Acho que é um momento um tanto o quanto tardio para tentar dar uma de futurólogo profetizando como será o cinema, a tv, o audiovisual, e tudo o mais que passa nas telas à nossa frente. Mas não resisto em dizer sobre as coisas que tenho assistido nas telas.
Qual é o lugar da tv, do cinema, do vídeo na web, etc.?
Não preciso repetir, todos já sabemos: tudo vai continuar como está, porque todas as mídias estão correndo muito para ficarem onde estão.
Isso lembra uma frase da Rainha Vermelha em Alice através do espelho de Lewis Carroll que diz:
"É preciso correr o mais que puder para continuar no mesmo lugar."
Em biologia essa frase é o modelo imaginado para compreender por que as espécies evoluem. (http://pespmc1.vub.ac.be/REDQUEEN.html)
Os meios de comunicação são sistemas e, se pudermos vê-los como os biólogos vêem seus objetos de estudo enquanto dirigimos nosso olhar pela hipótese da Rainha Vermelha, logo entenderemos que eles ficarão como sempre ficaram lançando mão de grandes corridas para, na verdade, continuarem oferecendo as mesmas coisas que sempre oferecerão.
Pois, bem, então estamos na senda do Conde de Lampedusa, um entre tantos decadentes da decadente nobreza italiana: Giuseppe Tomasi de Lampedusa. Ele escreveu, entre 1955 e 1956, “Il Gattopardo” que foi filmado por Luchino Visconti (O Leopardo - Il Gattopardo, 1963). No livro e no filme o príncipe Fabrizio Salina, que representa a aristocracia italiana agonizante, diz ao seu sobrinho Tancredi, tentando convencê-lo a se casar com Angélica, a filha de um comerciante em plena ascensão financeira, o seguinte: “As coisa mudam para que tudo fique como está”.
Assim, vamos olhar os meios de comunicação, velhos e novos, e os seus conteúdos, que nem sempre parecem novos, para tentarmos caminhar melhor entre tantas telas.