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Coisas e Fluxos

Parece óbvio, e Heidegger colocou isso de forma poética, atualizando o pensamento Heraclitiano, vivemos um universo preenchido de coisas que estão... coisando. Somos cercados de coisas, aqui, ali, agora, daqui a pouco... Se, por algum motivo (seja um emotivo ou alguma razão) queremos saber de uma coisa, então a discriminamos. Estabelecemos contato com essa coisa. Percebemos essa coisa.

Aí, veio Latour, numa linha pós-moderna com sua Teoria Actante-Rede?, e nos diz que um outro nome para coisa é pontualização, ou seja, uma confluência de várias outras coisas formativas, de diversas naturezas, que se cruzam e que definem a coisa. E que, quando focamos a coisa, podemos abrir então uma caixa preta e descobrir, só nesse momento de interesse, do que ela é formada. E veremos aquilo que confluiu e continua confluindo, alimentado pelos fluxos formativos históricos e materiais que dão identidade à coisa.

Quando usamos deliberadamente uma coisa, estamos mobilizando esses fluxos, sabendo disso ou não. Se sabemos, nossa responsabilidade aumenta.

tags: heraclito, heidegger, latour, responsabilidade

enviada por: steixeiradecarvalho em: 21:23 - 04/01    |    permalink    |    0 comentários    |    comentar