportunidades e as Políticas Afirmativas;
C) Fomentar a Cultura de Paz e da Não Violência ;
D) Fortalecer a Participação Autônoma e Promover a Cidadania Ativa;
D) Apoiar a Livre Expressão e o Desenvolvimento da Cultura Juvenil;
A – Impulsionar a Emancipação dos Jovens Pernambucanos
Universalizar o acesso e melhorar a qualidade da Educação;
Incentivar permanentemente a Educação Técnica e Tecnológica e Qualificar para o Mundo do trabalho;
Facilitar a inclusão no mundo do trabalho e o acesso ao primeiro emprego;
Apoiar as iniciativas individuais e coletivas dos jovens empreendedores e promover a Economia Solidária;
Desenvolver mecanismos para facilitar a aquisição de moradia por jovens ;
Democratizar o desenvolvimento tecnológico e as novas formas de comunicação;
Promover a saúde integral entre jovens;
Preservar o meio-ambiente e incentivar o desenvolvimento sustentável;
Garantir a mobilidade de estudantes e jovens;
Facilitar o acesso aos bens culturais da sociedade;
B – Promover a Equidade de Oportunidades e as Políticas Afirmativas
Apoiar adolescentes e jovens que cumprem medidas sócio-educativas, assim como os egressos da Fundação da Criança e do Adolescente (FUNDAC) ;
Fortalecer as redes de apoio para jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social;
Fortalecer programas de assistência social e saúde para jovens dependentes de álcool e outras drogas;
Promover programas de atenção a saúde sexual e reprodutiva de adolescente e jovens;
Promover políticas afirmativas para segmentos da população jovem, especificamente: mulheres, afro-descendentes, indígenas, portadores de deficiências, rurais e GLBT.
C – Fomentar a Cultura de Paz e da Não Violência
Fomentar a cultura de paz e não violência por meio de empoderamento juvenil, participação e esporte;
Promover programas de prevenção de violência baseada no gênero e na orientação sexual;
Promover programas de prevenção de violência baseada na discriminação racial;
Diminuir a violência nas escolas e a violência de rua;
Apoiar o diálogo e desenvolver soluções para os conflitos geracionais e pela terra;
Prover serviços de assistência aos jovens vulneráveis e expostos à violência e ao crime;
Fortalecer o desenvolvimento de políticas integradas e descentralizadas de segurança pública com cidadania.
D – Fortalecer a Participação Autônoma e Promover a Cidadania Ativa
Promover a cidadania ativa e fortalecer os canais de diálogo e participação dos jovens;
Apoiar os processos de organização e formação de redes, promovendo o associativismo juvenil em todos os níveis;
Estimular o voluntariado juvenil;
Promover e fortalecer espaços de formação.
E – Apoiar a Livre Expressão, pelo fomento e difusão da Cultura Juvenil
Desenvolver programas de apoio a criatividade e expressão cultural de jovens;
Melhorar e ampliar os ambientes e entornos juvenis favoráveis ao desenvolvimento da juventude;
Apoiar a produção cultural juvenil;
Promover e apoiar a produção científica e tecnológica de jovens;
Incentivar a utilização das tecnologias de informação e comunicação entre a juventude;
Ampliar oportunidades de uso criativo e prazeroso do tempo livre;
Incentivar a prática de Esporte e lazer. .
Christine Matos
Assessora de Imprensa da Secretaria Especial de Juventude
Cristine Matos
ALMIR OLIVEIRA
O VIOLAÕ DO ALMIR

Almir de Oliveira fundou o Ave Sangria, grupo pernambucano da década de 70 que foi importante pela sua irreverência e musicalidade à frente de seu tempo. Inicialmente, ele foi formado por Almir, Marco Polo, Ivinho, Agricinho e Rafles. Naquela época de contracultura, o Drugstore Beco do Barato, bar localizado no centro do Recife, antigo TPN (Teatro Popular do Nordeste), era o cenário perfeito para uma juventude que se descobria e contestava o poder político e a moral vigente. Foram batizados de Udigrudi.
Mesmo depois do fim do Ave Sangria, e lá se vão mais de 30 anos, Almir nunca deixou a música de lado e na companhia de sua esposa Niedja nos vocais, do neto Caio César, percussionista, além de outros músicos. As composições seguem a linha do rock ‘n’ roll, vício que ele não abandona. Mas Almir também flerta com ritmos como bolero, chorinho e maracatu (mistura, aliás, presente já em sua antiga banda). A irreverência das letras e a ousadia da juventude permanecem. Não é à toa que seu novo trabalho, intitulado “Quem não conhece Lolita, não conhece o Recife”, conta a história de um travesti que escandalizava a cidade nas décadas de 50/60.

O cantar de Almir remete ao Beco do Barato, ao Teatro Popular do Nordeste e às noites poéticas quando ainda os artistas se reuniam e se encontravam para falar de música e de arte e de política


Tinha gente do Morro da Conceição à Boa Viagem. Pessoas de pouca instrução ou de grande instrução, gente como Paulo Bruscky, Lula Côrtes, Tiago Amorim, Ângela Botelho, Mário Teodósio, Delano, Macira, e todo o pessoal que gostava de arte e que não estava satisfeito com aquela história de repressão.



Lula Dias, assistente de produção, que já está dirigindo o programa
Ah.... esse é o Malabin. O cara é massa e está fazendo o trabalho de som enquanto o Buga está em Sampa.


Washington
Só câmeras...
Bastidores é assim mesmo



tags: miguel farias, christine matos, felix ayreliano, joão luiz, marcílio brandão, políticas juventude

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 02:28 - 05/06    |    permalink    |    comentar

COLETIVISMO ARTÍSTICO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL


O PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, apresentado pelo MIGUEL FARIAS, exibido na TV Pernambuco, recebeu a Mirtes Novaes, a Cyane Pacheco, o Jean Santos, o Ghuga Távora e a Marília Santos para uma conversa sobre tema COLETIVISMO ARTÍSTICO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL.

O fenômeno dos coletivos fervilha no Brasil já faz um bom tempo e não precisou da mídia para surgir e se disseminar. Os coletivos surgem, se desfazem, se mantém, se replicam, vão e voltam, de forma independente e espontânea e assim como a mídia voltou suas lentes para eles também se esquece rápido deles, mas eles estão por aí, atuando nas sombras, nas brechas ou na luz do dia.
Um ponto básico em se tratando de entender os coletivos brasileiros é sua freqüente atuação fora dos meios culturais institucionalizados, isto é, aqueles que na sociedade em geral validam o que pode ser tido como “arte” ou não. Cada vez mais, as ações destes grupos - sejam em trabalhos com comunidades sem-teto, em favelas, na mídia independente ou tática, na internet, nas ruas ou no mato, e até na privacidade da vida cotidiana, frente mesmo a uma platéia caseira, doméstica e reduzida - se diluem em atos efêmeros, inefáveis, ou pontuais e marcantes, de acordo com a filosofia própria de cada grupo, mas que supostamente questionam todo um circuito instituído de exposição-público-mercado.
Os coletivos são alheios a toda mega-estrutura, e normalmente atuam fora da curadoria e do olhar controlador das instituições, mais além das câmeras de vigilância, do ar condicionado e dos eventuais vigias, diretores e assessores de imprensa.
Sem sentido ou repletas deles, as ações dos coletivos brasileiros ainda parecem hesitar entre serem “artistas” ou mandarem a Arte para os ares. Mas o que ainda nos prende à Arte? Por que ainda usar este nome? Com que estranho fascínio Ela ainda acena para alguns? Fama, prestígio, dinheiro, cadernos culturais, o gênio criador? Se renunciar à “Arte” é difícil para alguns, é por que talvez ainda não se tenha entendido que a entrega à vida (ou à “realidade”, como alguns preferem chamar) não significa a nulificação do estético. Muito pelo contrário, o “artista” aqui é o pensador, o criador de estratégias de ação, o arquiteto de atos que vão reverberar – a intensidade desta reverberação é claro que dependerá dos meios, finalidade e impactos planejados – nesta mesma “realidade”. Daí então a importância do conceito, desta mesma herança conceitual de que parte da arte brasileira é tão rica, e que tem sido esquecida faz tempo.
O ofício de arquitetar, de calcular efeitos, de planejar ações como quem planeja uma campanha de marketing, uma invasão, um assalto ou uma festa-surpresa, de pensar nos mínimos detalhes, de aplicar seu virtuosismo e conhecimento estético em minúncias que às vezes podem fazer grande diferença, de pensar ações que fujam do óbvio por terem justamente sido pensadas e calculadas, é o que pesa.
Um conceito bem pensado e realizado pode dizer mil vezes mais que uma barulhenta passeata. Se criadores de agências de publicidade podem burilar conceitos a serviço de um sistema que usa a criatividade para vender sabão em pó, por que os coletivos de artistas não podem fazer uso de conceitos de uma forma tão ou mais inteligente que as tais “indústrias criativas”?


MYTES NOVAES - Produtora Cultural e representante do Projetos Outros. A Myrtes trata de captar recursos. Vida dura.......... Captar não é fácil, mas o pessoal do coletivo esbanja na criatividade.

O "Coletivo Oroboro" é um grupo produtivo de artes composto por diversas linguagens e perfis profissionais desde artistas plásticos, poetas, escritores, arquitetos, designers, videoartistas, net.artistas e performers. É um Coletivo Criativo-Construtivo?, autônomo, com o intuito de transformar o Espaço Urbano e as Pessoas que convivem neste universo, a partir de ações artistico-interventivas pelo espaço público.Buscam refletir e direcionar suas ações para a estética do "Enfrentamento do Horror na Arte" a partir da leitura da obra de Alberto Lins Caldas e outros. O "Coletivo Oroboro" é um projeto aberto ao diálogo e produção conjunta com outros coletivos e artistas independentes.




JEAN SANTOS - Produtor de Cinema e de Mídias Alternativas, que divide seu trabalho em escolas públicas, fazendo com que celulares com câmeras possam se transformar em instrumento de arte.

