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A Percepção do que Acontece I

Se estivermos interessados naquilo que acontece, estamos então a observar a vida. E o que acontece são ações de transformação. O mundo poderia ser considerado um palco para coisas absolutamente colocadas em seus lugares fixos. Mas só é assim se imaginarmos a possibilidade de retratarmos a percepção em um instante. Um lapso infinitésimo de tempo. Todo que há no mundo sofre a ação de algum agente, seja essa natural ou intencional. No caso da ação intencional, isso só é possível aos humanos. Tudo o mais, aquilo dos reinos mineral, vegetal e animal irracional estão submetidos a determinações de ordem sob os quais seus integrantes não têm controle voluntário.
O mundo é assim um sistema em constante transformação. Todas as coisas que nele existem têm suas disposições relativas modificadas ao longo do tempo.
Quando percebo uma manifestação, percebo entidades em manifestação, ou seja, produtos das agências, ou ainda, resultantes das atuações de agentes.
Tudo o que é potencialmente perceptível é algo que pode fazer com que o ambiente, mesmo imaginário, seja de um jeito em um instante e de outro jeito em outro instante. Existe uma fronteira entre o antes de acontecer a percepção e o instante da percepção. Ao notarmos esse contraste, podemos dizer que aí ocorreu um acontecimento, podemos dizer que aconteceu uma coisa. Não se pode perceber o nada, a menos que o contrastemos com alguma coisa. Mas aí, já não é mais o nada. É alguma coisa.
Quando identificamos uma forma no mundo, é porque isso é algo que “faz sentido”, algo que mobiliza nossa atenção. Não acontece fortuitamente. Porque então, dentre muitas e diversas formas nas quais estamos imersos, prestamos atenção em umas e não em outras em um momento, e em outras e não em umas, noutro momento? Isso é uma questão de contexto. No mínimo o contexto bem amplo de preservação da vida.


tags: epistemologia, mundo em fúria

enviada por: steixeiradecarvalho em: 12:26 - 03/09    |    permalink    |    0 comentários    |    comentar