Miguel Farias, produtor e apresentador do Programa Liberdade de Expressão, em momento de concentração antes do início da gravação.
GHUGA TÁVORA - designer, educomunicador e produtor cultural, do Coletivo Célula Mater Tem vídeos do Ghuga lá no Youtube e quem quizer ver e saber mais, vai lá e conhece o trabalho desse cara, que deixou de ser professor de inglês prá professar e profetizar que " Que a fotografia seja expansiva e esteja sempre em expansão".


A energia do cara é tão forte quanto os trabalhos que tivemos chance de ver nas páginas do mundo virtual.Procurem e vocês vão sacar o que estamos afirmando. Só vamos fornecer o blog do Célula Mater, porque vocês vão ter que procurar mais porque esse é o sentido do coletivo, portanto visita aí o http://www.celulamater.blogspot.com/ prá conferir.


MARÍLIA SANTOS é fotógrafa, publicitária e Imaginauta, figura de importância no contexto do Célula, presente em todas as ocasiões com sua fotografias que podem ser conferidas quando você clica no blog do pessoal.

O CélulaMATER vôou de Olinda e pousou na Rua da Glória, 310, no Bairro da Boa Vista. Vindo pela Casa Da Cultural, atravessa a Ponte Velha, depois a Rua da Aurora e segue na Rua Velha. Depois, pegar a primeira à esquerda, que é a Rua da Glória. A inauguração do CélulaMATER foi no dia 13 de maio, 2008

Dito D'oxossi, casado e sou muito feliz com a minha familia, musico, do Candomblé, coordenador geral da Entidade de Cultura Negra Afoxé Ylê de Egbá, é um Doté de 36 anos de santo, filho de osossi, com a Roça na comunidade do Alto José do Pinho, uma casa abençoada pelo meu pai Osossi, venho de uma tradição de um povo que tinha uma resistencia afro-brasileira muito forte, da cultura afro-religiosa do povo Egbá ao povo de Ketu e Angola, tambem no Mahi através do pai Tata Raminho de Osossi, - é lokoassi e sem duvida nenhuma, militante da comunidade das casas de matriz africana, sem medo e sem vergonha de dizer que ama a sua Religião. Nasceu e se criou, no Candomblé, e, segunde ele, não saberia viver sem seu povo e sem seu orixá;

Asé meus irmãos que vivem como ele para o orixá, que olorun abençoe a nós todos

é a saudação de Dito

Dito D'Ossossi e seu grupo do Ylê de Egbá



tags: coletivismo, célula mater, ghuga távora, cyane pacheco, myrtes novaes.marília santos, dito d\'oxossi

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 04:05 - 24/05    |    permalink    |    comentar

TEATRO DE RUA

O Programa Liberdade de Expressão convidou o Irineu Correia, do TAO - Teatro Amador de Olinda, a Lucélia Albuquerque, do Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, Paulo Michellotto, professor da Universidade Federal de Pernambuco e Anderson Guedes, do Movimento do Teatro Popular de Pernambuco, para uma conversa sobre o TEATRO DE RUA, uma das manifestações mais antigas da cultura popular e que traz na bagagem séculos de histórias e influências, que vão desde os folguedos do Nordeste até as máscaras dos espetáculos medievais.



O próprio teatro originou-se na rua, ou quase isso. O surgimento do teatro se dá no espaço público, e não se pode falar exatamente em rua, que ainda não existia, mas a grande verdade é que ele nasceu no seio da comunicade, antes mesmo do estabelecimentodo teatro grego.

O conceito de teatro de rua, é marcado por uma intenção explícita de criar encenações para serem apresentadas no espaço público. Essa é sua principal característica e os atores passam a impressão de terem encontrado o paraíso no teatro que fazem nas ruas ou em qualquer outro lugar onde a plateia seja formada pela diversidade humana, sem as divisões sociais que se pretende determinar. O maior e melhor ator ator do "teatrão", como é chamado o teatro de palco pelos atores do teatro de rua, pode quebrar a cara na rua. Para a rua tem que ter a química com a plateia diversa, que de alguma maneira intervém nas encenações, transformando-se em protagonistas.

Com as construções dos edifícios teatrais - casas de espetáculos das mais variadas formas e tamanhos, a rua concolidou-se como escolha e não como ausencia de alternativa, é bom que se deixe bem claro, até porque o compromisso dos que fazem teatro de rua é acima de tudo compromisso.

UM RESUMO DA HISTÓRIA DO TEATRO DE RUA

O primeiro registro de teatro de rua contemporâneo no Brasil data de 1946, uma iniciativa que envolveu nomes como Hermilo Borba Filho e Ariano Suassuna. A partir desse momento, a história de tal manifestação encontra parada obrigatória também em 1961, com a criação do Movimento de Cultura Popular (MPC), em Pernambuco – por Paulo Freire e o próprio Suassuna, entre outros –, e pelo surgimento, no mesmo ano, do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro, capitaneado por Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha.

Entre as influências na estética do teatro de rua, além da já citada commedia dell’arte, é forte a presença da exuberância visual do circo tradicional e a incomparável habilidade de comunicação de manifestações populares como o maracatu – folguedo nordestino, sobretudo da região de Pernambuco. “É possível usar várias formas de linguagem no teatro de rua”,

Os papéis de público e atores também sofrem interessantes mudanças no teatro de rua em relação ao encenado no edifício teatral. A ausência do palco aproxima os lados, enquanto o tom de constante intervenção permeia as apresentações. Afinal, se por um lado um espetáculo pode mexer com o cotidiano da cidade e seus transeuntes, por outro esses mesmos passantes podem – e vão – intervir nas cenas

Esse movimento, por sua vez, contribui para a relação do cidadão com a cidade, uma vez que, quando um indivíduo assiste a um espetáculo na praça, ele está também usufruindo um espaço público de convívio urbano. “Ou seja, é a convivência de todos numa praça ou mesmo nas ruas que faz com que elas sejam efetivamente de todos. E o teatro de rua é um dos instrumentos para isso.”

Anderson Guedes é o representante do Movimento de Teatro Popular e em nossas pesquisas para escrever sobre o MTP, encontramos um requerimento do Deputado Sérgio Leite, onde com muita propriedade é feita uma referência ao MTP, que traduz perfeitamente a importância desse movimento para fomentar a cultura no Estado de Pernambuco.

ESTADO DE PERNAMBUCOASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

Legislatura 16º Ano 2007


Requerimento Nº 1131/2007


Requeremos à Mesa, ouvido o Plenário e cumpridas as formalidades regimentais de que seja formulado, na Ata dos Trabalhos dessa conceituada Casa, Votos de Aplausos para o Movimento de Teatro Popular - MTP e Fundação de Cultura Cidade do Recife-FCCR, pela realização do 5o. Festival de Teatro de Rua, que aconteceu recentemente, fazendo com que os mais diversos bairros da cidade do Recife respirasse cultura durante alguns dias.Da decisão desta Casa, e do inteiro teor desta proposição, dê-se conhecimento ao Movimento de Teatro Popular, através do Sr. Anderson Guedes, com endereço a Rua dos Coelhos, 317 - Boa Vista, Recife - PE; ao Exmo. Prefeito da Cidade do Recife, Sr. João Paulo Lima e Silva, com endereço no Palácio Prefeito Antonio Farias, sito ao Cais do Apolo, 925 - 9o. andar - Bairro do Recife, Recife - PE. CEP 50030-230 e ao Presidente da FCCR, Sr Fernando Duarte, com endereço no Palácio Prefeito Antonio Farias, sito ao Cais do Apolo, 925 - 15o. andar - Bairro do Recife, Recife - PE. CEP 50030-230.

Justificativa


Esse Festival reúne o que se produz em todo o estado, do sertão ao litoral, além de trazer o que há de mais representativo na área de teatro de rua, para servir de modelo e de parâmetro para os produtores desse tipo de teatro daqui da região. Nesse período o movimento é incrementado com a realização de cursos e de oficinas de aperfeiçoamento, com o objetivo de aprimorar as técnicas de abordagem e de comunicação do teatro de rua, em busca de uma linguagem cênica que aproxime as pessoas do teatro que a elas é dirigido.Há de se registrar o esforço imenso que é feito pelo MTP e pela FCCR, com a finalidade de fazer com que a população mais carente, principalmente aquelas que habitam os morros e alagados, tenham a acesso a pelo menos um dos seus bens culturais: o teatro popular.Numa época de grandes dificuldades de produção, quando as regras de mercado apontam para um outro tipo de teatro, é louvável iniciativa como essa que permitem uma interlocução do povo com o seu teatro, fazendo um caminho inverso ao preconizado pelos agentes econômicos, resgatando as origens dessa arte milenar, que no seu nascedouro grego, dava ao povo o que a ele pertencia.Outro fator importante e digno de elogio é a preocupação que o movimento possui com as questões políticas e sociais, investindo no conteúdo das montagens, sem no entanto se despreocupar com a sua forma, utilizando os conhecimentos adquiridos para criar momentos de beleza, poesia e encantamento, sem no entanto se disvincular da realidade e da sua função principal.Pelo exposto, solicito aos deputados e deputadas, nobres companheiros e companheiras de labuta, que aprovem o presente requerimento por ser de fato justo e apropriado.


Sérgio LeiteDeputado?

O Professor Paulo Michellotto, da Universidade Federal de Pernambuco, é um dos grandes defebsores e incentivadores do Teatro de Rua e, segundo ele, é um tema que se encontra à margem dos estudos sobre o teatro brasileiro. A historiografia do teatro foi escrita basicamente a partir da dramaturgia e a cena, local do acontecimento teatral, foi renegada ao segundo plano. A ampliação de pesquisas sobre a cena, especialmente nos programas de pós-graduação, tem tentando repensar essa visão. Porém, o teatro de rua é um tema ainda carente de discussão e pesquisas. O preconceito e a falta de uma conceituação clara dessa modalidade teatral são alguns dos problemas encontrados pelo pesquisador que queira investigá-la.

Segundo Lucélia Albuquerque, o Teatro do Oprimido de Augusto Boal é uma metodologia teatral genuinamente brasileira, sistematizada pelo teatrólogo Augusto Boal, que estimula uma postura ativa e protagônica em seus praticantes e espectadores qundo estes são convidados a entrar em cena substituindo um personagem oprimido na situação que está sendo encenada e através da improvisação, uma característica do teatro de rua em geral, apresente alternativa que mude os rumos do acontecimento de opressão. O Teado do Oprimido estimula discussão de qualquer tema no qual exista um conflito claro e objetivo e o desejo e a necessidade de mudança.

No Teatro de Rua e no Teatro do Oprimido, em especícifico, o diálogo entre atores e espectadores é o primeiro passo para a resolução do assunto em discussão, pois aponta caminhos e alternativas, sem oferecer soluções extraordinárias nem mágicas para problemas concretos, mas é um instrumeneto lúdico, criativo e eficaz de estímulo à reflexão, ao diálogo e à elaboração de propostas.

Irineu Correia, do Teatro de Amadores de Pernambuco, um dos ícones da resistência do teatro na cidade de Olinda, um dos mais respeitados grupos teatrais daquela cidade, que atualmente e junto com os demais grupos de teatro têm enfrentado toda sorte de adversidades por falta de teatro para ensaios. O Teatro de Amadores de Olinda - TAO -, do qual o Irineu é representante, tem no seu currículo a apresentação de inúmeros espetáculos, entre eles: "Brincando em Cima daquilo" / "Ubu Rei (Pai Ubu e Mãe Ubu)" , A Cor da Exclusão, Teamu & Cia, Cantares do meu Povo, entre muitos outros e cujas apresentações ocorrem em sua maioria na cidade do Recife, que tem colaborado com o Teatro de Rua, já que em Olinda a situação é extremamente adversa.

Para Irineu, o Teatro de Rua é missão. Missão de poder levar a um público carente de teatro em suas comunidades e que de repente, além de assistir às apresentações, também podem se transformar em protagonistas, participando das cenas e contextualizando sua propria dramaticidade, com aquela que lhe está sendo apresentado sob forma de espetáculo.

Escutar os meninos do ARABIANDO é ter a certeza de que a música está na alma de cada um deles. Fui atrás de mais informações sobre eles e cheguei lá no Orkut onde encontrei exatamente o que precisava para colocar aqui no blog do Programa Liberdade de Expressão. "Tecendo com tradição e muita originalidade a música popular brasileira, o Arabiando desponta no cenário musical de Pernambuco com uma nova proposta artística: pesquisar novas sonoridades e difundir o choro pernambucano em todo o país. A qualidade sonora do Arabiando deve-se primeiramente à formação musical dos seus integrantes onde todos, sem exceção, estudaram no Conservatório Pernambucano de Música. Outro aspecto deve-se à improvisação e aos arranjos bem elaborados que têm lugar de destaque na história deste grupo.Toda essa combinação resulta numa musicalidade apurada aliada a uma performance impecável de jovens músicos pernambucanos. Aliás, jovens com uma média de idade de 25 anos, executando com habilidade excepcional, choros que vivenciaram com a velha guarda."

CONTATOS:Rodrigo Samico 55 81 9922 1188

E-mail: arabiando@hotmail.com

Site: http://www.arabiando.com/

Jô Maria 55 81 9244 9612

Mery Lemos 55 81 9614 5973vitroproducoes@yahoo.com.br

Fantásticos!

Fantásticosssssssssss!!!!!!!!!!!


tags: miguel farias, liberdade de expressão, teatro de rua, anderson guedes, lucelia albuquerque, teatro do opprimido, augusto boal, iribeu correia, tao, paulo michellotto

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MÚSICA: MUDANÇA E INCLUSÃO SOCIAL

Miguel Farias, Produtor e Apresentador do Programa Liberdade de ExpressãoO Programa Liberdade de Expressão exibido dia 12 de maio de 2008, apresentado por Miguel Farias, versou sobre MÚSICA: MUDANÇA E INCLUSÃO SOCIAL.

Platão disse uma vez que a música é “um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. Agora os cientistas sabem por quê. A música, eles acreditam, treina o cérebro para formas superiores de raciocínio.`

Para debater sobre a MÚSICA: MUDANÇA E INCLUSÃO SOCIAL, foram convidados o Presidente do Conservatório Pernambucano de Música, Sidor Hulak, a Pianista e Profesora da Universidade Federal de Pernambuco, Helena Maibrada, a Psicóloga Conceição Vieira, do Centro de Reabilitação e Valorizaçao da Criança - CERVAC e o Maestro Ademir Araújo, da Orquestra Popular do Recife.

A música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchne, a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Actualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua principal função. A música expandiu-se ao longo dos anos, e atualmente se encontra em diversas utilidades não só como arte, mas também como a militar, educacional ou terapeutica (musicoterapia). Além disso, tem presença central em diversas atividades coletivas, como os rituais religiosos, festas e funerais. Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma actividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humanas. (wikipedia)

Sidor Hulak, Presidente do Conservatório Pernambucano de MúsicaCONSERVATÓRIO PERNAMBUCANO DE MÚSICA O CPM possui hoje cerca de 1.250 alunos, e um corpo docente formado por 95 professores. Funciona atualmente em dois prédios (sede e anexo), oferecendo cursos regulares (Iniciação Musical, Preparatório e Curso Técnico em Instrumento e Canto) e Cursos de Extensão. Promove, também, a reciclagem periódica dos seus mestres, com vistas à melhoria da qualidade de ensino. Numerosos eventos, com artistas de alto nível, são realizados em seu auditório, permitindo ao seu alunado assistir e participar de concertos, que, além de enriquecerem a vivência curricular, refinam o gosto musical dos jovens aprendizes dos mais variados instrumentos. O Conservatório Pernambucano de Música promove a reciclagem periódica de seus professores, eventos com artistas de alto nível. Av. João de Barros, 594Boa Vista Recife - PE Fone: (81) 3416.6400 E-mail: cpm@fisepe.pe.gov.brWeb site: http://www.conservatorio.pe.gov.br/ Heloisa Maibrada, pianista e professora de Universidade Federal de PernambucoO Departamento de Música desenvolve uma pesquisa sobre a importância da música no desenvolvimento integral da criança. Intitulado "Projeto Musiser", a pesquisa tem a coordenação da professora e pianista Heloisa Maibrada O Musiser visa a apresentar a música não apenas como um processo intelectual de aprendizagem musical e instrumental, mas como uma atividade criativa, dinamizadora do desenvolvimento de processos cognitivos, emocionais e psíquicos das crianças. A duração do projeto será de dois anos, sendo destinado a crianças na faixa dos 4 aos 6 anos de idade. O projeto Musiser baseia-se em dados relevantes que vêm sendo divulgados como resultado de pesquisas sobre a eficácia da atividade musical no processo cognitivo infantil. Dentre as diversas áreas e atividades estimuladas pela aprendizagem musical, destacam-se desenvolver a auto-expressão e o prazer criativo; desenvolver um sentido estético; facilitar o desenvolvimento motor e rítmico; promover a herança cultural, o desenvolvimento vocal e lingüístico e o desenvolvimento cognitivo e o pensamento abstrato; e ensinar habilidades sociais e de grupo. Para Heloisa Maibrada, quando a criança entra em contato com a música logo cedo, ela começa a exercitar as capacidades de ouvir, compreender e respeitar o outro, até porque a aprendizagem musical contribui para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocionaç e afetivo e, principalmente, para a construção de valores pessoais e sociais de crianças e de jovens.

Conceição Vieira é psicóloga do Centro de Valorização da Criança - CERVAC.

Segundo informação do Cervac, no Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência. Ou seja, para 15% da população o direito de ir e vir, entre outros, não está sendo cumprido. E não é preciso caminhar muito pelas ruas das cidades para se observar o quanto o país está distante dos ideais de inclusão social, entendendo-se inclusão como adequação da sociedade à pessoa, e não o contrário. Diante da falta de políticas públicas eficientes, seja no âmbito municipal, estadual ou federal, e serviços de competência, iniciativas comunitárias têm se tornado as principais responsáveis pelo atendimento às pessoas com deficiências, empreendendo soluções ousadas, inovadoras e de efetividade. Nesse contexto, situa-se o Centro de Reabilitação e Valorização da Criança - CERVAC, uma iniciativa essencialmente comunitária com atuação compreensiva e eficiente junto a pessoas com deficiências. Uma história que vem se construindo a partir da atitude decisiva de várias pessoas e do engajamento delas na luta por um mundo onde as diferenças sejam respeitadas e acolhidas.

O CERVAC tem como missão, a valorização de pessoas com deficiência, possibilitando seu desenvolvimento físico e mental, atuando nas áreas de prevenção, sensibilização e reabilitação, favorecendo sua inclusão social através da participação ativa em políticas públicas que lhes garantam melhor qualidade de vida. A musicalização e arte são utilizadas como forma de tornar mais lúdico o processo de reabilitação, o que resultou na criação da Banda FORÇA ESPECIAL, composta por crianças, adolescentes e jovens da própria instituição, tendo em seu currículo apresentações em diversos eventos de âmbito estadual e interestadual. Existe ainda, o grupo Arco Íris do Sonho, que realiza um trabalho de dança, que tem por objetivo promover a inclusão Social da Criança com deficiência junto à sociedade. A arte neste caso, propícia o desenvolvimento pleno do indivíduo nos aspectos cognitivo, psicomotor, social e afetivo. Por essa razão, está incluída na proposta pedagógica da Área de Educação do CERVAC, sendo útil como elemento facilitador da inclusão social das crianças, adolescentes e jovens atendidos pela instituição.

Maesto Ademir Araújo

O Maestro Ademir Araújo tem significativa atuação na música produzida em Pernambuco nas ultimas cinco décadas. Pesquisador e compositor de talento passeia por diversos ritmos e gêneros com muita desenvoltura. Foi redescoberto por uma nova geração de artistas e músicos, como arranjador e diretor musical.
Ao lado da Orquestra Popular do Recife participou de trabalhos das bandas; Nação Zumbi (PE), Eddie (PE), Andaluza (PE), do artista Erasto Vasconcelos (PE), do grupo Camerata Brasileira (RS), A Barca (SP), do músico e compositor Marquinho Mendonça (SP), dentre outros. Autodidata, oriundo das bandas de música, da rica cultura musical pernambucana, o Formiga, como também é conhecido, está para as orquestras de frevos e bandas de músicas, como referência maior, como um grande "mestre de ofício".
Ainda hoje, o Mestre Formiga entende o frevo, como música visceral e ainda sem sistematização, e por isso sempre persegue a melhor maneira, o melhor ângulo de compreendê-la e executá-la. Juntos, ele e a Orquestra Popular do Recife definem bem as particularidades do FREVO, estas sempre renovadas nas suas performances. Transcendente, sempre, mas sem perder a essência. Saudações ao "Mestre da Banda"... "Que o frevo continue..."
Desde o começo de sua carreira o "Mestre da Banda" busca expressar Música como arte capaz de relatar fatos históricos ou mesmo de expressar sentimento coletivo, que traduza a alma do povo. Enfatiza que o teor da Música enquanto ciência pode intervir diretamente no âmago da sociedade, transformando-se em poderoso instrumento sócio-pedagógico de inserção e transformação através do conhecimento do modo como sete notas, disposta entre sons, timbres, intervalos, etc nos caracterizam como povo único sobre a terra. Defende a tese que esse processo educativo ajuda não só a formar músicos, mas fundamentalmente a capacitar cidadãos conscientes do valor da Música como expressão do ser humano

Rosélio Correia, diretor de operações da TV Pernambuco
Marco Antonio, conhece muito bem a magia de uma câmera


Meninos doTrio Sotaque Trio Sotaque, Grupo instrumental pernambucano formado por Luciano Magno (guitarras e violões), Fábio Valois (piano e teclados) e Raimundo Batista (pandeiro)

O Trio Sotaque é um grupo musical pernambucano com ênfase nos ritmos brasileiros tradicionais como o frevo, o baião e o choro. O Trio já coleciona várias turnês internacionais, participando de eventos em:Buenos Aires (Argentina), durante a FIT (Feira Internacional de turismo) em novembro / 2005.Lisboa (Portugal) – BTL (Bolsa de turismo de Lisboa), janeiro/2006.Madri (Espanha) - FiTur? (Feira internacional de turismo), janeiro/ 2006.Milão (Itália) - BIT (Bolsa internacional de turismo), fevereiro/2006.Madri (Espanha) - FiTur? (Feira internacional de turismo), fevereiro/ 2007.Berlim (Alemanha) – ITB (maior feira de turismo do mundo), março/2007.
Hoje, o Trio Sotaque apresenta um repertório amplo. Além de composições próprias, interpreta clássicos da música regional nordestina e da MPB.

Luciano Magno

Fábio Valois, Luciano Magno e Raimundo Batista

http://www.lucianomagno.mus.br/

www.myspace.com/lucianomagno

www.palcoprincipal.com/lucianoma



Música: Sotaque -
Autores: Luciano Magno e Fábio Valois


Trio Sotaque
Música: Relampejo
Autor:


tags: miguel farias, heloisa maibrada, musiser, sidor hulak, conceição vieira, cervac, ademir araújo

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O CIRCO E SUAS LINGUAGENS

Miguel Farias, Produtor e Apresentador do Programa Liberdade da Expressão, que vai ao ar diàriamente às 18:00 horas na TV Pernambuco. Neste programa será debatida a Vida do Circo e suas Linguagens.O circo é umas das mais antigas artes de espectáculos do mundo. Teve origem em povos nômades da Eurásia.

A história do Circo no Brasil começa no século XIX com famílias e companhias vindas da Europa, onde agruparam-se em guetos e manifestavam sentimentos diversos através de interpretações teatrais onde não demonstravam apenas interesses individuais e sim despertavam consciencia mútua. No Brasil, mesmo antes do circo de Astley, já haviam os ciganos que vieram da Europa, onde eram perseguidos. Sempre houve ligação dos ciganos com o circo. Entre suas especialidades incluíam-se a doma de ursos, o ilusionismo e as exibições com cavalos.Eles viajavam de cidade em cidade, e adaptavam seus espetáculos ao gosto da população local. Números que não faziam sucesso na cidade eram tirados do programa.

Existem muitos tipos de circo: circo de rua, circo tradicional, circo chinês, circo russo etc. O universo circense é na verdade um conjunto de diversas artes: malabarismo, palhaço, acrobacia, monociclo, adestramento de animais, equilibrismo, ilusionismo etc.

No Programa Liberdade de Expressão gravado dia 05 de maio de 2008, Miguel Farias recebeu personalidades circenses, para conversar sobre as diversas linguagens. Estavam presentes Armia Escobar, nossa querida Madre Escobar- Coordenadora do Arricirco- Ryan - mágico -, Gilberto Trindade - fundador do Circo da Trindade, artista e Gerente de Circo da Prefeitura da Cidade do Recife e Marcos Lima, também do Arricirco.


MADRE ESCOBAR DA ONG ARRAIAL INTERCULTURAL DE CIRCO DO RECIFE – ARRICIRCO

Aprendendo com o circo

Aprender sobre o circo e para o circo. Esse é o objetivo básico da Universidade Livre do Circo, que estará funcionando a partir de março de 2001. Com sede em Brasília, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte (a cidade ainda não foi definida), a universidade terá quatro módulos itinerantes e desenvolverá programas, projetos e ações culturais com determinações pedagógicas.

Segundo o ator Marcos Frota, criador do Grande Circo Popular do Brasil - montado na capital desde a semana passada -, a universidade não será apenas uma escola de circo. O que norteia a sua fundação é, mais do que ensinar práticas circenses, preparar a criança carente para o mundo. Espero, na minha terceira idade, ver crianças que hoje encontram-se em situação de risco formadas pela Universidade do Circo, trabalhando e criando um mundo melhor para elas, diz o ator.

O projeto da Universidade Livre do Circo prevê um ensino prático, teórico e técnico do mundo do circo. A escola terá disciplinas como História do Homem e das Civilizações, História da Arte, Historia do Circo, Línguas, Ética, Ecologia e Espiritualidade. A prática será ensinada por meio de atividades lúdicas centradas no circo e nas suas expressões - que englobam teatro, dança, música, literatura, artes plásticas, artesanato e esportes. Além de artistas, a universidade também pretende formar mão-de-obra técnica. Operadores de som e de luz, montadores e pessoal de apoio são alguns exemplos.

O diretor artístico do Grande Circo Popular e mentor da Universidade Livre de Circo, Luís Maurício Carvalheira, ressalta que a universidade será um sistema aberto, popular e alternativo de educação. Ela funcionará por meio de intercâmbios e parcerias com entidades assistenciais que já têm programas similares - ou que desejam ter. Nós prestaremos serviços pedagógicos e sociais a essas entidades, explica. Boas escolas de circo podem ser encontradas em todo o país, não queremos ser apenas mais uma. O que a universidade busca é uma forma de usar a prática circense no crescimento integral da criança.

O módulo fixo funcionará como sede da universidade. Nele, segundo Luís Maurício, serão realizados projetos sociais e educacionais, estudos, pesquisas, seminários e intercâmbio entre instituições, do Brasil e do exterior. Os módulos intinerantes, por sua vez, atuarão como espaço para que os projetos pensados na sede da universidade sejam postos em prática. Priorizaremos experiências alternativas e novas formas de aprendizagem. Não há um currículo padrão. Os programas serão feitos conforme a necessidade da comunidade que requisitar o nosso apoio. Não existe rigidez acadêmica. No circo, o aluno será capacitado de acordo com o seu interesse, terá acompanhamento psico-pedagógico e assistência social. Mas continuará freqüentando a escola formal, diz ele.

No campo profissional, Marcos Frota garante que há espaço de sobra para quem trabalha com as artes. A indústria do entretenimento é a que mais cresce em todo o mundo. São muitos os circos e parques temáticos, por exemplo, que precisam desse tipo de profissional. Acredito que pessoas com formação artística serão absorvidas com maior facilidade por esse mercado em desenvolvimento.

A idéia de lançar uma universidade destinada ao ensino da arte circense surgiu em conversas informais, realizadas após algumas das tantas apresentações do Grande Circo Popular do Brasil pelo país afora. O circo ganhou fama e se solidificou, mas eu sentia que a sua longevidade não dependia apenas disso. Ele precisava ser mais do que apenas circo; precisava unir cultura e caridade. Precisava, antes de tudo, não olhar apenas para o próprio umbigo, conta Marcos Frota.

O embrião da universidade começou a pulsar há cinco anos, com a criação do Arraial Intercultural de Circo (Arricirco), organização não-governamental sediada em Recife (PE). Criado por iniciativa de Luís Maurício Carvalheira e de Armia Escobar, em parceria com o Grande Circo Popular, o Arricirco tem uma espécie de filial em Limeira (SP). O Arricirco é, em menor escala, o que será a Universidade Livre do Circo, diz Luís Maurício.

Para veicular os programas do Arricirco e da universidade foi fundado o Instituto Cultural e Assistencial São Francisco de Assis (Icasfa), em 1995. Com o objetivo de pensar o circo de forma sistemática - nos seus aspectos artísticos, sociais e educacionais -, o instituto formou equipes, reuniu artistas, educadores e agentes culturais e buscou parcerias para realizar projetos sociais.

(Correio Braziliense)

GILBERTO TRINDADE - Circo da TrindadeO Circo da Trindade é um núcleo de pesquisas e experimentações nas artes circenses e suas manifestações. Foi fundado em 2003, quando os atores Gilberto Trindade e Maria Luiza Lopes receberam um convite do professor Marco Camarotti para integrarem a equipe responsável pela pesquisa de campo em drama circense que resultaria na publicação do livro “O Palco no Picadeiro: na trilha do circo-teatro”, de autoria do próprio Camarotti.
No ato de sua formação o Circo da Trindade, contou com o apoio artístico da atriz Juliana Trindade. Atualmente, o núcleo conta com os atores Gilberto Trindade, Maria Luiza Lopes, Marcelo Oliveira, Júlia Fontes e Neto Portela, além de uma equipe responsável pela manutenção do equipamento e produção dos espetáculos.
A adoção de uma visão contemporânea sobre a arte do circo e a formação inicial dos participantes em teatro e dança fez com que o núcleo inserisse o estudo destas manifestações como um dos seus princípios. A completude daformação do artista e a consciência quanto à sutileza das arestas divisórias entre formas de arte como o circo, o teatro, a dança e a música representamum dos princípios norteadores do trabalho do grupo. A concretização dessas reflexões do núcleo sobre as artes cênicas se efetivou em 2005, através da montagem do espetáculo Reprisódias que se constitui da encenação de várias reprises circenses – esquetes cômicas tradicionalmente apresentadas pelos palhaços em circo. Este espetáculo estreou no 15º Festival de Inverno de Garanhuns e deve cumprir temporada ainda este ano em Recife.
Além da vertente artística, o Circo da Trindade também desenvolve estudos na área da arte-educação, pois parte de seus integrantes encontram-se em formação pelo Curso de Licenciatura em Artes Cênicas da Universidade Federal de Pernambuco.
A sede do Circo da Trindade se localiza na Estrada de Aldeia, km 12, rua da Telebrás, Condomínio Recanto de Aldeia. O espaço é um local reservado a apresentações artísticas e culturais e está aberto a visitações com agendamento prévio.

Marcos Lima, braço direito e esquerdo de Madre Escobar no Arricirco


Ryan é Mágico ... , um Ilusionista, um cara que transforma coisas, dando a quase certeza de que alguma coisa aconteceu e nós, meros espectadores, não sabemos como. Aí sempre saímos das apresentações nos perguntando o que é Mágica?

Ilusionismo é a arte de entreter uma audiência criando ilusões que confundem e surpreendem, geralmente por darem a impressão de que algo impossível aconteceu, como se o mágico tivesse poderes sobrenaturais. No entanto, esta ilusão da magia é criada totalmente por meios naturais. Os praticantes desta actividade designam-se mágicos ou ilusionistas.
Um dos mais famosos praticantes desta arte foi Houdini, o "Rei das Fugas", que morreu devido à subita intervenção de um espectador num dos seus espectáculos. O mágico afirmava que poderia levar um forte soco no estômago e não sentiria dor, porém o espectador (que era um boxeador) socou-o antes que Harry Houdini estivesse preparado para a acção. Isso ocasionou um problema interno e o mágico foi internado no mesmo dia, mas acabou por falecer.
A arte mágica também é chamada de prestidigitação, pois é baseada fundamentalmente na presteza dos dedos do mágico em manipular os equipamentos e acessórios usados nos truques.

Madre Escobar, uma guerreira na defesa do Circo, falou da importância que na Europa se dá aos artistas circenses


Mais um livro levado por Madre Escobar sobre as Artes Circenses

Miguel e Madre Escobar

O sorriso de uma mulher vitoriosa, que acredita na vida e no Circo, como forma de transformação social radical, desde que sejam dadas as oportunidades que são dadas às demais artes como teatro, cinema, tv, pintura, escultura.


Marcos Antonio e Buga

Filipe e na bancada Ryan, Madre Escobar e Miguel farias
Maristela Farias, ´também fotógrafa amadora do programa Liberdade de Expressão


Aêeeeeeeee Lula! Botando prá rachar na direção do Liberdade

tags: circo, cidadania, liberdade de expressão, madre escobar, marcos lima, arricirco, migual farias, gilberto trindade, circo da trindade, mágico ryan

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 19:40 - 18/05    |    permalink    |    comentar

JORNALISMO CULTURAL

Miguel Farias - Produtor e Apresentador do Programa Liberdade de ExpressãoTema: Jornalismo Cultural



Neste programa, para discussão sobre o tema Jornalismo Cultural, foram convidados o Escritor Raimundo Carrero, a Jornalista do JC Carol Almeida, editora assistente do Caderno Cultural, Alexandre Figuerôa, Professor da Uiversidade Católica de Pernambuco e Demir, produtor cultural.

Escritor Raimundo Carrero, Jornalista Carol Almeida, Miguel Farias, Alexandre Figuerôa e Demir

O jornalismo cultural ocupa um papel importante na imprensa brasileira. Na atualidade, além das secções destinadas ao comentário e à crítica da produção intelectual e artística que integram diversos veículos de grande circulação, existem os “cadernos de cultura”, também voltados para a cobertura noticiosa e para a análise dessas atividades

Ao contrário do que se tem dito a respeito de uma “profunda” crise na imprensa, as manifestações jornalísticas especializadas na cobertura de eventos culturais, na sua avaliação e na reflexão em torno de tendências da arte e do pensamento contemporâneo, mostram-se bastante intensas e numerosas e, em alguns casos, com sustentação material de razoável consistência.


Até algum tempo atrás, o Jornalismo Cultural era classificado como espaço de mercado, de vaidades, corroborando a idéia, segundo a qual as pautas da produção do jornalismo cultural só encontravam lógica nos fundamentos de que ele aparentava ser um prestador de serviços ocultando uma operação de natureza basicamente econômica. Hoje, nós já estamos encontrando um conjunto de jornalistas que se posicionam de forma independente e não se deixam envolver pelas pressões das assessorias de comunicação.
Mas, enfim, como é possível produzir esse idealizado bom jornalismo cultural atualmente, sem se deixar levar pelos esquemas de divulgação das assessorias, sem se submeter silenciosamente à ditadura da agenda, à presença constante da linguagem publicitária, à limitação dos textos e aos processos de generalização simplificadora e/ou segmentação limitadora dos públicos e dos veículos?Evidente, não é fácil para o jornalista trabalhar nos veículos comerciais sem se deixar envolver pelos inúmeros compromissos que o meio de comunicação está atrelado, até porque o mercado é o mantenedor do veículo e o jornalista está comprometido com o seu jornal.

O colunista Eduardo Piza diz que "a importância do jornalismo cultural está na forma como ele mexe com a opinião dos leitores, que estão sempre buscando um filtro seletivo para saber o que deve ler e assistir. Ele atrai e provoca o leitor. É nos cadernos culturais que se cria uma relação afetiva com o público".
Portanto, a responsabilidade do Jornalista Cultural é de informação e de formação de plateias, de leitores, de consumidores de arte em todos os sentidos e a credibilidade para isso depende exclusivamente da independência que ele tem ao direcionar suas críticas aos seus leitores.

Não se pode esquecer, que um espaço para o Jornalismo Cultural está postado no mundo virtual. A Blogosfera permite que se faça um trabalho independente dando mais peso à interpretação e à opinião, o que não quer dizer que notícias mais quentes, inadiáveis, devam ser deixadas de lado, sem deixar que a correria do dia-a-dia e a superficialidade tomem o espaço da análise, da crítica e do debate de idéias.

Qualquer um pode escrever sobre cultura. Mas fazer bom jornalismo cultural é outra história. Não basta arriscar-se a detonar um livro, um filme ou uma peça de teatro com base no famoso "eu acho que", sem argumentos sólidos ou sem nunca ter tido contato com uma referência anterior. O glamour de ser um jornalista cultural, faz com que alunos de universidades que aspiram à função, esqueçam que há um nome exato para o que preenche esse vazio - do querer e do ser - : repertório cultural. Quem quiser ser um verdadeiro crítico de cultura, tem que ter consciência de que à sua espera estão muitos anos de leitura, de treino e de vivência. Tem que gostar, mas além de gostar, frequentar o meio cultural e conhecer profundamente sobre o ou os assuntos que deseja explorar.

Num artigo de Adriano Schwartz, professor da USP, ele diz que "Quando o jornalista cultural critica um livro, significa que conhece a história do autor, procura saber como a obra foi feita e busca conexões com outras obras literárias. Há quem escreva para orientar o leitor, mas há quem faça isso para mostrar a própria inteligência ou para atacar inimigos e aplaudir amigos" e que "A vaidade pode ser mais forte que o interesse profissional, em muitos casos". Mas o que incomoda o crítico é o fato de jornais e revistas aceitarem passivamente certos lançamentos, sem fazer uma crítica mais profunda

O jornalista cultural deveria então, separar o joio do trigo – informar e, mais do que isso, formar o leitor, através de sua bagagem e de seu julgamento crítico. Infelizmente, porém, predomina hoje o jornalismo de agenda, onde as vedetes são os guias de fim de semana, e o modus operandi é o mesmo da divulgação publicitária.

Para o Demir, a crítica quando é positiva alegra e, se ao contrário, é cruel, mas ele ainda acha que seria muito pior se não fosse feita nenhuma alusão ao trabalho do artista.

A mesma opinião é da Cantora e Compositora Jacinta Pinheiro, que até pede que seu trabalho seja criticado com isenção, mas que seja feita de qualquer forma.

Jacinta Pinheiro cantou e agradou com um acompanhamento primoroso

"O especialista arrogante, nesse cenário, perde espaço e o palpiteiro descompromissado ganha.”


tags: miguel farias, liberdade de expressão, alexandre figueroa, carol almeida, raimundo carrero, demir, jornalismo cultural

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 18:55 - 18/05    |    permalink    |    comentar

A FORÇA DAS PARTEIRAS


MIGUEL FARIAS, Produtor e Apresentador do Programa Liberdade de Expressão, que discutindo com os convidados sobre a FORÇA DAS PARTEIRAS, pretende mostrar a importância dessas mulheres, que muitas vezes são a única forma de atendimento às gestantes que vivem em regiões de pobreza e de difícil acesso, demonstrando que o trabalho de mulheres que fazem a ponte entre a gestação e a vida é uma realidade que ainda freqüenta o cotidiano de áreas urbanas e rurais de Pernambuco
No Programa Liberdade de Expressão apresentado por Miguel Farias, gravado dia 25 de abril de 2008 , para o debate sobre A FORÇA DAS PARTEIRAS, foram convidados SUELY CARVALHO, parteira e fundadora do Cais do Parto, MARCELY CARVALHO, Diretora do Cais do Parto, BRUNO MONTEIRO, sociólogo e integrante do Grupo de Casais Grávidos e MARIA JOSÉ, parteira da Ilha de Marabá, em visita ao Estado de Pernambuco. Fez parte da mesa de debate o cantor de compositor que também ofereceu seu testemunho a respeito da importãncia das parteiras.
A principal queixa das parteiras em todo o País é a falta de perspectiva da atividade, que, por não ser regulamentada, não garante direitos trabalhistas, como aposentadoria e remuneração fixa.
A presidente da organização não-governamental Cais do Parto, Suely Carvalho(foto), lamenta o descaso. Diz que essas mulheres possuem um papel importante no atendimento a gestantes e até na prevenção a doenças. “Inclui-las no sistema de saúde pode ser de grande ajuda para o próprio estado, pois são pessoas que moram na comunidade, conhecem a realidade local. Conseguem chegar em lugares em que agentes de saúde não chegam. É injusto não receber pelo trabalho”, reclamou.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Parteiras Tradicionais da Gerência de Saúde da Mulher da SES, o SUS repassa uma verba para o pagamento dos partos realizados por parteiras. O recurso é enviado para os municípios, que, por sua vez, deveriam repassá-los às profissionais. “A maioria dos municípios, no entanto, não cumpre o acordo. Como a profissão não é regulamentada, o Estado não pode intervir, fiscalizar e exigir o pagamento. Se fossem pagos regularmente, cada parteira receberia cerca de R$ 13 (!!!!!!) por parto”, explicou

Maria José, Parteira em Marabá, no Pará, é testemunha do quanto é importante a presença de uma parteira numa região onde, muitas vezes médicos só chegam uma vez por mês e. as gestantes ficam sem receber atendimento. Pior ainda, segundo ela, é quando falta o meio de transporte para levar a gestante ao centro de atendimento e aí é o momento onde a força da parteira se faz presente no atendimento à mãe e à criañça.

A simplicidade desta mulher, falando sobre o trabalho que ela desempenha em Marabá é emocionante e demonstra o quanto se faz necessário o reconhecimento desse trabalho. . “Não tem horário, nem dia certo. Se me chamarem, eu vou. Sou muito procurada pelo pessoal da comunidade. Pessoas que, às vezes, não têm nem o que comer. Não ganho nada pelo serviço, trabalho por amor”, afirmou.


BRUNO MONTEIRO, sociólogo e integrante do Grupo de Casais Grávidos, projeto desenvolvido e realizado pelo Cais do Parto. Toda semana, na sede da organização, em Olinda (PE), são preparados casais grávidos para o parto e são repassads informações sobre a co-responsabilidade da mulher e do homem para recepcionar e desenvolver a criança que está chegando. O objetivo dessa ação é contribuir para a formação de uma sociedade saudável, equilibrada e feliz
PAULO PERDIGÃO, sambista e pai, reconhece a importância das parteiras e principalmente da presença dos pais junto a mulher na hora do parto.


“Ninguém ganha nada pelos partos. Eu mesmo preciso fazer outros trabalhos para conseguir o sustento da minha família,o que é injusto, porque o trabalho que desempenhamos é de grande responsabilidade, afinal de contas, são duas vidas em nossas mãos. Mas ser parteira é um dom, você não escolhe ser. É e pronto”, fala a Maria José.


Apesar do avanço da medicina e aperfeiçoamento de técnicas para deixar os partos cada vez mais confortáveis para as gestantes, as parteiras ainda são bastante solicitadas em diversas regiões do Brasil - principalmente no Norte e Nordeste. Em Pernambuco, existem 925 delas, realizando procedimentos tanto na zona urbana quanto rural. São 46 profissionais em áreas urbanas, 824 em rurais e 55 no campo e na cidade, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Ainda de acordo com a SES, no último levantamento sobre números de partos, em 2006, 119.495 bebês nasceram nas 258 unidades das 11 Gerências Regionais de Saúde (Geres) de Pernambuco. No mesmo ano, 1.287 nascimentos domiciliares foram notificados no Sistema Único de saúde (SUS) - acredita-se que a quantia é maior por conta da sub-notificação.

“Ninguém ganha nada pelos partos". Eu mesmo preciso fazer faxinas, lavar roupas e costurar por encomenda para conseguir o sustento da minha família. Algo injusto porque o trabalho que desempenhamos é de grande responsabilidade, afinal de contas, são duas vidas em nossas mãos. Mas ser parteira é um dom, você não escolhe ser. É e pronto”, define.


Médico faz alerta sobre riscos

Ter um bebê na rede privada, pública de saúde ou com uma parteira também depende de fatores como custo, distância entre a residência e a unidade de saúde mais próxima. De acordo com o presidente da Sociedade de Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco e professor adjunto de Ciências Médicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Olímpio de Moraes Filho, um parto não deve ser feito simplesmente por escolha. “Se na região onde a mulher mora tem uma dessas unidades de saúde, ela deve ser conduzida para lá”, afirmou.

Segundo ele, cerca de 15% a 20% dos partos apresentam complicações e necessitam de intervenções médicas, além da aplicação de medicamentos para acelerar o trabalho de parto ou controlar hemorragias. “Nos casos de complicações, tempo é precioso, por isso o ideal é que ela esteja em um local equipado, que tenha o suporte necessário para essas eventualidades. Mas, lógico, que em situações onde a unidade de saúde mais próxima fica a quilômetros de distância, a única alternativa é procurar uma parteira”, completou. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, em 2006, 83 mulheres morreram após dar deram à luz no seu próprio domicílio. Em 2007, esse número caiu para 50.


REGULAMENTAÇÃO
Tramita na Câmara Federal um projeto de lei, número 2145/2007, de autoria da deputada Janete Capiberibe, que pretende regulamentar a profissão. Segundo a técnica da Área de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Daphne Rattner, a idéia surgiu em 2003, quando a parlamentar, envolvida com o trabalho realizado pelas parteiras no Amapá, elaborou um projeto e o enviou à Câmara. “Ele ficou parado porque a autora precisou se afastar do legislativo. Mas, no ano passado, retornou à Câmara”, explicou. De acordo com Daphne, em 2007, o documentou deve passar pelas comissões da Casa para ser aprovado. “Depois da aprovação, segue para o Senado”.


LEGALIZAÇÃO DA PROFISSÃO DAS PARTEIRAS!
Cais do Parto

Cais do Parto
Uma organização não-governamental que fundamenta-se na reforma sanitária, nos direitos humanos, nos direitos reprodutivos e no desenvolvimento sustentável, atuando nas áreas de saúde, gênero, cidadania, educação, ecologia e cultura. Mais informações: 81 34932366




tags: miguel farias, parteiras, suely carvalho, cais do parto, bruno monteiro, casais grávidos

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FANZINES.... ZINES




MIGUEL FARIAS, PRODUTOR E APRESENTADOR DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃOA proposta do Programa Liberdade de Expressão, ao convidar fanzineiros para uma conversa, é òbviamente divulgar esta forma de comunicação, que como tantas outras, requer estudo, persistência e acima de tudo, vontade de expor suas ideias de forma que muitos possam partilhar do pensamento do zineiro.


Para gravação do Programa Liberdade de Expressão do dia 25 de abril de 2008, foram convidados o CAMILO MAIA e o SHURATO, fanzineiros e editores da Livrinho de Papel Finíssimo, com um trabalho relevante entre os zineiros e apreciadores e o Guitinho, da Nação Xambá, conhecedor e apreciador do Fanzine e o Moisés, também da Xambá, que desejava conhecer essa área da comunicação até então pouco conhecida para ele. Assim, o Programa Liberdade de Expressão vem cumprindo sua missão de integrar todas as ações sociais e provocar o despertar para tais movimentos.

CAMILO MAIA e MIGUEL FARIAS

Fanzine é uma abreviação de fanatic magazine, mais propriamente da aglutinação da última sílaba da palavra magazine (revista) com a sílaba inicial de fanatic.

Fanzine é, portanto, uma revista editada por um fan (fã, em português). Trata-se de uma publicação despretensiosa, eventualmente sofisticada no aspecto gráfico, dependendo do poder econômico do respectivo editor (faneditor). Na sua maioria é livre de preconceitos, e engloba todo o tipo de temas, com especial incidência em histórias em quadrinhos (banda desenhada),ficção científica,poesia,música, feminismo, vegetarianismo, veganismo, cinema, jogos de computador e vídeo-games, em padrões experimentais.

Também se dedica à publicação de estudos sobre esses e outros temas, pelo que o público interessado nestes fanzines é bastante diversificado no que se refere a idades, sendo errónea a ideia de que se destina apenas aos jovens, ainda que estes sejam concretamente os que mais fazem uso desse meio de comunicação.

Prova desta afirmação é a de que os primeiros fanzines europeus, especialmente franceses e portugueses, foram editados por adultos, dedicando-se ao estudo de históra em quadrinhos (banda desenhada). A sua origem vai encontrar-se nos Estados Unidos em 1929. Seu uso foi marcante na Europa, especialmente na França, durante os movimentos de contra-cultura, de 1968. Graças a esses movimentos, os fanzines são uma ferramenta amplamente difundida de comunicação impressa de baixos custos.

O SHURATO, fanzineiro de primeira, também faz parte da Livrinho de Papel Finíssimo

É relativamente antiga a tradição do humor e das artes gráficas em Pernambuco. Seu marco zero está precisamente no ano de 1831, quando veio às ruas o jornal satírico O Carcundão, como assinala matéria recente, na edição nº75 da Continente Multicultural. Fechando o foco para as últimas décadas, é possível listar nomes de diferentes vertentes ou escolas, como Conceição Cahú, RAL, Cavani Rosas, Luís Arrais, Laílson, Clériston, Marcelo Coutinho, Watson Portela e Paulo Santos. Todos têm trabalhos publicados em jornais e revistas comerciais, ou de forma independente nos projetos locais Paca Tatu, Folhetim Humorial, O Rei da Notícia e o Papa-Figo?, este último ainda circulando incólume pelo Recife. Nos anos 70 e 80, a grande referência para os desenhistas de humor era o tablóide carioca O Pasquim. "Foi o meu curso superior", diz RAL, fortemente inspirado nas estripulias gráficas de Henfil e sua turma, onde colaborou por muitos anos. ". Em 1998, o cenário ganhou novo fôlego com a criação do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos, concebido e articulado até 2005 pelo cartunista Laílson de Holanda Cavalcanti. Ao mesmo tempo, pela primeira vez foi fundada uma organização de classe, a Associação dos Cartunistas Pernambucanos (Acape). Inspirados no barulho causado pela Ragú, e tendo como modelo editoras underground como a Rip Off Press , outro grupo criou a editora independente Livrinho de Papel Finíssimo, dedicada a publicar trabalhos autorais, geralmente sem espaço nos meios estritamente comerciais. Fabricados no processo de reprografia ou impressão digital, os títulos da Livrinho são vendidos de mão em mão, com o preço variando entre módicos R$ 3,00 e R$ 12,00. "Os autores entram com o papel, e a editora banca a impressão, edita, pagina e faz a diagramação", explica Camilo Maia, integrante do grupo ao lado de Shurato e outros.
(Continente Multicultural)

GUITINHO, DA NAÇÃO XAMBÁ, também fez parte da mesa de debate e contextualizou muito bem sobre a importância do Fanzine e sua de distribuição de trabalhos autorais a preços baixíssimos, como forma de levar a um grande público, as ideias que circulam livremente entre os pensadores que existem fora da grande mídia, da grande editôra e que assim encontram forma de expressão garantida, aliada a outros meios de comunicação. O mão a mão é a forma de divulgação dos fanzines e os meninos, que valorizam essa forma de arte, sempre encontram meios de estar nos mais diversos eventos da cidade, sempre "fanzinando"

O Móisés, também da Nação Xambá, revelou a satisfação de ter recebido tantas informações e respeito do assunto.

Lula Dias, Assistente de Produção, sempre atento aos assuntos e aos processos que um programa televisivo exige.

O Marco Antonio é Câmera

João Maia, Diretor de Programação da TV Pernambuco e Maristela Farias, Coordenadora Geral do Programa, responsável pela Produção do Programa Liberdade de Expressão e fotógrafa (amadora, claro!), nas horas vagas

A atração do Programa foi a Nação Xambá. As fotos serão inseidas brevemente

tags: guitinho, fanzines, camilo maia, shurato, nação xambá

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 18:48 - 18/05    |    permalink    |    comentar

BLOGOSFERA, O ESPAÇO DEMOCRÁTICO DA COMUNICAÇÃO


No Programa Liberdade de Expressão apresentado por Miguel Farias, gravado dia de abril de 2008 e exibido dia , para o debate sobre a BLOGOSFERA, O ESPAÇO DEMOCRÁTICO DA COMUNICAÇÃO, foram convidados os Bloggers BELENNOS GOVANON, do blog A FOLHA DE SEU PAULO (http://www.afolhadeseupaulo.com/), SAMPSON MOREIRA, do blog INOVAVOX (http://inovavox.blogueisso.com/) e JUAN DIEGO POLO, dos bloges ACREDITE SE QUISER http://www.acreditesequiser.net/) E WWWHATS NEWS (wwwhatsnew.com)

Miguel Farias - Produtor e apresentador do Programa Liberdade de Expressão na TV Pernambuco



Blogosfera é o termo coletivo que compreende todos os weblogs (ou blogs) como uma comunidade ou rede social. Muitos blogs estão densamente interconectados; blogueiros lêem os blogs uns dos outros, criam enlaces para os mesmos, referem-se a eles na sua própria escrita, e postam comentários nos blogs uns dos outros. Por causa disso, os blogs interconectados criaram sua própria cultura. Outros termos em uso incluem "Blogtopia", "Bloguespaço", "Bloguiverso", "Blogsilvânia" e "Bloguistão".

O termo "blogosfera" pode ser qualificado. Pode-se falar da "blogosfera lusófona", da "blogosfera de esquerda" etc.

O conceito de blogosfera é importante para a compreensão dos blogs. Os blogs eles mesmos são, essencialmente, apenas o texto publicado dos pensamentos de um autor, enquanto a blogosfera é um fenômeno social.

É sobre esse espaço, que o Programa Liberdade de Expressão debateu com os convidados. A certeza é que os weblogs constituem hoje a maior ferramenta de comunicação mundial, e onde todos podem se expressar da maneira que lhes convém.

(http://inovavox.blogueisso.com/) e JUAN DIEGO POLO dos blogs WHAT's NEW? (http://www.wwwhatsnew.com/) e ACREDITE SE QUISER.NET (http://www.acreditesequiser.net/)

Juan Diego Polo, sócio da PoolDigital, empresa de consultoria e desenvolvimento WEB.
Conhecido na Internet hispânica como o criador e editor de wwwhatsnew.com, um dos 30 blogs mais lidos na língua espanhola, entre os dez primeiros relacionados ao mundo de internet, com mais de 900.000 páginas vistas por mês, no Brasil como co-fundador de Linkk.com.br, site número 15 no ranking de blogs brasileiros, com mais de 30.000 visitas únicas diárias, estrelato.com e acreditesequiser.net, quatro sites que somam hoje mais de 1.500.000 páginas vistas mensais.
Especializado no mundo de Internet. Dez anos de experiência na área orientando a diversos clientes no processo de criação de uma identidade na Web, oferecendo serviços de consultoria para melhorar sua imagem na Internet, criando e aperfeiçoando sites já existentes.
Atualmente orientamos sobre as melhores opções de hospedagem no mercado, sobre as tecnologias que podem oferecer uma melhor qualidade preço às diferentes empresas e sobre as companhias que podem encontrar a melhor solução.
Na PoolDigital? atuamos também na area de divulgação de projetos no Brasil, usando as nossas redes sociais no país.


Homepage:
http://wwwhatsnew.com/
MSN:
polo1974@hotmail.com
Google Talk:
diego.polo@gmail.com


http://www.acreditesequiser.net/

http://www.whatsnew.com/

O inovaVOX.com é um blog e não tem um foco definido. Então as pessoas que visitam este blog são desfocadas. O inovaVOX.com foi criado por acaso. Deixe-me explicar: Caí na besteira de entrar em um Marketing de Rede chamado TelExtreme?, logo eu que sempre fui perseguidor desse tipo de coisa, mas tudo bem, essa não foi a única bobagem que fiz na minha vida. Bom, para vender os deserviços dessa “empresa” eu criei o inovaVOX.com. Depois de 20 dias como afiliado da TelExtreme? vi a furada que me meti e fiquei com este domínio sobrando. Mas o nome era bom, web 2.0 nada a ver, e eu não podia desperdiçar. Foi aí que fui convidado para criar e dar manutenção no blog do Sem Meias Palavras. Meu contato com blogs até então era mínimo e com o SMP comecei a me interessar… foi aí que criei meu blog e aproveitei para chamá-lo de inovaVOX.com, já que eu tinha o domínio.
No final das contas, acho que inovaVOX.com tem tudo a ver com este blog. INOVA de inovação e VOX, palavra em latin que quer dizer “voz” (e é, é?!?!?). Pode não ser nada novo dizer que o Lula não tem um dos dedos da mão, mas dizer sob minha ótica sim, é algo novo, ele é um desdedado. Por isso os blogs me encantam, pela possibilidade de ler uma mesma notícia com uma visão pessoal dos fatos. Mas não sei se este é um blog de humor, acho que não, aqui tem mais uma ruma de coisas sem graça, mas que dependendo do seu bom humor, poderá ser, no mínimo, divertido ler. (extraído do blog do Sampson, claro!)






Este é o Sampson, segundo ele. Bonitinho não?


http://inovavox.blogueisso.com/?page_id=2

Seu Paulo é um personagem criado pelo jovem pernambucano Belenos Govannon para um trabalho que envolvia a elaboração de um jornal fictício. No início de 2006, resolveu tirar tudo do papel e passar para um blog, ferramenta que já utilizava há dois anos, mas só em setembro de 2007 que surgia, de fato, a "Folha de Seu Paulo", um blog de variedades que segue a linha do "freak news" e se utiliza do humor ácido para passar as mais diversas informações. Ou quase isso.
Interesses: Jornalismo Blogosfera internet tecnologia televisão política Fórmula 1 humor café
Livros favoritos: Bestirário da Imprensa A Arte de Fazer um Jornal Diário

O Belenos, parece tímido, mas faz um blog jornalístico, ou quase, com a difícil missão de mostrar os fatos mais relevantes de um ponto de vista bem humorado. Conta, além de notícias, com colunas, charges, vídeos e temas que vão de televisão à tecnologia. Tudo isso e mais um blogueiro nada sério.Atualizações todos os dias, de segunda à sexta, e nos finais de semana, se o fato exigir.

http://www.folhadeseupaulo.com/

Lógico, que aproveitei o Folha de Seu Paulo prá dar um ctrl c e passar as informações do Belenos para nosso blog.
http://www.folhadeseupaulo.com/

NOSSA ATRAÇÃO MUSICAL FOI A BANDA PARABELO


..."música nordestina, brasileira, rural e urbana, confluência cultural metropolitana"...O "Parabelo" vem da arma cangaceira típica do interior do Nordeste, cuja alcunha descende do parabelum, pistola alemã, e além de dar nome à banda é também título do primeiro CD (2007) com a participação especial do músico Carlinhos Lua (flauta e sax). Trabalho idealizado e produzido pela banda, da gravação a capa artesanal!Cecília Arruda (vocal), Felipe Pinto (violão), Luiz Henrique (violão e vocal), Marcos Henrique (baixo) Rivelly Albuquerque (percussão), Dhiogo rezende (percussão) Tiago Rocha (percussão) e Gabriel Rego (percussão). A produtora é a Tereza e todos trazem suas vivencias individuais para o universo temático e para a sonoridade da banda.



Comunidade:http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18181279Ouvir a Parabelo:http://www.myspace.com/bandaparabeloBlog/Baixar músicas:http://www.palcomp3.com.br/parabelo

Produção: tereza_nena@hotmail.com

Banda: bandaparabelo@hotmail.com (81) 8761-2799







tags: guitinho, xambá, blogosfera, comunicação, blogs, miguel farias, liberdade de expressão, sampson, diego polo, belenos govannon, inovavox, wwwhatnews, folha de seu paulo, moisés, espaço democrático

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 20:26 - 11/05    |    permalink    |    comentar

POÉTICA DAS RUAS


tags: miguel farias, liberdade de expressão, moacir lago, galego, poética das ruas

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 20:16 - 11/05    |    permalink    |    comentar

ARTESANATO COM DESIGN


ANA VELOSO, LUCIENE TORRES, MIGUEL FARIAS, GRAÇA BEZERRA E ANA ANDRADE


No Programa Liberdade de Expressão apresentado por Miguel Farias, gravado dia de abril de 2008,para o debate sobre ARTESANATO COM DESIGN, foram convidadas a artista plástica ANA VELOSO, LUCIENE TORRES, Superintendente do Centro Pernambucano de Design, GRAÇA BEZERRA, Gestora Estadual de Artesanato e Turismo do Sebrae e ANA ANDRADE, do Imaginário Pernambucano da UFPe.




ARTISTA PLÁSTICA ANA VELOSO

A transformação do distrito de Serra dos Ventos (Pernambuco) em um ponto de produção de artesanato é o objetivo do projeto Estado da Arte. Coordenado pela artista plástica Ana Veloso.

O material utilizado nas produções é simples e abundante na região. Barro, semente de mulungu, buchas de rama, pó de cana brava, cipó, saco de cimento, casca de ovo e raspa de couro dão origem a caixas, colares, pratos, gravuras, tapetes, assentos, molduras, bolsas, porta-retratos e diversos utilitários.


Participam do projeto aproximadamente 150 alunos e a idéia é ampliar esse número para a comunidade. São duas turmas, uma para adultos e outra para crianças e a coordenadora procura sempre convidar artistas plásticos experientes para dinamizar as oficinas e trazer novos ensinamentos.

Após finalizado, o produto segue para o Centro de Artesanato Tareco & Mariola, localizado no município Belo Jardim. Lá, as peças são compradas por turistas e habitantes da região, gerando renda aos produtores.


SUPERINTENDENTE DO CENTRO PERNAMBUCANO DE DESIGN LUCIENE TORRES


O Centro Pernambucano de Design é uma Associação formada com o objetivo de promover e articular atividades de design no Estado. Surgiu através de ações do SEBRAE em parceria com SECTMA, AD-DIPER, SENAC, SENAI, SIDIVEST, SINDMÓVEIS, FUNDARPE, FIEPE, ETEPAM e APD/PE, para fortalecer Micro e Pequenas Empresas, utilizando design como ferramenta estratégica.

O Centro Pernambucano de design desenvolve Projetos nas áreas de Design de Produto, Gráfico, Moda, Artesanato e Embalagem, nos seguintes segmentos, Diagnóstico da Produção Artesanal, Criação de Moda, Modelagem, Projeto de produto, Projeto para Eventos, Instalações Comerciais e Industriais, Identidade Visual, Manipulação de imagem, Web Design, Diagramação, Editorial, Sinalização e Criação de nome e ainda Consultoria e Banco de Dados com formatação de Cadastros de Designers, Cadastros de Empresas, Cadastro de Artesãos e Cadastro de profissionais de áreas afins.

MIGUEL FARIAS, PRODUTOR E APRESENTADOR DO PROGRAMA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

GRAÇA BEZERRA, GESTORA ESTADUAL DE ARTESANATO E TURISMO DO SEBRAE

A principal linha de ação do Sebrae é a de promover a aproximação dos artesãos com o mercado consumidor, através de um trabalho de inteligência mercadológica do artesanato, buscando, principalmente, a compreensão de cada mercado consumidor – como arte popular, decoração e souvenir para turistas. Para cada segmento é definida uma estratégia de ação e,
entre as principais linhas de atuação, estão a qualificação do profissional e dos produtos – adequando-os ao mercado, com melhorias no design, embalagem e durabilidade do produto – profissionalização das associações dos artesãos e elaboração de um catálogo comercial do artesanato pernambucano. Este catálogo é usado para apresentação dos produtos a compradores, além de distribuição em rodadas de negócios

ANA ANDRADE DO IMAGINÁRIO PERNAMBUCANO


O Imaginário Pernambucano é um projeto de extensão da UFPE, que tem como objetivo potencializar os valores das comunidades produtoras de artesanato, promover o associativismo e possibilitar que a atividade se firme enquanto meio de vida sustentável.Em 2001, o projeto teve como primeiro desafio atuar na comunidade quilombola de Conceição das Crioulas. A ação foi pautada na valorização da cultura, na identificação das potencialidades da região e no reconhecimento das habilidades e competências de seus moradores.



Por meio de oficinas e consultorias, artesãs e artesãos encontram suporte para otimizar a produção, melhorar a qualidade e desenvolver novas linhas de produto. O projeto também promove a divulgação e a comercialização do artesanato. A metodologia multidisciplinar do Imaginário Pernambucano, aplicada por profissionais, professores e estudantes de diversas áreas, gera estratégias capazes de promover a inclusão social.



O Projeto Promoção e Fortalecimento do Artesanato Pernambucano tem como público-alvo artesãos localizados nos municípios pólo do artesanato e Zona da Mata. O grande objetivo do projeto é promover a competitividade do setor, a partir de ações integradas com vistas à organização da produção, melhoria da qualidade dos produtos e inserção em novos mercados.

O fortalecimento das Associações de Artesãos é um dos grandes desafios do projeto que também pretende valorizar a produção artesã, agregando valor ao turismo da região. Os resultados esperados com esse fortalecimento são aumentar em 20% o faturamento dos produtos artesanais dos grupos atendidos .


No âmbito da gestão, o projeto realiza consultorias para a implantação de sistemas adequados de gestão de custos e formação de preços, de Grupos produtivos, além do mapeamento de mercado, um estudo para sondagem de mercado identificando suas potencialidades, com objetivo de ampliar as vendas, sistematizando as informações.

Design e identidade cultural no artesanato
Um dos principais conflitos existentes no interior dos grupos que trabalham com o artesanato são as diferentes e antagônicas visões sobre a necessidade renovação da oferta de produtos como modo de dinamizar as relações comerciais entre os artesãos e o mercado, gerando incremento de trabalho e de renda.
Para muitos, o surgimento de novos produtos deve ser resultante de um processo expontâneo de criação dos artistas populares, que diante das mudanças no ambiente em que vivem, procuram externar suas impressões pessoais plasmando na matéria uma visão singular porém compatível com o repertório estético e cultural de seu contexto social.
O temor diante da possibilidade de descaracterização dos produtos originais em virtude das pressões exercidas pelo mercado provocando o desaparecimento de certas tipologias, padrões, e outros elementos de reconhecimento e identificação cultural de uma determinada região ou grupo social, tem sido o argumento em defesa da não intervenção do design nestes processos de criação e de produção artesanal.
A questão que se coloca é como intervir sem descaracterizar, valorizando e reforçando estas tradições regionais, a habilidade dos artesãos, e as relações existentes no interior dos grupos enfocados.
Uma ação séria e conseqüente deve saber diferenciar a arte popular do artesanato e dentro deste as diferentes segmentações existentes, cujas particularidades irão orientar o nível e profundidade das intervenções de modo a diminuir a possibilidade de desvirtuamento do valor de cada um destes produtos.
Do mesmo modo é importante diferenciar, e respeitar, a motivação de cada um destes agentes. O artesão, ao contrário do artista - popular ou erudito- cuja motivação principal é o processo de criação "per si", ao produzir uma peça está preocupado é com a possibilidade de conseguir algum dinheiro para o seu sustento e de sua família. Um artesão é antes de mais nada, um fabricante de artefatos, e portanto sujeito as regras do mercado. O artesanato, enquanto produto com valor de troca, obedece as leis universais da oferta e da procura. E o mercado é implacável, rejeitando aquilo que não corresponde as suas expectativas de consumo, ficando para o caso das exceções alguém que compre um produto apenas por piedade ou por compaixão. (texto de Eduardo Barroso Neto, escrito em 1999)
CASAS POPULARES DA BR-232 E MIGUEL FARIAS



BANDA CASAS POPULARES DE BR-232



Grupo formado por Carolina Lopes: voz / percussão Joaninha: voz / percussão / cavaquinhoLeon Adan: voz / percussão / pífano / cavaquinhoNatália Lopes: voz / percussãoQuequel: voz / percussãoEric Caldas: voz / rabeca / percussão e com influências da música popular, passando pelos brinquedos populares de Pernambuco, medalhões e malditos da MPB até os grandes sucessos dos radinhos de pilha.

Casas Populares da BR 232 é um grupo formado por músicos que compartilham da paixão pela música popular de Pernambuco. Assim como a BR 232, que vai da costa até a caatinga, o som da Casas Populares trafega por toda música do estado.Passeando pelo Sertão, Agreste, Zona da Mata e Litoral; brincando com forrós pé-de-serra, sambas de terreiro, afoxés e cocos. Tudo com muita irreverência, descontração e interação com o público, como um bom pernambucano que sabe brincar.





tags: artesanato, design, liberdade de expressão, ana veloso, ana andrade, luciene torres, graça bezerra, centro pernambucana do design, imaginário pernambucano, sebrae

enviada por: programaliberdadedeexpressaonatv em: 20:09 - 11/05    |    permalink    |    comentar

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